Genebra – Em 2005, 7,6 milhões de pessoas morreram de câncer e, nos próximos dez anos, 84 milhões também não sobreviverão à doença se nenhuma medida for tomada pelos governos e pelos sistemas de saúde. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que amanhã celebrará o dia mundial de combate ao câncer. Segundo a agência de Saúde da ONU, 13% de todas as 54 milhões de mortes no mundo em 2005 foram causadas por algum tipo de câncer.
A OMS quer reduzir em 2% a incidência dessas mortes até 2015, o que significaria que 8 milhões de vítima poderiam ser salvas durante a próxima década. Caso contrário, apenas em 2015, o número de mortes deverá chegar a 9 milhões de pessoas em apenas um ano. Em 2030, 11,4 milhões de pessoas poderão morrer de câncer se a situação não for transformada.
Outra constatação da OMS é que 70% das mortes em 2005 por câncer ocorreram nos países de renda média ou nas economias mais pobres Sem diagnósticos adequados e tratamentos em quantidades suficientes, vítimas de câncer nesses países acabam descobrindo a doença apenas tardiamente e contam com poucos recursos para o tratamento. Por isso, a agência de Saúde da ONU pede que governos fortaleçam seus sistemas de saúde para combater o problema.
Catherine Le Gales-Camus, subdiretora para doenças não-transmissíveis da OMS, alerta que a diferença nas condições de tratamento entre países ricos e pobres é um dos principais obstáculos para o combate ao câncer no mundo. "Muitas mortes poderiam ser evitadas", afirmou. Segundo os dados da OMS, 40% dos casos registrados em 2005 poderiam ter sido prevenidos.
O que assusta os especialistas ainda são fatores como o aumento da obesidade e consumo de alimentos gordurosos. Com um estilo de vida mais sedentário e diante de um menor consumo de frutas e legumes, a população mundial estaria mais propensa a desenvolver algum tipo de câncer.
Tabaco
Mas o maior responsável pelo câncer é mesmo o tabaco, que gera 1,5 milhões de mortes por ano. A partir de segunda-feira, a OMS promove a primeira conferência mundial entre os países que aderiram ao tratado de combate ao cigarro. A reunião, que contará com a presença do Brasil, vai estabelecer prioridades de ação e iniciar diálogo sobre novos acordos, como sobre a publicidade e sobre contrabando de cigarro. Enquanto a OMS luta contra o cigarro, porém, as empresas do setor continuam divulgando resultados recordes de vendas e de lucros.