Autoestima elevada faz bem para saúde

Por definição, autoestima é a qualidade de quem se valoriza e se sente satisfeito com o seu modo de ser, demonstrando confiança em seus atos e julgamentos. Nas questões de saúde, quando ela está em alta, influencia na busca de um estilo de vida mais saudável, ajudando a preservar a saúde física e mental. Ao contrário, quando se apresenta em baixa, ajuda a desencadear uma série de doenças, principalmente as de cunho emocional.

A psicoterapeuta Marilene Flora acredita que, na promoção da saúde, não basta apenas ministrar medicamentos ou ensinar novos conhecimentos e padrões comportamentais.

É preciso atuar nas necessidades e emoções que mediam tais conhecimentos e práticas, isto é, na base afetiva do comportamento. “Em quase todas as doenças, encontram-se relações curiosas entre o que se passa na cabeça das pessoas e a evolução de sua doença física”, declara.

Autoconfiança

De acordo com a psicóloga Vanda Monteiro, a auto-estima se instala na infância e se não nos proporcionarem nessa fase condições favoráveis e adequadas, estaremos diante de um comprometimento do autoconceito individual, bloqueando as possibilidades de reconhecermos nosso real potencial.

“Vivemos atualmente diante de muito estresse, muita concorrência e isso exige um alto grau de confiança em nós mesmos”, resume, salientando que é na infância que essa autoconfiança ganha força.

Ao contrário do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, entre eles a baixa auto-estima, muitas vezes são conseqüência e não causa de distúrbios, como, por exemplo, a depressão.

Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. A prevalência (número de casos em uma população) da depressão é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.

A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa auto-estima, que aparecem com freqüência e podem combinar-se entre si.

É imprescindível o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado. Acometidos pela doença têm a tendência de enxergar mais as dificuldades e os aspectos negativos, fazendo com que os momentos de tristeza superem os de alegria.

Autoconfiança

A obesidade, por exemplo, é um dos principais fatores que provocam a baixa auto-estima e o isolamento social. É comum nas pesquisas sobre os fatores que desencadeiam a doença surgir como sintomas principais, sentimentos de fracasso, culpa, apatia, falta de prazer e, em muitos casos, pensamentos suicidas.

Nesses casos, conforme os especialistas, além dos problemas de saúde causados pelo excesso de peso, é preciso levar em conta as dificuldades emocionais e afetivas pelas quais as pessoas passam ao longo da vida. Nesse quesito, a adolescência se torna um período turbulento.

Terapeutas apontam que uma possibilidade de solução para esse tipo de distúrbio deve envolver o desenvolvimento de uma atitude de cultivo à saúde, fundamento para a autovalorização e a auto-aceitação.

Tudo isso converge para a prevenção de doenças, para os cuidados com a alimentação, a higiene e a aparência física. Vanda Monteiro esclarece que a ausência de saúde representa um forte obstáculo para o desenvolvimento da capacidade de se relacionar consigo mesmo e com os demais. “A capacidade de viver de forma saudável, prazerosa, equilibrada é enriquecida pela auto-estima em alta”, completa.

De acordo com a especialista, uma atitude de respeito e cuidado com o corpo – refletida em p,ráticas de saúde sensatas – tende a influenciar positivamente os sentimentos de alguém em relação à sua própria essência.

Todo o tempo investido na sua saúde física tende a melhorar a sua saúde mental. “Na prática, isto significa ter um estilo de vida saudável: durma o suficiente, mexa-se, alimente-se de forma saudável, relaxe, respire”, completa.

Desde criança

Estudiosos do desenvolvimento infantil e da psicopedagogia tem debatido muito sobre a importância da autoestima também nos processos de ensino aprendizagem, onde na escola os alunos apresentam dificuldades de aprendizagem ou mesmo dificuldade em manter um adequado envolvimento social.

Muitas vezes essa deficiência não é percebida pela família, e é em idade escolar que ela vem se manifestar, justamente porque normalmente a escola é o primeiro ambiente diferente do ambiente familiar que a criança vai frequentar.

É ali que ela vai vivenciar e experimentar tudo aquilo que trouxe como bagagem de sua formação na família. Na interação com outras crianças, na disputa pela atenção da professora, pelos brinquedos e pelo seu espaço que a maioria dos problemas na formação dos indivíduos começa a dar sinais, é ainda, longe dos olhos protetores ou não da família que afloram todos os aprendizados que a criança realizou.

A autoestima de um ser se desenvolve em varias etapas, e na primeira infância ela é formada basicamente pela afetividade e pelo cuidado dos seus pais ou daqueles que tem a responsabilidade pelos cuidados da criança, conforme ela se desenvolve. A partir daí, ela vai descobrindo como é o mundo ao seu redor e conhecendo o seu próprio valor a partir do valor que as pessoas com quem interage.

Esse é um processo que passa despercebido para a maioria das pessoas, mas é uma etapa fundamental no desenvolvimento da criança. Assim, cuidados, carinhos e atenção vão mostrando a uma criança o quanto ela é amada, essa é uma das mais importantes no desenvolvimento infantil.

Nesses processos de interação vai se formando a autoestima que continua a se desenvolver durante toda a vida, capacitando-a a se encontrar e se realizar pessoalmente.

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