Alergias respiratórias castigam os pequenos

Estatísticas divulgadas pela ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia) apontam que a prevalência das alergias respiratórias na infância é elevada, atingindo mais de 40% do público infantil.

No Brasil, estima-se que cerca de 30% das crianças, entre seis e sete anos, apresentam rinite alérgica, e 15% têm asma. Alguns sintomas são muito característicos, como as crises de espirro e a coceira nasal frequentes, especialmente quando os pacientes entram em contato com a poeira ou fumaça de cigarro.

A especialista em alergia pediátrica Ana Paula Castro explica os principais sintomas e os cuidados que as mães devem ter nessa época do ano, período em que ocorre a mudança nas temperaturas, com a passagem do Verão para o Outono.

A médica também ressalta que as doenças alérgicas podem se manifestar em qualquer idade. “Algumas das alergias podem ser curadas, outras controladas”, diz a médica.

O importante é tentar detectar o agente desencadeador, para poder combatê-lo e, também é fundamental lembrar que há um componente genético que não pode ser mudado.

Gripes ou resfriados recorrentes, sinusites de repetição e mesmo sangramentos nasais podem estar relacionados a quadros de alergia. No caso da asma, além das crises de chiado, quadros de tosse recorrentes e pouca vontade de praticar atividades físicas, podem esconder esse diagnóstico. “É importante lembrar que pais alérgicos têm uma chance maior de gerar filhos com alergia”, alerta a especialista.

Subdiagnosticadas

Os especialistas da SBAI alertam que as alergias mal cuidadas podem se tornar graves. A asma, por exemplo, se for subdiagnosticada pode evoluir para lesões pulmonares irreversíveis, assim como as rinites em tratamento aumentam a chance do desenvolvimento de asma.

Nos casos de alergia alimentar e a medicamentos, é importante descobrir o alérgeno envolvido. Crianças podem apresentar quadros graves como os adultos, pois as consequências de quadros mal cuidados podem persistir por toda a vida adulta.

A médica orienta que as mães devem agir com serenidade e procurar se informar ao máximo. “Hoje em dia, há muito que se fazer para pacientes alérgicos, principalmente na prevenção e no tratamento medicamentoso”, reconhece.

No caso das alergias respiratórias, o controle do ambiente domiciliar pode ser útil, como por exemplo, proibir o fumo e evitar o acúmulo de poeira, removendo carpetes e tapetes, tornando o quarto de fácil limpeza e removendo bichos de pelúcia.

O tratamento de alergia é bem específico para cada caso. Em algumas situações, o paciente submete-se à aplicação de medicamentos e vacinas. Em outros, é recomendável o controle do ambiente, evitando proliferação de ácaros e demais alérgenos. É imprescindível que o paciente seja acompanhado por um médico especialista.

Alergias alimentares

As alergias alimentares também são comuns na infância. Ana Paula Castro diz que a criança que manifesta alergia alimentar tem chances de desenvolver outras alergias, como asma e rinite alérgica, além de dermatite atópica.

Algumas crianças têm alergia ao leite materno. Os sintomas podem ser muito variados, entretanto, os mais característicos são aparecimento de bolinhas ou placas avermelhadas na pele que coçam bastante.

Pode haver inchaços nos lábios, olhos e sintomas intestinais como vômitos e diarréia. Nos quadros mais graves, pode haver desconforto respiratório e a criança precisar de auxílio para respirar.

Em geral, esses sintomas ocorrem até quatro horas após a ingestão do alimento. A alergia ao leite pode acometer até 5% das crianças. “Apesar de não tão assídua, deve ser adequadamente diagnosticada e, principalmente, não deve ser confundida com intolerância à lactose, problema frequente na infância”, informa. Outras manifestações comuns nessa fase são as reações alérgicas a picadas de insetos.

Tipos de alergias

Tipo 1 – São as mais comuns. Dentre elas estão: rinite alérgic,a, conjuntivite alérgica, asma, bronquite alérgica, sinusite alérgica e a dermatite alérgica, além de alguns casos de gastroenterite alérgica.

As alergias aos mariscos também são do tipo 1. O primeiro tratamento é evitar o que faz mal. Fumaça, tinta, alguns alimentos, cheiros fortes, certos medicamentos, entre outros.

Tipos 2 e 3 – São anticorpos dependentes. Estes casos são mais graves e, geralmente, são tratados em UTI.

Tipo 4 – São as dermatites de contato. As pessoas têm alergia a metais, couro, tinta, cimento e corante de cabelo. Também são comuns.

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