Andropausa resulta em declínio nos hormônios

Em princípio, muitos homens acham que alguma coisa passageira está acontecendo. Depois, percebem uma estranha diminuição do desejo sexual. Custam a procurar orientação médica e só quando isso acontece é que se convencem: a idade chega e os sintomas do distúrbio androgênico do envelhecimento masculino (DAEM), a vulgarmente conhecida e, muitas vezes desconhecida, andropausa dá os primeiros sinais.

Não tem erro: todos os homens passam por essa espécie de menopausa. Uns com maior, outros com menor intensidade. O que as mais recentes pesquisas apontam é que os sintomas característicos a essa fase da vida são muito mais comuns do que se pensava, afetando uma parcela importante dos homens com mais de 50 anos de idade.

De acordo com o geriatra Gilmar Calixto, esse período é marcado no organismo e na vida dos homens pela queda na produção de testosterona (o principal hormônio sexual masculino).

“O sintoma mais evidente é a diminuição do desejo sexual, mas existem diversos outros sinais ligados a essa queda”, explica o médico. Entre eles, o especialista cita a fraqueza e diminuição da massa muscular, anemia, alterações no sono, depressão, cansaço, irritabilidade e, com o passar dos anos, o problema pode levar a uma osteoporose.

Fatores diversos

O senso comum procura atribuir ao aparecimento desses sintomas à diminuição de níveis de testosterona. No entanto, o urologista Ricardo Felts de La Roca explica que é importante destacar que esse é apenas um dos fatores responsáveis pelos sintomas do envelhecimento masculino, que têm origem multifatorial.

“Por essa razão, o diagnóstico do DAEM deve ser baseado na sintomatologia clínica e na bioquímica com dosagens de testosterona”, esclarece. Conforme os especialistas, não há maneira de prever quem vai sofrer de sintomas de andropausa que tornem necessário procurar ajuda médica, nem a idade exata em que isso vá ocorrer.

Depois de certa idade, existe uma redução natural dos níveis desse hormônio, mas não existe uma faixa de idade comum para a incidência do distúrbio, e nem todos os homens apresentam esse problema.

Exames de sangue auxiliam a verificação da queda do índice de testosterona, um espermograma investiga a produção dos espermatozóides, o exame de toque avalia as condições prostáticas e a densitometria óssea avalia os níveis de concentração de cálcio nos ossos.

Um efeito “visível” do DAEM é o aumento do sobrepeso. “Quanto menos testosterona, mais gordura se acumula, principalmente no abdome”, explica a endocrinologista Ruth Clapauch.

Reposição hormonal

Os médicos explicam também que os homens que sofrem de problemas sexuais não são, necessariamente, vítimas da andropausa. Eles confirmam que um dos principais efeitos da diminuição dos níveis de testosterona são os distúrbios sexuais, mas pesquisas demonstram que menos de 5% dos casos de impotência em homens, de todas as idades, são causados por tais problemas hormonais.

“Para saber se um distúrbio sexual está associado ao DAEM, é melhor consultar um urologista ou um endocrinologista”, esclarece Calixto. De acordo com o geriatra, uma reposição hormonal somente deve ser feita com um acompanhamento médico.

O tratamento inclui medicamentos via oral, adesivos para pele ou injeções intramusculares.  A intenção é amenizar os sintomas e retardar ao máximo suas complicações.

A reposição visa retardar o início da osteoporose, um melhor desempenho sexual, melhora dos distúrbios neurológicos ,e a consequente melhora da qualidade de vida da pessoa.

“A reposição hormonal deve ser orientada com critério e baseada com segurança no diagnóstico clínico e laboratorial”, adverte Calixto, salientando que ela deve ser indicada somente quando a dosagem de testosterona no organismo atingir níveis muito baixos ou quando existirem alterações na produção de outros hormônios responsáveis pela regulação dos testículos. No entanto, só um urologista saberá dizer se a reposição hormonal é fundamental em cada caso.

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