ATM sem dor traz mais qualidade de vida

O simples ato de sorrir ajuda a aliviar o estresse e é uma boa maneira para se combater o mau humor. No entanto, para mostrar o sorriso com certo orgulho é preciso atentar para a saúde bucal. Mais do que uma preocupação estética, relacionada à auto-estima, ir a cada seis meses ao dentista é fundamental para prevenir ou tratar doenças, como cáries, gengivite e halitose. Apesar das muitas sub especialidades que existem na área da odontologia, Elcy Arruda, especialista em ortodontia e dores orofaciais, lembra que o profissional precisa ter cautela para não deixar de ver o paciente como um todo.

Dor de cabeça, dor de ouvido, dor no pescoço, dores nas costas, dores faciais, durante anos. Esses sintomas são integrados e acabam fazendo parte da vida de milhares de pessoas que sofrem com disfunção da articulação temporo-mandibular (ATM). Muitas pessoas consultam neurologistas, otorrinolaringologistas ou psiquiatras, até descobrir que o problema está ligado ao mau funcionamento dessa articulação, que causa desordem no sistema mastigatório.

Marta Soares Moraes, durante dez anos, teve constantemente esses sintomas, que eram tratados como enxaqueca ou sinusite, até ser diagnosticada a disfunção, quando morava em São Paulo. ?Comecei o tratamento e parei, só que os sintomas voltaram ainda mais fortes. Já acordava cansada e passava o dia tensa?, lembra. Após o correto diagnóstico e o encaminhamento para tratamento adequado, seus sintomas já foram atenuados.

Tratamento multifatorial

Elcy Arruda explica que a principal característica de um paciente portador de disfunção é o estalido (clique), normalmente acompanhado de dor quando o paciente abre a boca. Outros sintomas, como zumbido, dor de cabeça, cansaço, dor na nuca e pescoço também contribuem para o diagnóstico. Com efeito, no entender do especialista, a avaliação desses pacientes requer atenta análise multifatorial. ?Perceber na anamnese a possibilidade da ocorrência de uma desordem temporo-mandibular, por exemplo, ajuda a direcionar o restante do procedimento?, esclarece. Assim, uma correta abordagem clínica do paciente com dor facial permite o encaminhamento terapêutico adequado.

Conforme o especialista, as causas dessas disfunções são muitas: oclusão (má posição dos dentes), emocional (estresse, tensão), má postura e maus hábitos (mastigar chiclete, cerrar os dentes, bruxismo). A disfunção da ATM atinge 85% das mulheres e 15% dos homens. Essa disparidade é devida, entre outros fatores, às mudanças hormonais a que estão sujeitas as mulheres e à sobrecarga a que estão expostas. ?O estresse faz com que o hábito de cerrar os dentes leve a uma má postura da mandíbula, sobrecarregando os músculos faciais e a articulação, desencadeando as dores orofaciais?, explica Arruda.

O especialista reconhece que alguns casos devem ser tratados em conjunto com outros profissionais, como fisioterapeutas e fonoaudiólogos. Ele comenta que a maioria de seus pacientes o procura por questões de estética dentária. Após preencher um questionário, as respostas são analisadas e podem revelar alguns tipos de disfunções. Segundo Arruda, os odontologistas não devem somente se preocupar em alinhar os dentes. ?O profissional deve, primeiro, ouvir o paciente, depois fazer o exame físico e, por fim, se necessário, submetê-lo a exames de raios X?, completa.

Como identificar uma desordem na ATM

Diante do espelho e em um local bem iluminado, siga as instruções abaixo e, se precisar, procure auxílio especializado.

* Dificuldade ou dor ao abrir completamente a boca.

* Dor de ouvido.

* Dor de cabeça.

* Dor na região da mandíbula que se espalha para o rosto e pescoço.

* Sons na articulação ao mastigar ou abrir a boca.

As especialidades na área da odontologia

Ortodontia: cuida da prevenção e do tratamento dos problemas dos dentes em má posição nas arcadas dentárias, por meio do uso de aparelhos ortodônticos.

Clínica Geral: um clínico geral atua em todas as especialidades, de modo especial em dentística e prevenção. A dentística restauradora é a especialidade que restaura os dentes a partir de materiais manipulados em consultório.

Endodontia: é o tratamento e remoção do tecido vivo do dente, localizado na câmara pulpar: a polpa dentária. Esta é atingida geralmente por um processo de cárie, e, quando removida, é substituída por uma pasta obturadora.

Periodontia: trata dos assuntos relacionados ao periodonto, que é composto pelas gengivas, pelo osso de suporte (onde o dente se encaixa na maxila e na mandíbula) e pelas fibras periodontais, que ligam o dente ao osso e dão suporte às gengivas.

Odontopediatria: é a especialidade que trata de crianças e adolescentes, que cresceu e se modernizou, proporcionando tratamentos cada vez menos traumáticos e mais agradáveis.

Implantodontia: implante dental é a colocação de um cilindro dentro do osso para substituir uma raiz perdida. Sobre esse parafuso é colocado um dente artificial (prótese). A opção por implante é do paciente, mas deve ser orientada pelo seu dentista.

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