Maria Emília: "Resistência". |
Buscar o autoconhecimento através da arte. Esse é o objetivo da psicoterapia, que usa a pintura, a modelagem, a música, a literatura e outras formas de manifestações artísticas na cura de pessoas com problemas psiquiátricos. Segundo a psicóloga e arteterapeuta Maria Emília Garcia, a psicoterapia surgiu na década de cinqüenta, sendo utilizada dentro de hospitais psiquiátricos. Ela acredita que a prática pode ser bem mais eficiente que a terapia comum, acelerando, por exemplo, o tratamento de dependentes químicos, compulsivos, psicóticos, pessoas depressivas e vítimas de diversos tipos de transtornos comportamentais. "Os pacientes normalmente apresentam bem menos resistência à psicoterapia do que à terapia comum", explica. "A arte permite que a pessoa dê forma a seus sentimentos, muitas vezes transformando a dor em algo belo. A psicoterapia vai muito além da palavra".
Maria Emília desenvolve a atividade desde 1997. Depois que os pacientes fazem um desenho, pintam ou realizam alguma coisa em argila, ela sempre os incentiva a fazerem a interpretação do trabalho. Assim, consegue descobrir o que eles sentem e o que os aflige. "A psicoterapia também favorece a auto-estima dos pacientes" .
Paciente
O paciente C.R.C., de 33 anos, começou a fazer psicoterapia em janeiro, com o intuito de se livrar da dependência química. Ele vem trabalhando com argila, recortes e música, mas tem gosto especial pela pintura. "O tratamento têm sido bastante eficiente, pois tenho conseguido me manter em abstinência. Nas sessões de psicoterapia sou induzido a manifestar sentimentos de forma bem mais natural. Não sou forçado a nada e me sinto bastante à vontade", conta. Depois que terminar o tratamento, C.R.C. pretende continuar pintando.