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Busca por melhor auto-estima e convívio social têm levado milhares de adolescentes brasileiros aos consultórios de cirurgia plástica. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), sinalizam um aumento de intervenções entre os jovens. Em 1994, foram realizadas cerca de cinco mil cirurgias plásticas em adolescentes no País. Em 1999, este número cresceu para 30 mil, aproximadamente 10% do total. A grande maioria, 70%, são garotas.

De acordo com o cirurgião plástico e especialista titular da SBCP, Sergio Gradowski, as motivações dos jovens são as mesmas dos adultos. Os pacientes querem fazer correções físicas não apenas para mudar a aparência, mas para se sentir bem e melhorar os relacionamentos em seu grupo social e, em alguns casos, até por questões de saúde, como acabar com dores na coluna e corrigir a má postura em função de mamas muito grandes.

Embora em muitos dos casos a cirurgia plástica seja a única solução para incorreções que geram insatisfação nos adolescentes, o médico alerta sobre os cuidados com a preparação psicológica e expectativas do paciente. O ideal é que a decisão seja ponderada com os pais e indicada por um profissional competente após uma consulta. “O adolescente precisa ter maturidade para entender as limitações da cirurgia. Há casos de instabilidade emocional, própria da idade, em que o paciente não consegue aproveitar os benefícios da intervenção”, ressalta.

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Idade ideal e precauções

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Com exceção da otoplastia (correção das orelhas em abano), que pode ser realizada na infância, as demais cirurgias devem ser realizadas quando o corpo já atingiu o pico do crescimento e após criteriosa avaliação médica. “Na mulher isso ocorre por volta dos 16 anos e no homem, aos 18, podendo variar de paciente para paciente”, explica Gradowski.

Segundo ele, mesmo com o aumento das cirurgias em jovens, a maioria dos contatos na clínica correspondem a busca por informações. “Na home page da clínica, cerca de 70% dos e-mails que recebemos são de jovens querendo tirar dúvidas ou saber mais sobre cirurgia plástica, o que comprova uma atitude madura por parte dos pacientes. Eles querem conhecer bem o assunto antes de tomar a decisão mais acertada”, justifica.

O médico explica que existe um consenso da SBCP em relação à realização de cirurgias plásticas em adolescentes:

  • A manifestação de procurar um cirurgião deve ser espontânea, decidida em consenso familiar, e não por indicação de terceiros.
  • Mesmo com o avanço da medicina e das novas técnicas cirúrgicas, que tornaram os procedimentos mais seguros, o paciente também tem que ter expectativas realistas em relação aos resultados, riscos e benefícios da cirurgia.
  • O paciente deve passar por uma avaliação médica que confirme que possui uma vida equilibrada e sadia. Isto inclui alimentação balanceada, atividade física regular e não usar drogas e medicamentos indiscriminadamente.

Cirurgias mais comuns

As cirurgias mais procuradas pelos adolescentes são a rinoplastia (nariz), que pode ser associada à correção de desvios para melhorar a respiração; redução mamária, para resolver problemas posturais, de dores na coluna e até aparecimento de estrias ou rachaduras cutâneas; otoplastia, correção de orelha em abano; ginecomastia, para reduzir o crescimento das glândulas mamárias masculinas que geralmente causam dores; e lipoaspiração, que não é indicada como solução para a obesidade, mas para tratamento da gordura localizada em pacientes que não estão tão longe do peso ideal.

*** Mais informações podem ser obtidas com o dr. Sergio Gradowski no site www.plasticactba.med.br.