Outubro é o mês mundial destinado a centralizar as principais ações de prevenção e de educação do câncer de mama – o de maior incidência no sexo feminino no mundo.
No Brasil, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) devem ser registrados em 2010 mais de 49 mil novos casos do tumor. O Paraná detém a quarta posição em número de casos desse ranking preocupante, uma vez que a doença é silenciosa, dificultando o diagnóstico precoce.
Dois índices extremos, referentes ao câncer de mama, aumentaram nos últimos anos: o da incidência da enfermidade e, felizmente, o de cura. Acredita-se que o crescimento de ambos deve-se ao melhor esclarecimento à população e o maior acesso à mamografia.
No entanto, é preciso informar mais. De acordo com o mastologista Cícero de Andrade Urban, do Hospital Santa Cruz, em Curitiba, enviar comunicados às casas das mulheres seria uma boa maneira de lembrá-las da importância de realizar o exame, como forma de prevenir e diagnosticar precocemente a doença.
“Os dois índices crescem proporcionalmente, com efeito, quanto mais mulheres aderem ao exame de mamografia, mais casos de câncer de mama são identificados”, diz.
Com isso, as chances de cura também aumentam, uma vez que o exame permite diagnosticar a doença no início, fator mandatório para garantir a eficácia do tratamento, de maneira bem menos agressiva.
Para Urban, infelizmente, ainda não existe um programa oficial de rastreamento de mulheres com a doença, no país. Segundo o mastologista, casos as mulheres fossem comunicadas que está na hora de fazer o exame, como já acontece em boa parte do continente europeu, os resultados seriam animadores.
A mamografia é recomendada para todas as pacientes a partir de 40 anos de idade e, caso ela possua um histórico familiar da doença, sugere-se que o exame seja feito a partir dos 30 anos.
Centro de referência
A evolução nos tratamentos e a disseminação de novas técnicas ganham um novo aliado em Curitiba e região: a inauguração – prevista para o início de 2011 -do novo Serviço de Oncologia, do Hospital Santa Cruz, em Curitiba.
O altíssimo padrão em equipamentos, além de renomados profissionais, tornará a instituição uma referência no tratamento de pacientes com câncer na região Sul do país.
O novo projeto prevê um andar completo e exclusivo que vai contemplar três consultórios médicos voltados à oncologia clínica, cirurgia oncológica, mastologia e outras especialidades afins. Todos esses setores serão integrados a uma central de quimioterapia (com nove poltronas para aplicação), uma enfermaria oncológica e o apoio da equipe multidisciplinar do hospital, com especialistas das áreas de fisioterapia, nutrição e psicologia.
Para o oncologista clínico e coordenador do serviço de oncologia do hospital, Rodrigo Rigo, a decisão de concretizar o projeto veio da complexidade do tratamento oncológico, que exige a mobilização de diversas áreas do hospital, entre elas, a dos exames laboratoriais, internamento, quimioterapia e centro cirúrgico, entre outros.
“Tudo isso, somado à crescente demanda de pacientes, fez com que decidíssemos criar um espaço de destaque: uma área nobre, de fácil acesso, provida de todos os equipamentos necessários e profissionais qualificados, aperfeiçoando, desta forma, o atendimento integral e humanizado ao paciente”, completa o especialista.
Além de toda esta estrutura física, ampla e moderna, o novo setor de oncologia contará com um equipamento de radioterapia de última geração, que poderá ser utilizado inclusive em tempo real durante as cirurgias, por meio de um procedimento conhecido como radioterapia intraoperatória.
“Esse procedimento irá beneficiar, principalmente, pacientes com câncer de mama em estágio precoce”, afirma o coordenador. A instalação do equipamento permitir,á a criação de um setor especializado no tratamento de câncer de mama, integrado ao Setor de Oncologia. “Nossa intenção é fechar o ciclo que vai do diagnóstico até o tratamento de ponta, com oncologia clínica/quimioterapia, mastologia e radioterapia”, ressalta Rodrigo Rigo.
Atendimento especializado
A radioterapia, que antes despertava dúvidas e insegurança nos pacientes, possui, hoje, recursos tecnológicos que possibilitam uma precisão maior no tratamento, trazendo ainda mais segurança ao paciente.
Por meio de recursos em 3D, os novos equipamentos de radioterapia permitem uma melhor visualização do órgão ou glândula atingida pelo câncer. “Esse diferencial, facilita a delimitação mais precisa do campo de radiação, preservando, assim, os tecidos sadios, diz o oncologista.
Com efeito, os pacientes de Curitiba e região terão um atendimento integral, inclusive com leitos preparados para situações mais críticas. Além disso, a equipe médica também será “reforçada”, com a vinda de novos profissionais, inclusive oncologistas de renome no Paraná. “Transformaremos o serviço em um lugar completo e especializado no tratamento oncológico”, garante Rigo.
Em novembro, o coordenador estará na Alemanha visitando diversos hospitais e serviços de oncologia, no intuito de trazer novidades e tendências para o novo setor, que estará em constante atualização.
“Esse será outro diferencial do novo Serviço de Oncologia, pois o contato com outros países vai permitir a troca de informações e opiniões sobre o que há de mais recente nas tecnologias de diagnóstico e tratamento do câncer”, finaliza Rigo.
Não dê trégua ao câncer de mama
Incidência: no mundo, o câncer de mama é uma das principais causas de mortalidade feminina, sendo raro até os 35 anos, com os riscos aumentando progressivamente após essa idade.
Fatores de risco: idade e o histórico familiar, alcoolismo, menarca precoce, menopausa tardia, primeira gravidez após os 30 anos e não ter filhos.
Sintomas: nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor mamária.
Diagnóstico precoce: quando identificado, tumores de menos de 1cm (estágio inicial), as chances de cura chegam a 95%.
Mamografia: é essencial para o diagnóstico precoce e obrigatória pelo SUS em mulheres acima de 40 anos.
Homens: aqueles que possuem histórico de câncer na família precisam ficar atentos.