Forlenza explica que a doença de Alzheimer é um distúrbio neurodegenerativo, progressivo e geralmente de longa evolução, considerado a principal causa de demência na população. A incidência da enfermidade eleva-se com a idade, dobrando a cada cinco anos a partir dos 60. "Se o risco de uma pessoa adquirir a doença até os 60 anos de idade é de 1%, na faixa que vai dos 85 aos 95 anos, a probabilidade aumenta para 40%", salienta. Por envolver o doente e a sua família, o aumento no número de casos de Alzhemeir tende a se tornar um grave problema de saúde pública, trazendo importantes preocupações em termos de bem-estar social, econômico e de qualidade de vida.
Intervenção psicossocial
Os sintomas da doença incluem quadros depressivos e psicóticos (alucinações e delírios), apatia, agressividade, agitação psicomotora, condutas repetitivas, perturbações no ciclo de sono-vigília e mudanças nos hábitos de locomoção, como as saídas sem destino e perambulações. O tratamento da doença de Alzheimer inclui estratégias farmacológicas e intervenções psicossociais tanto para o paciente quanto para seus familiares. Assim são indicados o uso de drogas antidemência e outros psicofármacos. Na área psicológica, existem técnicas específicas para o manejo desses pacientes, quase sempre voltadas para a manutenção da sua qualidade de vida.
Os médicos estimam que a sobrevida dos pacientes costuma variar de 8 a 12 anos; contudo, formas mais graves podem progredir rapidamente, levando ao óbito em menos de dois anos. Essas drogas têm efeito sintomático e beneficiam as alterações psíquicas da demência. Acredita-se também que elas possam retardar a evolução natural da doença, possibilitando uma melhora temporária no estado funcional do paciente.
Estudos indicam que idosos que ocupam o seu tempo com atividades intelectuais ou que mantêm uma interação social mais ativa estão, conforme o neurologista Paulo Jaques Leite, menos propensos a sofrer de Alzheimer. Segundo o especialista, essas atividades podem se resumir a uma simples caminhada, já que o exercício físico também é importante nessa fase da vida, até a participação em associações de idosos e trabalhos comunitários, ou, simplesmente, o bate-papo com os amigos e, até mesmo, uma simples palavra-cruzada. Baseados em estudos realizados nos Estados Unidos, pesquisadores apuraram que indivíduos que têm um trabalho exigente, em nível psicológico, correm menores riscos de desenvolver a doença de Alzheimer.