As estatísticas do setor do turismo mostram que, ano a ano, cresce o número de brasileiros que viajam a outros países, principalmente para os Estados Unidos. No ano passado 525 mil brasileiros visitaram os EUA, sendo que o mês de julho, período de férias escolares no Brasil, é a principal temporada de embarque para o exterior. Para este ano, a previsão é que 555 mil brasileiros passem pelo território norte-americano. Também em 2006 foi registrado um aumento de 40% nos pedidos de visto, segundo dados da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Para quem planeja engrossar a lista de brasileiros que escolhem os EUA como destino, o sucesso da viagem vai além do passaporte nas mãos. É preciso saber se comunicar para evitar gafes e mal-entendidos.
Para viajar a um país de língua inglesa não basta carregar um dicionário debaixo do braço. Lembrar de alguma expressão aprendida nas aulas de inglês e usá-la em qualquer situação também não é a melhor forma de se comunicar no exterior. Nem sempre se pode utilizar a mesma expressão em uma cidade turística e em um hotel de luxo. O coordenador do CCBEU (Centro Cultural Brasil-Estados Unidos) em Campinas, Henry Grant, dá algumas orientações para os turistas desenferrujarem o inglês e não cometerem gafes.
Ser formal ou informal?
Normalmente, nas viagens turísticas, o diálogo pode ser mais informal, permitindo o uso de gírias ou expressões coloquiais. Interjeições muito comuns que podem expressar admiração por um ponto turístico como absolutely awesome! (maravihoso!), Wow! (uau) ou What a view! (que vista linda!) são bem aceitas, porém são expressões que podem ser usadas apenas na comunicação oral e não na escrita.
Cumprimentos
Na hora de cumprimentar, deve-se observar o ambiente e o grau de intimidade que o turista tem com o interlocutor. Se o hóspede disser ao funcionário de um hotel hey man, what?s up? (e aí, como está?) ou hi there (olá) e tiver intimidade suficiente, vai passar a imagem de ser uma pessoa comunicativa e informal. Por outro lado, se o hóspede for se dirigir ao gerente ou outra pessoa com cargo de autoridade, deve ter uma postura mais formal. Se utilizar uma expressão mais informal pode se passar por espaçoso e inadequado. Para não errar, o good morning (bom dia) é a melhor opção.
Abordagem
Se o turista precisar de uma informação ou ajuda e precisar interromper o que uma pessoa estiver fazendo, é aconselhável que se adote a linguagem um pouco mais formal, para ela não fugir do contato. Se precisar pedir informação a um pedestre na rua, por exemplo, pode dizer I wonder if you could help me. Could you tell me where the Metropolitan museum is? (Estava pensando se você poderia me ajudar. Você poderia me dizer onde é o Museu Metropolitano?). Assim, o turista mostra ao pedestre que é educado e não oferece perigo. Já a maneira mais informal, como Which way is the Metropolitan Museum? (Qual é o caminho do museu?) pode assustar o informante e provavelmente deixará o turista sem resposta. Usar uma frase longa demais também não é recomendável. Dizer Excuse me, I hope you don?t mind my asking but could you possibly tell me the way to the Metropolitam Museum (Com licença, eu espero que você não se importe com a minha pergunta, mas você poderia possivelmente me dizer o caminho para o museu?) pode soar pedante.
Situações
O importante é adequar o tom aos seus objetivos e ao interlocutor. Como regra geral, é recomendável o turista usar termos mais neutros em viagens. Em locais mais simples e informais, a utilização de linguagem mais neutra complementada com expressões coloquiais é de bom tom. Já em hotéis mais luxuosos a linguagem formal seria mais adequada à cultura do local para manter a imagem de sofisticação. Porém, se o turista estiver em um bar trocando histórias pessoais, termos mais informais como you know something (você sabe) ou guess what (adivinhe) são mais apropriados.
Como última dica, o coordenador do CCBEU, Henry Grant, lembra ainda que falar rápido para demonstrar fluência sem dominar o idioma prejudica muito o diálogo. Os erros e a fala rápida dificultam o entendimento. Traduzir as frases ao pé da letra também é um erro. O turista pode dizer catch a ball in the air (pegar a bola no ar), mas deve falar pick them up at the airport (pegá-los no aeroporto). Comunicar é preciso. ?Não deixe de fazer por medo de errar, mas se você acertar no tom e nas palavras é muito melhor?, conclui Grant. Informações: www.ccbeuc.com.br.
Falsos cognatos podem ser um perigo
Mais conhecidos como ?falsos amigos?, os falsos cognatos são palavras que têm escritas semelhantes em português e inglês, mas seus significados são completamente diferentes. A palavra liquidate, por exemplo, não é uma liquidação de loja. Liquidate significa decretar falência de uma empresa e liquidator é a pessoa responsável por esse processo. Liquidação de loja é sale e liquidificador é blender. Para liquidar um assunto, a expressão mais utilizada é put an end to this discussion. Se o turista quer ir a uma loja, deve procurar por store ou department store e não por magazine que, em inglês, significa revista. Se for pedir um bife peça um steak e não um beef. Se for à farmácia diga que precisa de algo para cold e não para gripe.