Depois de passar por diversos testes e entrevistas, o candidato foi selecionado para um novo emprego e, como não poderia deixar de ser, está super motivado, pronto para começar a trabalhar. Só falta fazer o exame médico. É natural que as empresas se preocupem com o estado de saúde do profissional a ser contratado, mas, em contrapartida, será que o local em que esse trabalhador desempenhará suas funções é saudável? Vale se preocupar com isso, afinal, é nesse ambiente que ele permanecerá durante boa parte do dia e por um bom período de sua vida.
Por isso, nada mais justo do que conhecer a forma pela qual a empresa, que tanto exige nas contratações, está preocupada com a saúde dos seus empregados. É bom saber até que ponto ela se orienta pelos princípios da ergonomia, ciência que estuda os problemas relativos ao traba-lho humano e informa como a empresa deve ser instalada para que cada funcionário desempe-nhe, satisfatoriamente, suas tarefas. Em linhas gerais, ela deve oferecer ao seu empregado bem-estar e segurança, traduzidos na oferta de ambiente, móveis e equipamentos de trabalho adequados.
Ambientes saudáveis
Essas condições também são exigidas das empresas pelo Ministério do Trabalho, inseridas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – que regulamenta todas as relações trabalhistas. Para facilitar seu cumprimento, o próprio ministério se encarrega de respaldá-las por meio de portarias, que detalham o que é indispensável à estrutura e à manutenção das instalações para proteção do trabalhador e a prevenção dos riscos ambientais.
Independentemente dessas exigências, é claro que aqueles que trabalham tendo sua saúde e bem-estar garantidos, seja no escritório, na fábrica ou na loja, não são os únicos beneficiados. O funcionário seguro e saudável mantém a assiduidade, produz mais e contribui de forma mais efetiva para o alcance dos objetivos e metas de sua equipe. "O ambiente dos edifícios modernos apresenta, em geral, janelas fechadas, carpetes grossos, acúmulo de papéis antigos ou em arquivos", observa a médica Maria de Fátima Emerson, especialista no tratamento de alergias. Segundo ela, esses fatores, associados à limpeza superficial e inadequada dos pisos, móveis e especialmente dos aparelhos de refrigeração, favorecem a presença de ácaros e fungos, inimigos dos alérgicos.
Ar-condicionado e cigarro
Para a alergista, o aparelho de ar-condicionado merece uma atenção especial. É preciso observar rigorosamente os prazos de limpeza de filtros e dutos determinados pelos fabricantes. Ainda como parte da prevenção, a especialista recomenda que os ambientes profissionais, da mesma forma que uma casa, devem ser arejados e limpos. O poluente interno mais comum é a fumaça de cigarro. Por isso, em um ambiente em que o fumo é permitido, mesmo os não-fumantes têm aumento no risco de infecções respiratórias. "O fumo passivo é um poderoso auxiliar na manutenção de crises de asma ou rinite", lembra Maria de Fátima.
Ainda é comum encontrar empresas alheias ao uso de cigarro em suas dependências, mas um grande número já proíbe tal prática. Esta norma obedece a dispositivos legais. A médica observa que a Lei n.º 9.294, de 15 de julho de 1996, nos termos do parágrafo 4.º do art. 220 da Constituição Federal, proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno em recinto coletivo, privado ou público, salvo em área destinada exclusivamente a esse fim, devidamente isolada e arejada.
Para completar, certos profissionais, como carpinteiros, marceneiros, cabeleireiros, operários da construção civil, químicos, ainda estão expostos a substâncias com o poder de piorar uma alergia respiratória (asma ou rinite) preexistente. "Por isso, a asma ocupacional pode ser induzida por agentes inaláveis em determinados ambientes de trabalho, na forma de gases e vapores", completa a especialista.
Motivos de preocupação
* Ambientes com grandes diferenças de temperatura.
* Pisos duros e escorregadios
* Falta de espaço para lanches e refeições.
* Materiais estocados em locais de risco.
* Iluminação insuficiente ou inadequada.
* Umidade, pintura desgastada ou em cores agressivas.
* Instalações de água, luz e gás mal-conservadas.
* Banheiros mal-higienizados
* Desinformação ou ausência de saídas de emergência.
Torne seu computador um aliado
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| Todas as recomendações devem ser seguidas, também, quando o usuário estiver usando o computador em casa. |
O computador já faz parte dos afazeres cotidianos de uma parcela considerável da população. Logo após os primeiros passos, se familiarizando com essa imprescindível máquina, seus usuários passam a tomar cuidado com seus hardwares e softwares. Eles aprendem como tirar o máximo proveito de processadores, memórias, discos rígidos e programas. Só que a maioria desses usuários se descuida com o "peopleware" ou com o bem-estar daquela pecinha que aperta as teclas do computador. Os usuários que ficam horas em frente a um computador sabem que, depois dessas maratonas, o corpo, por meio de vários alarmes, entre eles a sensação de cansaço, dores nas costas, pescoço, braços e mãos, além de sintomas mais sérios como as doenças ortomoleculares, podem sofrer danos irreversíveis.
