Foto: Arquivo/O Estado

 Consumo de cigarro está começando cada vez mais cedo.

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As adolescentes dos ensinos fundamental e médio de Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR) são as que mais fumam, em uma comparação feita pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) com meninos da mesma idade em 14 capitais brasileiras. A pesquisa faz parte do Sistema de Vigilância de Tabagismo em Escolares (Vigescola), promovido pela Organização Mundial de Saúde, pela Organização Pan-Americana de Saúde e pelo Center for Disease Control and Prevention (Centro para Prevenção e Controle de Doenças), dos Estados Unidos. O objetivo é monitorar, através de inquéritos repetidos, a freqüência do tabagismo entre estudantes de 13 a 15 anos.

O percentual de meninas da capital paranaense que já fumaram (51%) perde apenas para Porto Alegre (55%). Em Curitiba, 1.378 estudantes participaram do Vigescola. Como aponta o estudo, são fumantes 46,3% desse total. Enquanto os rapazes que já fumaram representam 38,5%, as garotas que já acenderam um cigarro são mais da metade: 50,9%. Atualmente, o número de estudantes curitibanos que continuam fumando é bem menor, no entanto mais uma vez as adolescentes se destacam: de um total de 14,5%, 11,2% são do sexo masculino, enquanto 15,9% do feminino. Outro dado importante é que 13,2% dos estudantes entrevistados consideram que os meninos que fumam têm mais amigos e 10,1% acham que o mesmo serve para as meninas. A pesquisa aponta ainda para os principais acessos e a disponibilidade ao tabaco, entre os adolescentes: 14,4% dos adolescentes fumam em casa; 55,65% deles compram o cigarro nas lojas. Desse total, 86,2% nunca foram barrados ao comprar o produto por conta da idade. 18% dos adolescentes já fumaram mais de cem cigarros na vida – nesse índice os meninos, um total de 26%, superam as meninas, que representam 14%.

Inca

De maneira geral, as mulheres estão fumando mais do que os homens no País. Segundo a chefe de epidemiologia do Inca, Liz Almeida, que coordenou a pesquisa, ?as regiões Sul e Sudeste do Brasil estão seguindo a tendência mundial, especialmente dos países desenvolvidos, de as mulheres ultrapassarem os homens?. De acordo com Liz, há cerca de 20 anos essa situação era diferente no Brasil e os meninos lideravam o ranking de fumantes. ?Esse quadro vem mudando porque hoje há maior tolerância das famílias e da sociedade em geral?, diz Almeida.

Liz destacou a preocupação em torno do aumento do número de mulheres fumantes. Segundo ela, a dependência do tabaco no público feminino é mais grave. ?As crianças de mães fumantes podem nascer com sérios prejuízos. Além disso, há maior risco de aborto?, afirmou a coordenadora da pesquisa.

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