A hipertensão arterial é um dos assuntos em discussão no 35º Congresso Paranaense de Cardiologia, que termina neste sexta-feira (20), em Maringá. Um trabalho apresentado trata, por exemplo, da pressão alta nas crianças, cuja incidência chega a 3,5 milhões. O assunto é alvo inclusive da campanha nacional de prevenção à doença, comemorado no próximo dia 26. Esta edição tem como tema Hipertensão: é cedo que se previne?.
De acordo com o autor do trabalho apresentado no Congresso, que reúne especialistas de todo o país, Hélcio Giffhorn, da Pontífice Universidade Católica do Paraná (PUC), os erros alimentares constituem a maior causa do aumento da pressão.
Neste trabalho foram acompanhadas 13 crianças em tratamento no ambulatório de cardiologia pediátrica. Essa pesquisa mostrou que houve redução da pressão arterial somente com a diminuição do consumo de sal em 11 dos 13 casos.
No público infanto-juvenil, a hipertensão está geralmente associada à má-alimentação e ao sedentarismo. Por isso, advertem os especialistas no Congresso, é importante promover a conscientização dos jovens, alertando-os para as conseqüências futuras da doença.
A hipertensão está presente em 5% dos 70 milhões de crianças e adolescentes no Brasil. São 3,5 milhões de crianças e adolescentes que precisam de tratamento. Diversos estudos levantaram a prevalência da hipertensão juvenil. No Rio de Janeiro ela está em torno de 7%. Em Belo Horizonte e Florianópolis, ela é de 12%. Em Salvador4% das crianças e adolescentes tem hipertensão arterial.
Números
Dados do Ministério da Saúde relativos a 2003, ano da última atualização, revelam que as doenças cardiovasculares foram responsáveis pela morte de 274 mil brasileiros, o dobro de mortes por todos os tipos de câncer. Isso representa 31,5% dos óbitos na população brasileira. Entre os fatores de risco para a mortalidade, a hipertensão é responsável por 40% das mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC) e 25% daquelas por doença coronariana. A hipertensão contribui, direta ou indiretamente, com 46% de todas as causas de morte, por todas as idades. Outro dado alarmante é que no Brasil 15 milhões de hipertensos desconhecem.