Para prevenir a ocorrência desses problemas e cuidar me-lhor da saúde (nosso principal equipamento) seguem algumas dicas de boa postura para a crescente legião de usuários freqüentes do computador.
Olhos
Se você necessita de alguma correção visual, garanta que seus óculos ou lentes de contato estejam atualizados.
Reflexos
Posicione o monitor de lado para a janela. Se estiver de frente ou de costas, mantenha uma persiana, de preferência sempre fechada. Elimine fontes de reflexo. Em algumas situações, a inclinação do monitor de vídeo pode ajudar.
Monitor
O monitor de vídeo deve estar bem em frente aos seus olhos. Não trabalhe com o monitor de lado, pois isso exige torções do tronco e do pescoço, com possíveis conseqüências dolorosas para seus músculos. Quanto à altura, a posição ideal é um pouco abaixo da projeção horizontal de seus olhos e um pouco inclinado para cima, facilitando a leitura. Regule a luminosidade e o contraste da tela, para evitar esforços visuais.
Cadeira
Use uma cadeira ergonomicamente adequada. Evite cadeiras de madeira, palhinha e mesmo cadeiras tipo "gerente". A sua cadeira está na altura certa quando seus cotovelos ficam na altura do tampo da mesa. Caso seus pés fiquem suspensos, é indispensável o uso de apoio.
Mesa de trabalho
Procure trabalhar em uma mesa que tenha bordas arredondadas. Caso seu trabalho envolva leitura freqüente de texto ou consulta a documentos, arranje um suporte para documento e coloque o texto inclinado, o mais próximo possível do monitor de vídeo, ou entre este e o teclado, de forma que o seu deslocamento de pescoço seja leve. Todos os objetos de uso constante (calculadora, telefone e outros) devem estar o mais próximo possível para evitar torções do tronco ao manuseá-los.
Postura
Procure sentar-se sempre ali-nhado com o eixo da cadeira. Seu corpo, o teclado e o monitor de vídeo devem estar na mesma linha. Se você é alto, coloque um suporte de madeira debaixo do monitor de vídeo. Não faça concessões em relação à postura, ou seja, não adote posturas erradas, nem em trabalhos de pequena duração.
Teclado
Enquanto estiver digitando, não fique com o punho apoiado sobre a mesa ou sobre uma almofada eventualmente existente. Procure conhecer teclas de atalho de seu programa, de forma a reduzir o uso do mouse. Caso perceba que as teclas estão se tornando "duras" troque o teclado sem demora.
Mouse
Procure um mouse no formato tradicional, mas que seja adequado ao tamanho da sua mão. Procure trabalhar com os braços junto do corpo. Evite ao máximo esticar ou abrir o braço para operá-lo.
Pausas
Em qualquer situação, a cada duas horas (no máximo) interrompa o trabalho por 10 minutos, levante-se, ande um pouco e faça exercícios de distensionamento e de alongamento. Em atividades de digitação de dados, a pausa prescrita pela legislação brasileira é de 10 a cada 50 minutos trabalhados.
Escute seu corpo
Caso sinta algum tipo de dor, cansaço visual ou reflexos incômodos procure mudar de posição ou interromper o uso do computador por alguns minutos, fazendo outra atividade. Procure também identificar o que está errado, corrigindo sua condição de trabalho.
Laptop
Na hora de escolher um laptop, preste atenção no seu peso, nas dimensões do teclado (teclados pequenos são anti-ergonômicos). Prefira aparelhos de telas maiores.
Fonte: Livro "A Dinâmica dos comitês de ergonomia" de Hudson de Araújo Couto, médico do trabalho.
Quando o trabalho causa dor
Dados do Ministério do Trabalho mostram que o número de trabalhadores vítimas de doenças e acidentes de trabalho no Brasil, em duas décadas, passou de 19 milhões para cerca de 27 milhões, um aumento de 42%. Os principais problemas que atingem o trabalhador atualmente são as lesões por esforços repetitivos (LER) e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). "São, em geral, inflamações causadas por movimentos repetitivos e sem interrupção", explica o fisioterapeuta Alison Klein, professor do CBES – Colégio Brasileiro de Estudos Sistêmicos.
Na maioria dos casos, os trabalhadores afetados por esses distúrbios só procuram um médico quando as dores começam a atrapalhar sua rotina, sinal de que a lesão pode estar em estágio avançado. "Para o tratamento, o primeiro passo é o afastamento do trabalho e, a partir daí, sob orientação médica poderão ser necessários medicamentos, fisioterapia, acupuntura e, até técnicas de relaxamento", observa o fisioterapeuta.
