A primavera, que começou ontem em todo o Hemisfério Sul, promete trazer, além de ventos fortes e chuvas, muitas doenças respiratórias. Segundo o coordenador do curso de pós-graduação em Alergia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Nelson Rosário, a estação das flores provoca um aumento significativo do número de pessoas que procuram consultórios médicos para alívio de rinite alérgica e asma brônquica, muitas vezes causadas por reações de hipersensibilidade aos aeroalérgenos como o pólen ? típico da estação ?, ácaros e fungos, entre outros.
Dados do Centro de Pesquisa da UFPR, que realizou em 1999 um estudo epidemiológico sobre rinite alérgica, mostram que 10% da população curitibana é sensível ao pólen, mas não sofrem as reações da doença. Já 25% dos adultos da capital e 12,5% das crianças têm a rinite alérgica ao pólen. Além disso, o estudo descreve que a alergia sazonal surge nos meses de setembro a dezembro em Curitiba, pois é a época de polinização das gramíneas, pois o azevém (Lolium multiflorum) é o capim mais importante deste processo, devido à quantidade de pólen que possui.
Histórico
Os primeiros casos de polinose no Brasil surgiram na década de 70 e foram identificados inicialmente em Curitiba. Um estudo realizado neste ano pela UFPR relata que o número de pessoas infectadas pela polinose vem aumentando a cada ano. “Ainda não foram detectados os motivos para explicar esses aumentos, mas acredito que as mudanças na forma de convivência do ser humano com a industrialização de produtos e a introdução de novas espécies de plantas em florestas, que hoje estão bastante reduzidas, são fatores que contribuem para que a doença cresça no Brasil. Afinal foi somente depois que os imigrantes europeus trouxeram o azevém para o nosso país que foram registrados casos de polinose”, acrescenta Nelson.
Sintomas
Os principais sintomas da doença são obstrução das vias aéreas superiores, coceira nasal e nos olhos e crises de espirros. Cerca de 97% dos casos de polinose em Curitiba têm como uma das principais características a conjuntivite alérgica, segundo informações do Hospital de Clínicas.
O tratamento da rinite alérgica é feito com medicamentos e vacinas, de acordo com o resultado dos exames aos quais o paciente é submetido.