Alimentos brasileiros têm composição listada em tabela

Muitos alimentos comuns ao brasileiro possuem em sua composição elementos benéficos à saúde que nem sempre são lembrados na busca de uma alimentação mais saudável. Por exemplo, as frutas típicas do nordeste, como umbu, mangaba e caju possuem propriedades antioxidantes úteis na prevenção de doenças e no combate ao envelhecimento precoce.

"Essas frutas são muito mais fáceis de encontrar do que, por exemplo, a cranberry, uma fruta canadense que tem sido indicada por suas propriedades antioxidantes", explica a nutricionista Ana Vládia Bandeira, doutora em ciência dos alimentos.

Com a intenção de mudar este quadro, o Ministério da Saúde acaba de lançar a segunda versão da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (Taco). O material é uma análise dos nutrientes que compõem os alimentos brasileiros e se tornou um importante marco para a saúde no País, pois os parâmetros utilizados, até o momento, eram americanos. Com a ?nossa? tabela, será possível aprimorar as políticas públicas e ações dos profissionais ligados à alimentação e nutrição.

O estudo analisou 23 componentes e características de cada alimento – umidade, energia (kcal), proteína, lipídeos, colesterol, carboidratos, fibra alimentar, cinzas, cálcio, magnésio, manganês, fósforo, ferro, sódio, potássio, cobre, zinco, retinol, tiamina, riboflavina, piridoxina, niacina e vitamina C.

Qualidade e segurança

Ana Bandeira comenta que, quando se pensa em uma dieta rica em fibras é comum a indicação da soja. Porém, observando-se o cardápio do brasileiro, poderíamos indicar o feijão, que também possui fibras e é muito mais comum na nossa alimentação diária. A nutricionista lembra que cada um desses dois grãos tem características próprias. Outra constatação do estudo vem na hora de escolher a carne. A tabela mostra que preço nem sempre indica o melhor. O músculo, por exemplo, é uma carne de segunda, mas é tão magrinho quanto o filé mignon, que custa bem mais caro. ?Os dois têm, em média, 140 calorias em cada cem gramas?, comprova a especialista.

Os cientistas que elaboraram a tabela, afirmam que, hoje, a maioria dos produtos traz no rótulo composições baseadas em alimentos produzidos nos Estados Unidos e analisados em laboratórios americanos. Mas, como temos um outro tipo de clima, solo e espécies de plantas diferentes, os cientistas estão certos de que nossos alimentos também não são iguais ? podem ter mais ou menos vitaminas, fibras, gorduras. ?E só agora os consumidores vão saber disso?, alertam.

De posse da nova tabela, profissionais de saúde e demais agentes que trabalham com alimentação e nutrição poderão conhecer os valores nutricionais dos alimentos, o que apoiará ações de promoção da alimentação saudável, nutrição e saúde da população. A expectativa é que, no segundo semestre deste ano, 40 mil tabelas sejam distribuídas para profissionais de saúde e para a sociedade científica. O material estará disponível no site do Ministério da Saúde e da Unicamp.

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