Anticoncepcional não afeta o desejo sexual das mulheres

Para sorte das mulheres, as pílulas anticoncepcionais modernas contêm menores doses de hormônios em comparação com as suas primeiras versões, lançadas nos anos 60s. Um dos maiores tabus daquela época, e que chegou a se tornar um grande mito, era de que o uso da pílula poderia diminuir o desejo sexual das usuárias. Agora, de vilã, a pílula passou a influir positivamente, trazendo resultados relevantes, nesse quesito. Pelo menos é o que demonstra um estudo sobre o uso do contraceptivo oral contendo drospirenona (Yasmin) e a sua influência no desempenho sexual feminino.

O médico Aroldo Carmargos, professor de ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), comenta que nunca se havia quantificado e avaliado a influência dos contraceptivos orais e a libido da mulher, como no estudo realizado na Itália e publicado pela Contraception, revista científica de referência no segmento da ginecologia. A pesquisa com 80 mulheres mostrou uma melhora de 17,8% na satisfação da freqüência das relações, um aumento de 17,2% da ocorrência de orgasmos e uma melhora de 8,6% da excitação sexual, cita o especialista.

Essa também é a opinião do professor titular de reprodução humana da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e diretor do Centro de Estudos e Pesquisa em Reprodução Humana de Curitiba, Rosires Pereira de Andrade. Segundo ele, os dados apresentados pelo estudo italiano são significativos, pois mostram uma melhora real da prática sexual das pacientes. ?O estudo compara as mulheres com elas mesmas, revelando que após o uso da pílula o desejo sexual se manteve e houve uma melhora da atividade sexual?, explica.

Outros benefícios

O especialista lembra que os benefícios não contraceptivos das pílulas já foram comprovados e que o novo estudo é um dado a mais que deve ser investigado, pois possui relação direta com a qualidade de vida das mulheres. ?A pesquisa mostrou que a pílula exerce um efeito positivo no bem-estar das mulheres, proporcionando-lhes mais prazer, mais orgasmos e satisfação com a freqüência das relações sexuais?, destaca.

Conforme outros estudos, a pílula também consegue reduzir a oleosidade da pele, evita inchaços e atenua os abomináveis sintomas da tensão pré-menstrual (TPM). O motivo para esses resultados é a combinação de uma substância semelhante à progesterona produzida naturalmente pelo organismo feminino. Conforme os pesquisadores, essa associação contribui com a lubrificação vaginal, a excitação sexual e a diminuição das dores nas relações, situações que causam influência na atividade sexual.

Veja em quanto aumentou o desempenho sexual
das mulheres com o uso do anticoncepcional

Prazer – 5,5%

Satisfação com a freqüência da relação sexual – 17,8%

Excitação – 8,6%

Orgasmo17,2%

Desejo – 4,8%

Atividade sexual durante as últimas duas semanas – 25%

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