50% das emergências médicas são alarmes falsos

Muitas pessoas se espantam com o vai-e-vem incessante de ambulâncias pela cidade. Elas percorrem todos os cantos da cidade atendendo emergências, urgências e, infelizmente, casos nada graves, como febre ou dor de barriga, sem contar a solicitação para retirada de algum cisco que entrou no olho ou para socorrer uma vítima de picada de inseto. ?Em média recebemos 1.700 ligações diárias solicitando nossos serviços, porém, menos de 50% são detectadas como chamadas realmente emergenciais?, afirma o gerente de atendimento da Ecco-Salva, Jair de Almeida.

O cardiologista Carlos Roberto Zavadinack, que trabalha no setor de encaminhamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), diz que esse tipo de atendimento prejudica as pessoas que realmente precisam de cuidados emergenciais. ?Para decidir ou não pelo envio de uma ambulância, o atendente depende exclusivamente das informações passadas pelo solicitante do resgate?, comenta, salientando que, invariavelmente, as pessoas valorizam demais alguns sintomas e acabam passando essa preocupação para os paramédicos, que ficam, assim, obrigados a enviar o socorro. ?As pessoas precisam distinguir emergência, urgência ou simples incômodo?, frisa Almeida.

Estabelecendo prioridades

O objetivo de um serviço médico-emergencial é atender, o mais rápido possível, acidentes que envolvam traumatismos, infartos, hemorragias, queimaduras, convulsões, fraturas, intoxicações, perda de consciência, ou seja, situações prioritárias em relação à saúde e sobrevivência do paciente. ?São situações de extrema gravidade e repentinas, que não escolhem nem dia e nem hora para acontecer?, enfatiza Zavadinack. Por isso, o deslocamento de uma ambulância requer a presença de profissionais especializados e treinados para as mais diversas ocorrências.

Jair de Almeida diz que, na empresa, as emergências são sempre tomadas como prioridade 1, ou seja, são elas que recebem atenção especial e o deslocamento preferencial das UTIs móveis. Ele salienta, porém, que nenhuma chamada é dispensada ou ignorada, já que, em vários casos, o relato passado não condiz com a verdadeira situação da vítima. Por ser um serviço particular, muitas pessoas solicitam o serviço mesmo sabendo que são casos que podem ser resolvidos em qualquer serviço médico comum. ?O nosso usuário também precisa entender que uma tosse é muito menos importante que uma perda de consciência, por exemplo?, constata.

Urgências e…

As urgências são situações graves de saúde, sem, no entanto, trazer risco iminente de vida. Por sua gravidade, desconforto ou dor requerem atendimento médico, sem o caráter emergencial, entre elas:

* Dor de cabeça súbita de forte intensidade, não habitual e que não cede aos medicamentos habituais.

* Dor lombar súbita muito intensa acompanhada de náuseas, vômitos e alterações urinárias.

* Febre elevada em crianças, de causa não esclarecida e que cessam com o uso de antitérmicos.

…emergências

São situações nas quais existe a necessidade da tomada de ações e decisões médicas imediatas, devido a sua importância e gravidade. São quadros que colocam a vida em risco, tais como:

* Perda de consciência sem recuperação.

* Dificuldade respiratória de forma aguda.

* Dor intensa no peito acompanhada de suor frio, falta de ar e vômitos.

* Grande hemorragia.

* Quadro alérgico grave com falta de ar e inchaço.

* Movimentos descoordenados em diversas regiões do corpo.

* Aumento súbito da pressão arterial, acompanhado de dores de cabeça de forte intensidade.

* Acidentes graves com fraturas, choque elétrico, afogamentos e intoxicações graves.

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