Muitas pessoas têm medo daquilo que não conhecem. É como viajar de avião. Quem nunca o fez, morre de medo.

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Outros, mesmo viajando sempre, continuam com as mesmas preocupações. Apesar disso, milhares de vôos são realizados diariamente em todo o mundo. Todos com a mais absoluta segurança.

Como a cada instante um avião está saindo do solo, em alguma sala de uma clínica ou hospital qualquer, um médico qualificado está aplicando anestesia, também, em total segurança.

Esta comparação serve, segundo o anestesiologista Pedro Paulo Tanaka, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), para desmistificar o excessivo medo dos pacientes em se submeter a tal procedimento.

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Para o especialista, atualmente, são muito raros os acidentes ou complicações advindas de uma anestesia.

Os poucos acidentes que acontecem, segundo ele, se transformam em manchetes, sendo divulgados com estardalhaço – como os que acontecem com aviões. Com efeito, as estatísticas apontam problemas em 1 para cada 800 mil atos anestésicos.

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Assim, com todo o instrumental, técnicas, conhecimentos e medicamentos modernos, o anestesiologista reduz ao máximo os riscos desses acidentes. É bem por isso que todos devem exigir que somente profissionais qualificados orientem e façam a anestesia.

Riscos controlados

No entanto, os riscos nunca chegam a zero, já que outros fatores, como o próprio procedimento cirúrgico, algumas reações do organismo e, até mesmo, as condições do hospital, interferem.

Em cirurgias de emergência ou em pessoas acometidas por diferentes doenças, os riscos aumentam. Segundo os especialistas, a falta de informação ainda é a maior causa do medo da anestesia que tanto preocupa os pacientes.

“Se o paciente estiver em condições de conversar com o anestesiologista antes da cirurgia para esclarecer as dúvidas, com certeza ele se acalmará e facilitará a atuação do profissional”, garante Tanaka.

Cabe ao anestesiologista checar se a pessoa é alérgica a algum medicamento e se sofre de outras doenças além do problema a ser tratado. Tanaka esclarece que o melhor local para se testar as reações do paciente à anestesia é no próprio centro cirúrgico. “É lá que existem todas as condições para atender o paciente caso se necessite de ações emergenciais”, garante.

Na maioria dos casos, o primeiro contato entre o anestesista e o paciente acontece, geralmente, minutos antes do procedimento cirúrgico. Nesse momento é preciso que a pessoa conte ao médico todas as doenças que já teve ou tem, se usou, está usando e quais os medicamentos que ainda utiliza, além de comunicar se já passou por outro tipo de cirurgia. De acordo com o especialista, é com base nesse contato que o médico vai escolher tipo de anestesia que melhor se enquadra a cada caso.

O médico anestesista deve prescrever os medicamentos para a anestesia e permanecer ao lado do paciente durante toda a cirurgia. Sua função é controlar as reações do organismo e administrar as doses certas de anestésicos e medicamentos necessários.