Acidentes com auto-medicação aumentam no inverno

A Secretaria Estadual da Saúde faz um alerta contra os riscos da auto-medicação. O perigo é maior no inverno, com o aumento das ocorrências de doenças respiratórias, principalmente em crianças menores de 5 anos e idosos. As causas são o descuido dos pais, auto-medicação e falta de atenção.

Segundo levantamento da secretaria, as crianças são as maiores vítimas da intoxicação pelo uso inadequado ou excessivo de medicamentos, além de envenenamento por outros tipos de produtos químicos encontrados dentro de suas próprias casas.

Nos últimos quatro anos, foram registrados mais de 700 casos de intoxicação envolvendo crianças de até 14 anos – 44% aconteceram na faixa etária de 2 a 3 anos. Os dados foram fornecidos pelas 22 Regionais de Saúde do Paraná e centros de informações toxicológicas de Curitiba, Londrina e Maringá.

“Os casos de envenenamento costumam acontecer no ambiente doméstico, onde são encontrados, com freqüência, medicamentos, plantas, alguns animais e muitos produtos químicos”, afirma a bióloga e chefe da Divisão de Zoonoses e Intoxicação da Secretaria da Saúde, Gisélia Burigo Guimarães Rubio.

Os medicamentos campeões de casos de intoxicação entre as crianças são os descongestionantes nasais, analgésicos, comprimidos anticoncepcionais, medicamentos para asma e sedativos. Já os idosos normalmente cometem erros de administração e auto-medicação com sedativos, antidepressivos e medicamentos para doenças cardiovasculares.

“Sempre consulte um médico antes de tomar qualquer medicamento, pois nem sempre os remédios prescritos para uma pessoa servem para outra, mesmo que os sintomas sejam os mesmos”, explica Gisélia.
A bióloga acrescenta que não é recomendável tomar medicamentos no escuro ou se estiver sonolento, e lembra que o descarte dos materiais vencidos deve ser feito de forma segura. “E nunca diga para uma criança que remédio é doce ou balinha”, ressalta.

CUIDADOS SIMPLES EVITAM OS
CASOS DE ENVENENAMENTO DOMÉSTICO

Os casos de envenenamento doméstico podem ser evitados com cuidados básicos. Os produtos perigosos devem ser guardados em armários trancados, longe de alimentos e do alcance de crianças e animais domésticos. Eles não devem ser deixados em locais como criado-mudo, cabeceira da cama ou armários baixos sem chave.

Os produtos tóxicos não podem ser guardados em garrafas de refrigerantes, potes ou frascos vazios, e as embalagens de produtos perigosos nunca devem ser reutilizadas. Outro cuidado que deve ser tomado é com a escolha da empresa de dedetização. Um dos critérios é verificar se ela tem registro na Vigilância Sanitária do município.

Sintomas como repentino mal súbito, vômito, desmaio, convulsão ou respiração difícil podem indicar intoxicação. Se o veneno estiver no ambiente deve-se abrir portas e janelas para ventilar o local, e retirar rapidamente as pessoas do local contaminado. Se o contato for com a pele, é preciso retirar roupas e sapatos da pessoa atingida e lavar bem a área afetada com água corrente, sem esfregar.

Em caso de contato com os olhos, a orientação é lavá-los com água corrente ou soro fisiológico. “Quando o veneno é ingerido nunca se deve provocar vômitos se a vítima estiver desmaiada ou em convulsão, se for criança com menos de 2 anos, ou se o produto ingerido for inseticida líquido, querosene, gasolina, solventes, substâncias cáusticas ou ácidos em geral”, alerta a chefe da Divisão de Zoonoses e Intoxicação da Secretaria da Saúde, Gisélia Rubio. “Ao contrário do que algumas pessoas pensam, não se deve dar leite à vítima”, completa.

Em todos os casos de envenenamento é preciso procurar a unidade de saúde mais próxima para a orientação adequada. Quando for possível, levar também o produto ou o nome do produto que causou o envenenamento. Dúvidas podem ser esclarecidas nos Centros de Informações Toxicológicas. No Paraná eles funcionam em Curitiba (0800-41-0148), Londrina (43-371-2244) e Maringá (44-225-8484).

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