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O açúcar, quando ingerido, é quebrado em seus dois componentes: glicose e frutose, que, isoladamente, estão presentes em vários alimentos. |
Entendendo isso, podemos compreender que o grande vilão da obesidade e das dietas não é o açúcar em si, mas o consumo excessivo de produtos calóricos. ?Prova disso é a epidemia de obesidade constatada no mundo, mesmo as pessoas usando adoçantes como nunca?, enfatiza a endocrinologista e nutróloga Ellen Simone Paiva, diretora do Centro Integrado de Terapia Nutricional. Uma recente pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) identificou que a metade da população brasileira está com sobrepeso. De acordo com a médica, dá impressão de que ?o uso indiscriminado de adoçantes está dando o aval para que as pessoas consumam mais alimentos e com eles, muito mais calorias?.
Quantidades camufladas
Ellen Paiva explica que, quando dizemos açúcar, estamos nos referindo a uma forma muito específica de carboidrato, a sacarose. Ela se encontra no açúcar caseiro, refinado e cristal, no açúcar mascavo e orgânico e nos doces em geral. Nos alimentos naturais, encontramos a sacarose na cana-de-açúcar, na beterraba e em algumas frutas como a laranja. A especialista lembra que o mel tem alta concentração de frutose e glicose, logo, não deixa de ser um tipo de açúcar. ?O açúcar, quando ingerido, é quebrado em seus dois componentes: glicose e frutose, que, isoladamente, estão presentes em vários alimentos?, esclarece a endocrinologista.
Moderação e eqüilíbrio
A frutose está presente em todas as frutas e a glicose é a unidade formadora da maioria dos carboidratos, incluindo o amido do arroz, a batata, os pães, as massas em geral, a mandioca e o milho. O leite e seus derivados possuem a lactose e o malte de trigo e a cevada, a maltose, produtos essenciais na produção de cerveja. Por isso tudo, aquela história de não ficar com peso na consciência depois de devorar alguns doces e beber com os amigos no fim de semana, no entender de Valéria Goulart, pode ser uma verdadeira ?roubada?. Segundo ela, essas escapadas, muitas vezes, significam a cota que faltava para aumentar a concentração de glicose no sangue – e com isso provocar uma série de distúrbios metabólicos e de doenças a eles associadas, como obesidade e diabetes, por exemplo.
O sobrepeso é resultado de comer mais do que o corpo precisa para manter suas funções vitais e suas atividades diárias. Se a pessoa comer doces e chocolates e continuar dentro dos limites da sua necessidade calórica, é possível que não haja ganho de peso, mas há chances de não estar consumindo todos os nutrientes necessários. Entretanto, assim como outros alimentos, se o seu consumo de chocolates e doces tiver mais calorias do que o seu corpo necessita, a pessoa estará sujeita ao ganho de peso. ?Como sempre, nas questões de saúde, novamente, a moderação e o equilíbrio são as palavras- chave?, considera Ellen Paiva.
Vinte mil mortes por ano
A pessoa que adere a uma dieta deve reduzir o número de calorias em geral e os carboidratos consumidos. Também devem ter em mente que a maioria das sobremesas doces contém um alto percentual de gorduras, notadamente, os sorvetes, chocolates e tortas doces, por isso seu valor calórico em gorduras é muitas vezes maior do que em carboidratos. No caso dos portadores de diabetes, tem ocorrido uma progressiva flexibilidade no consumo de carboidratos, inclusive com a possibilidade de ingestão de doces com açúcar. Entretanto, esses pacientes precisam saber que os carboidratos são os responsáveis pelas elevações das glicemias e todo acréscimo no consumo de carboidratos deve ser compensado pela diminuição no consumo de outros alimentos ou no aumento na dose de insulina e de outros medicamentos utilizados para controlar a doença.
Alimentos ricos em açúcar, como biscoitos, doces, balas e refrigerantes são normalmente pouco nutritivos, logo, se a maioria das calorias que se consome durante o dia vem desses alimentos, o indivíduo provavelmente terá deficiências de vitaminas, minerais e fibras, necessárias para manter um corpo saudável e com um sistema imunológico reforçado. Se a pessoa sente vontade de comer algo doce, pode optar por um pedaço de fruta, já que os açúcares naturais são encontrados tanto nesses alimentos quanto nos leites e iogurtes.
Tipos de açúcar
Refinado
Resulta de um processamento químico que retira a sacarose da cana-de-açúcar e adiciona produtos químicos e conservantes.
Orgânico
Extraído de plantios em que não são usados adubos nem fertilizantes químico.
Mascavo
É a forma não refinada, contém proteínas, gordura, cálcio, fósforo, ferro, vitaminas, sódio, potássio, magnésio e zinco.
Cristal
Não passa por algumas fases do processo de refinamento, o que resulta em pequenos cristais, de cor branca.
Confeiteiro
É o açúcar refinado, misturado com amido de arroz, de milho ou fosfato de cálcio para evitar a formação de pedras.
Líquido
Esse açúcar é obtido com a dissolução do açúcar refinado de cana ou beterraba em água. Light.
Tem o diferencial de ser menos calórico por se utilizar de um adoçante não calórico no seu preparo, na proporção de 50%.
Adoçantes
São substâncias que apresentam baixo teor calórico. Podem ser artificiais, como a sacarina, o ciclamatos e o aspartame ou naturais, como a stévia.
Combate ao sobrepeso
Rippe, que é diretor de um dos maiores centros de pesquisa em nutrição, atividades físicas e estilo de vida dos Estados Unidos, procura esclarecer o que há de falso nos dez maiores mitos das dietas, além de identificar o que tem fundamento científico. O conteúdo é destinado às pessoas com sobrepeso, pois faz com que elas se tornem capazes de decisões seguras em busca de um emagrecimento saudável.
Além de um caminho que levará as pessoas a um emagrecimento duradouro, a publicação apresenta componentes considerados essenciais para que uma dieta tenha resultados satisfatórios. Esses "mandamentos" foram definidos a partir de uma análise acerca dos mitos e casos reais de pessoas que atingiram um emagrecimento a longo prazo. O livro custa R$ 22,00 e pode ser adquirido pelo telefone 0800-7266167.