Dias mais longos, temperatura agradável e tempo bom. O clima do Verão é propício para atividades ao ar livre. Por isso, é comum o aumento do número de pessoas praticando exercícios físicos, seja na praia, parques ou piscina.

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No entanto, é preciso alguns cuidados na hora de praticar esportes durante a estação mais quente do ano a fim de evitar consequências desagradáveis ao organismo, como câimbra, fraqueza, tontura, desmaio e, até mesmo, hipertermia – aumento da temperatura corporal.

As atividades físicas com grande período de duração podem produzir facilmente um quadro de desidratação no praticante, principalmente se outras variáveis estiverem associadas, como ausência de hidratação durante o exercício, vestimenta inadequada, falta de aclimatação, exercício de alta intensidade e, principalmente, o binômio temperatura e umidade elevada.

O termômetro em elevação exige uma atuação maior do sistema de refrigeração corporal. Com efeito, o calor metabólico gerado precisa ser dissipado para o meio externo, para que não ocorra elevação da temperatura corporal em níveis alarmantes.

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O organismo responde, aumentando a secreção de suor, para que, através da evaporação, também ocorra redução da temperatura corporal. Essa “estratégia” ajuda a resfriar a pele e, em alguns casos, faz a pessoa perder até um litro e meio de água do corpo, no período de uma hora de atividade física moderada. Com efeito, a temperatura média fica estabilizada em 37´ Celsius.

Um grande número de praticantes de atividades físicas é exposto a condições térmicas desfavoráveis, característica do Brasil: temperatura e umidade elevadas.

Medicina do esporte

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De acordo com médico fisiologista do Hospital Santa Cruz, Rodrigo Camargo, para evitar esse tipo de problema, o segredo é diminuir o ritmo e fugir dos horários mais quentes do dia. Outro cuidado essencial é a hidratação.

“Todos os dias, a pessoa deve beber pelo menos dois litros de água e, quando se exercitar, deve acrescer mais 600 mililitros de água a cada hora de exercício físico”, constata. Essa medida evita que a desidratação ocorra e faz com seja reposto o líquido e os sais minerais perdidos durante a transpiração.

Para aqueles que fazem atividades físicas de muita intensidade, é interessante trocar a água por isotônicos ou água de coco, que possuem uma quantidade maior de sais minerais, evitando a diminuição do volume de plasma no corpo.

Quem não está habituado a praticar exercícios físicos, outro cuidado essencial, segundo Camargo, é procurar um especialista em medicina do esporte, a fim de avaliar qual o exercício melhor indicado para as condições do praticante.

“Um médico poderá avaliar corretamente qual a melhor opção para pacientes que sofrem riscos de ter acidentes cardiovasculares ou musculoesqueléticos”, reconhece.O especialista lembra que não há esporte melhor ou pior, mas sim aquele que o paciente se identifica mais, salvo se ele tiver predisposição a alguma doença.

Período de adaptação

Cerveja e outras bebidas alcoólicas não devem ser consideradas como meio de hidratação. A ação diurética dessas bebidas faz com que a pessoa perca mais líquidos do que ingeriu, prejudicando o bom funcionamento do organismo.

Além disso, tirar a camiseta para correr ou andar, não alivia o calor. A radiaç&,atilde;o do sol direto na pele esquenta ainda mais o corpo. Para se proteger, o ideal é usar roupas claras, que refletem os raios solares e são mais leves. Se o calor for muito intenso, uma opção é molhar com água uma camiseta de algodão ou vestir peças de tecidos com mecanismos que facilitam a transpiração.

Para aqueles que passam a temporada em locais em que o clima é diferente do habitual, o ideal é deixar o organismo se acostumar ao ambiente, antes de começar a se exercitar.

Além da temperatura, o corpo precisa se acostumar à umidade relativa do ar, que varia entre as cidades. “Durante as viagens, é bom esperar uns três dias para retomar a rotina de exercícios”, avisa Camargo.