Um estudo realizado durante 26 anos pela escola de Medicina da universidade norte-americana de Harvard, publicado recentemente no Journal of Clinical Oncology, afirma que a aspirina (Ácido Acetil-Salisílico, AAS) pode reduzir o risco de metástase em pacientes com câncer de mama. A metástase, ou seja, quando o câncer se espalha para outras partes do corpo e a resistência a medicamentos são duas das principais causas de morte para quem sofre com a doença.
A pesquisa avaliou mais de 4 mil mulheres diagnosticadas com câncer de mama e que tomavam aspirina com regularidade. As participantes tiveram seu quadro clínico comparado com mulheres que não ingeriam o medicamento frequentemente. Segundo os cientistas, as mulheres que tomaram aspirina, entre duas e cinco vezes por semana, tiveram reduzidas em 71% as fatalidades devido ao retorno da doença e em 60% as chances de metástase. O estudo observou que a superdosagem não potencializa os efeitos do medicamento. A redução entre aquelas que tomavam seis ou sete comprimidos por semana foi de 43% nas chances de metástase e de 64% para o risco de morte.
Entretanto, a pesquisa não foi capaz de concluir o porquê dessa ação benéfica da aspirina, mas os pesquisadores suspeitam que seja devido à capacidade do fármaco de reduzir o índice de inflamações das células do corpo. Além disso, alertam que mais estudos são necessários, apesar dos bons sinais já encontrados. De acordo com os pesquisadores, mais de dois milhões de americanas vítimas do câncer de mama já tomam regularmente aspirina para a prevenção de ataques cardíacos (relação sugerida por estudos anteriores).
O câncer de mama é detectável através dos exames de mamografia e os exames clínicos de mama, que devem ser obrigatoriamente realizados em todas as mulheres com mais de 40 anos. Os fatores de risco mais conhecidos são: histórico familiar da doença (principalmente em parentes de primeiro grau acometidas pela doença antes dos 50 anos), o avanço da idade, ter tido a primeira menstruação precocemente, bem como a menopausa tardia (após os 50 anos), ocorrência da primeira gravidez depois dos 30 anos e nunca ter tido filhos.