Para desfrutar com saúde esse período de temperaturas elevadas, são destacados alguns cuidados com a alimentação, que deve ser prioridade em qualquer estação do ano, mas que com o clima quente exigem preocupação extra.
Sempre é bom lembrar que muitos alimentos apresentam a gordura em uma forma “escondida”, o que ocorre com o queijo amarelo, amendoins, salgadinhos de pacote, pastéis, maioneses, chocolates e sorvetes em massa, entre outros. Uma boa opção seria consumir alimentos menos calóricos e mais saudáveis, substituindo, por exemplo, pastel frito pelo assado ou o chocolate pela barra de cereais.
Para se prevenir é melhor levar de casa frutas e legumes variados, higienizados e cortados em pedaços. Nada melhor do que usar e abusar das frutas da época, como mangas, uvas, pêssegos, abacaxi e ameixas, além de legumes, como pepino, tomate, cenoura e salsão, entre outros.
Tanto as frutas como os legumes devem ser mantidos gelados com o auxílio de uma pequena caixinha de isopor ou bolsa térmica. Uma alternativa é o consumo de alimentos de fácil digestão, como as saladas, enriquecidas com alimentos ricos em carboidratos, como batatas e macarrão, além de proteínas, como peixes e ovos.
Acondicionamento
Para a nutricionista Márcia de Lourdes Francischini essa é uma forma de se obter uma refeição de fácil digestão e nutricionalmente equilibrada, devido ao equilíbrio entre os nutrientes e por suprir as necessidades diárias de alimentação.
“É importante manter, pelo menos, três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar), intercaladas com dois ou três pequenos lanches nos intervalos, evitando-se as frituras e alimentos muito gordurosos”, reconhece a especialista.
“Não podemos ignorar a interferência do clima no comportamento das pessoas e, consequentemente, na alimentação”, sinaliza a nutricionista e consultora técnica de alimentação e nutrição do Ministério da Saúde, Anelise Rízzolo.
As ocorrências de intoxicações alimentares tendem a se acentuar no calor.
A temperatura alta pode predispor à deterioração acelerada dos alimentos quando não acondicionados adequadamente, principalmente os que requerem refrigeração. Por isso, na praia, o ideal é que se evite o consumo de alimentos de quiosques que não tenham infra-estrutura adequada e os vendidos por ambulantes.
“Para ser considerado um alimento seguro para o consumo, é necessário que esteja em boas condições de armazenamento”, ressalta a nutricionista. Outra forma de prevenir intoxicações é verificar se a manipulação dos alimentos foi feita de forma cuidadosa.
Ela lembra que é comum a contaminação por coliformes fecais, pois nem todas as pessoas que trabalham com alimentação se preocupam em lavar as mãos adequadamente, após ir ao banheiro, por exemplo.
Horários desregulados
A praia é o destino mais frequente nesta época do ano. É nesse cenário, que acontecem mais casos de gastrenterites – inflamações da mucosa estomacal e do intestino.
Para a criança que só quer saber de brincar e no meio de tantas atividades perde até a fome, os pais devem diversificar a alimentação e preparar sucos de frutas, sanduíches naturais e muita fruta, evitando o consumo de guloseimas na praia.
“Se a criança insistir em não se alimentar, a água de coco é uma ótima sugestão, pois é rica em sais minerais, como potássio, sódio, fósforo e cloro, além de carboidratos, vitaminas e proteínas”, garante a nutricionista.
No Verão, os horários desregulados para as refeições trazem, ainda, complicações para o aparelho digestivo. Os problemas mais sérios podem surgir principalmente entre as pessoas que não se hidratam suficientemente durante os períodos de calor intenso ou durante esforços físicos prolongados.
Conforme o clínico geral Enio ,Rios, a desidratação está quase sempre associada a uma baixa ingestão de líquidos, porém alguns outros fatores podem contribuir para seu surgimento, como a sudorese (suor) excessivo e perdas por meio de diarréia e vômitos.
“No Verão quando observamos um aumento de infecções intestinais, estas se tornam grandes vilãs para o surgimento de desidratação, principalmente em crianças”, observa, explicando que os principais sintomas são mucosas (olhos e boca) secas, sede intensa e redução da quantidade de urina são os primeiros alertas para desidratação.
Petiscos na praia
Com a chegada do verão há uma busca desenfreada pelo corpo perfeito. As pessoas mais prevenidas começam a se preocupar com esse detalhe ainda no inverno e conseguem chegar em forma antes mesmo da chegada do verão.
Entretanto, tanto planejamento e esforço podem ir por água abaixo, se o consumo alimentar durante as férias não for adequado.
Para evitar que isso aconteça, a nutricionista Amanda Epifânio seleciona alguns petiscos que devem ser ingeridos com moderação na praia.
Milho verde – Representa uma fonte alimentar nutritiva, rica em carboidrato. Ao contrário dos aperitivos, o milho verde é capaz de matar a fome e manter a saciedade por um período mais prolongado. A principal recomendação abrir mão da manteiga.
Sorvete – O sorvete cremoso pode chegar a 200 calorias. Os picolés de fruta são alternativas para substituir os picolés cremosos.
Além de não ultrapassarem mais de 60 calorias, são fontes importantes de hidratação para o consumo na praia.
Pastel – Como qualquer fritura, contêm elevado valor calórico. Cada unidade pode variar entre 450 e 900 calorias, dependendo do tamanho e do recheio. Além disso, o óleo utilizado para a fritura, muitas vezes, é reutilizado produzindo substâncias que aumentam o risco de doenças cardiovasculares.
Camarão – Não é um alimento de alto valor calórico, entretanto, quando frito, essa característica é perdida e cada espeto alcança um teor calórico de mais ou menos 250 calorias. Quando a mesma quantidade (100g) de camarão cozido, assado ou grelhado não ultrapassa 100 calorias.