Paradas bruscas dos movimentos no meio de uma ação. Espasmos no pescoço ou nos braços. Tremores das mãos ou piscadas repetidas dos olhos.

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Muito confundida com tique nervoso, a distonia é uma doença neurológica que provoca espasmos musculares involuntários, resultando movimentos e posturas anormais que afetam muito a qualidade de vida dos portadores. Ao contrário do tique – uma manifestação semi-voluntária em que a pessoa tem controle sobre o gesto, a distonia produz espasmos musculares involuntários em determinadas regiões do corpo.

Como consequência, o portador pode ficar impossibilitado de andar, dirigir e realizar suas atividades básicas como tomar banho, escovar os dentes ou comer, tornando-se, em alguns casos, dependente de alguém para tais atividades. Além das limitações físicas, a doença afeta a autoestima dos portadores, podendo levar à exclusão social e, até, à depressão.

Toxina botulínica

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De acordo com o neurologista Delson Silva, na maioria das vezes, a causa da disfunção não é conhecida, mas acredita-se que os movimentos anormais sejam resultados de uma disfunção de parte do cérebro, que causam a contração excessiva e involuntária dos músculos.

Para o especialista, a falta de conhecimento sobre a doença e o fato de ser confundida, faz com que muitas pessoas não procurem orientação médica e vivam com sintomas tão debilitantes. “Casos mais graves de distonia nos olhos, por exemplo, podem levar à cegueira funcional”, admite o médico.

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Não existe cura para o distúrbio, mas há tratamentos disponíveis que auxiliam na melhora da qualidade de vida dos seus portadores. Eles são direcionados para aliviar os sintomas de espasmos, dor, posturas e movimentos anormais provocados pela doença.

As técnicas empregadas dependem do tipo de distonia: os pacientes podem fazer uso de medicamentos via oral e, em alguns casos, o médico pode considerar a indicação do tratamento cirúrgico.

Um dos tratamentos mais eficazes para a distonia em adultos é o uso da toxina botulínica tipo A. O efeito é temporário e o tratamento pode ser repetido aproximadamente a cada três ou quatro meses de acordo com as necessidades.

O tratamento com a toxina botulínica é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em hospitais de todo o País. O medicamento é reembolsado pelos planos de saúde.