Ar-condicionado, de mocinho a vilão

Com o verão próximo, os aparelhos de ar-condicionado estão prestes a entrar em funcionamento, seja em casa, no escritório, no carro ou em locais públicos. Mas não lembrar do equipamento no restante do ano não faz nada bem. Eles precisam ser limpos e regulados periodicamente. O esquecimento pode causar doenças respiratórias.

O professor de pneumologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), João Adriano Barros, explica que é uma questão de limpeza do ar-condicionado, basicamente. Nos aparelhos menores, o filtro deve ser limpo e trocado, dependendo do tempo de uso. O processo deve acontecer a cada seis meses.

Já nos sistemas de ar-condicionado com dutos, a situação é pior ainda. Poeira e mofo, que carregam ácaros, fungos, esporos e bactérias, se acumulam nesses locais. Quando começam a funcionar, eles são distribuídos no ambiente.

As conseqüências do ar-condicionado sujo são o desencadeamento de renite e asma nas pessoas alérgicas e o aparecimento de doenças naquelas mais resistentes. Uma bactéria, chamada legionela, foi detectada em sistemas de ar-condicionado, inclusive em alguns hospitais de Curitiba. Ela pode causar pneumonia, de acordo com Barros.

A mudança brusca de temperatura em ambientes diferentes também pode trazer sérios riscos para a população. “As pessoas mais sensíveis que mudam do calor enorme para o gelado rapidamente podem ser afetadas com renite, faringite e bronquite”, afirma. O professor também alerta para a questão da imunidade corporal, que age em uma temperatura de 37ºC. Quando a pessoa entra em um lugar muito mais frio, a defesa do organismo diminui nesse momento, proporcionando mais chances de uma bactéria se instalar no corpo.

As doenças em virtude da não limpeza do ar-condicionado não acontecem com tanta freqüência como as reações alérgicas. Mas todos têm a obrigação de se prevenirem quanto a isso. Barros informa que o ar-condicionado deve ser ligado em uma temperatura não muito baixa. O aparelho pode ser regulado para o mais frio gradativamente. As pessoas que ficam sob o ar-condicionado devem tomar bastante água, pois o equipamento pode ressecar o ambiente, o que facilita a ação de bactérias. O fluxo de ar do aparelho não deve estar direcionado para as pessoas, segundo o professor. “Por isso, os aparelhos devem estar fixados próximo ao teto. O fluxo de ar precisa estar voltado para o ambiente”, comenta.

Carros

O mesmo problema acontece nos carros. O mecânico Nivaldo Phillipps Júnior explica que o grande segredo é a troca do filtro de ar a cada 50 mil quilômetros, dependendo do carro e a freqüência do uso do ar-condicionado. “A maioria dos motoristas esquece de trocar o filtro. Isso ocorre muito também com os ônibus de viagens”, revela. Em alguns veículos, a troca deve ser feita em uma oficina mecânica, pois é preciso desmontar um compartimento para se chegar até o filtro.

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