É comum para quem sofre de enxaqueca a vontade de, ao ter um ataque, querer se refugiar em um quarto silencioso e escuro.
Há muito tempo se sabe que a luz piora o quadro de alguns tipos de cefaleia, os motivos por que isso ocorre são desconhecidos.
Agora, um grupo de cientistas nos Estados Unidos identificou um mecanismo que ocorre na sensibilidade à luz durante as crises de enxaqueca tanto em pessoas com visão normal quanto em deficientes visuais.
Os resultados da pesquisa, divulgados na edição online da revista Nature Neuroscience, ajudam a compreender melhor os mecanismos do problema ainda sem cura e que atinge milhões de pessoas no mundo.
De acordo com o estudo, cerca de 85% das pessoas com enxaqueca são extremamente sensíveis à luz. A fotofobia faz com que muitos evitem atividades, como dirigir ou até mesmo ler e trabalhar.
Foi a constatação de que a sensibilidade à luz atinge, entre os pacientes com enxaqueca, até mesmo as pessoas cegas que levou o grupo a investigar a hipótese de que os sinais transmitidos pela retina por meio dos nervos ópticos intensificariam as dores.
Isso ajuda a explicar por que pacientes contam que suas crise se intensificam segundos após a exposição à luz e melhoram de 20 a 30 minutos depois que passam para ambientes escuros. Para os autores do estudo, a descoberta fornece novas rotas para abordar o problema da fotofobia em portadores de enxaqueca.