As alergias atingem cerca de 30% da população mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. No Brasil, as vítimas de doenças alérgicas chega a 35% da população. Somente a asma atinge quase 16 milhões de pessoas e corresponde à quinta maior causa de internações no Sistema Único de Saúde (SUS), conforme dados do Ministério da Saúde. O problema, apesar de bastante conhecido, ainda gera dúvidas nos pacientes em relação ao tratamento e sintomas que levam às crises asmáticas.
A falta de informação, de programas específicos de prevenção e a dificuldade de acesso aos serviços médicos especializados são os principais problemas para os pacientes que sofrem dessas doenças. Conforme os especialistas, as reações alérgicas mais freqüentes, entre elas a asma, são uma defesa exagerada contra fatores agressivos presentes no ambiente, produzindo uma série de sintomas, como falta de ar, coceiras, espirros, coriza, vermelhidão e urticárias, entre outros.
Diversos fatores
As doenças respiratórias são desencadeadas por vários fatores, como infecções virais ou dos seios da face (gripe, resfriado, sinusite e pneumonias), alérgenos (pólen, poeira, ácaros, mofo, pêlos de animais, penas), irritantes (fumaça de cigarro, produtos com cheiro forte), comidas, medicamentos, picadas de insetos, cosméticos, entre outros. No Brasil, o inverno é uma estação muito úmida, que favorece o surgimento da asma, devido às infecções virais e a multiplicação dos alergênicos. Limpar diariamente os ambientes da casa com pano úmido e aspirador de pó ajuda a diminuir a freqüência das crises de alergia, assim como as de asma.
Os medicamentos mais potentes conseguem controlar os sintomas da doença. A asma é tratada basicamente em duas etapas: durante as crises agudas e nos seus intervalos, de maneira preventiva. No combate à doença são indicados medicamentos broncodilatadores, associados a outras substâncias para controlar as crises. A manutenção deve ser feita com antiinflamatórios.
Uma das dificuldades que os médicos encontram é que diversos pacientes abandonam o tratamento por conta própria ou não fazem uso correto dos medicamentos. O recurso mais valorizado atualmente é a educação do paciente, que deve ser ensinado a reconhecer os sintomas e a gravidade das crises para buscar ajuda rapidamente. Muitas complicações seriam evitadas se os pacientes soubessem reconhecer a gravidade da crise e procurassem ajuda médica. Os pacientes procuram auxílio médico somente em último caso e isso prejudica o tratamento.
A volta dos aquecedores
Com os termômetros registrando baixas temperaturas, as pessoas voltam a usar aquecedores elétricos ou a gás para deixar mais confortáveis os ambientes. Entretanto, para não prejudicar a saúde é preciso ficar atento a alguns cuidados. Segundo o pneumologista do Hospital Vita Curitiba, Carlos Eduardo do Valle Ribeiro, é fundamental manter o ambiente bem ventilado, principalmente, nos casos de aquecedores com queima a gás. Nos locais onde são utilizados aquecedores portáteis, o médico orienta que se deve fazer opção por aqueles que sejam à base de óleo ou água. ?Apesar de não acarretarem problemas relacionados à ventilação, eles retiram a umidade do ar e podem causar o ressecamento das narinas?, comenta. Outras recomendações são a manutenção de ambientes ventilados e a ingestão de líquidos, principalmente água, além de se evitar locais de grande concentração de pessoas.