Deliciar-se com riquezas literárias, sentar em um pub e tomar uma guinness, passear em meio a belos jardins, vales verdejantes e castelos medievais. Sim, estamos falando da Irlanda. A atmosfera céltica deste país, cheio de história e belas paisagens, pede para ser vivenciada nas ruas da capital, Dublin, e nas estradas sinuosas que o cortam.

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Mas é o jeito de ser dos irlandeses, alegres e hospitaleiros, que faz com que a viagem seja encantadora já à primeira vista. A começar pela capital da República da Irlanda, Dublin, com seu clima jovem e amigável.

O centro compacto da cidade, na foz do Rio Liffey, ferve de agitação, com muitas atrações – um ímã para jovens de toda a Europa, dando à capital irlandesa um toque moderno e internacional.

Dublin é uma cidade plana, fácil de ser percorrida a pé. E é andando por ela que o turista vai se deliciando com ruas cheias de história, casas do século 18, quarteirões inteiros em construções georgianas, de tijolinho aparente e portas coloridas. Um ótimo exemplo é a Merrion Square, no centro, onde viveu Oscar Wilde (n.º 1) e William Butler Yeats (n.º 82).

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Parques e jardins

Mariuccia Ancona Lopez
Parque urbano de St. Stephen’s Green é composto de vários jardins – inclusive um para cegos, com informações em Braille e plantas aromáticas.

Nessa mesma quadra fica um belo jardim – com uma estátua de Oscar Wilde e suas muitas e bem humoradas frases -, sempre impecavelmente cuidado, com várias áreas independentes. Os jardins e parques, aliás, são o forte de Dublin.

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Também na área central da cidade, visite o St. Stephen’s Green, um parque urbano com 11 mil metros quadrados, composto de vários jardins – inclusive um para os cegos, que possui sinais em Braille e plantas aromáticas. É lá que, ao menor sinal de sol e céu azul, os “dubliners” vão, com seus sanduíches, na hora do almoço, usufruir do verde.

Dublin é também sede do maior parque urbano da Europa, o Phoenix Park, com 11 quilômetros de circunferência. Nele há alamedas para caminhadas ou para andar de bicicleta, espaços abertos onde veados vivem livremente, casas de chá e também o Zoológico de Dublin.

Conheça o lado literário da cidade

Mariuccia Ancona Lopez
Compacto, centro de Dublin ferve de agitação e convida a um passeio a pé ou de bicicleta para conhecer seus casarios históricos.

Com muitos filhos ilustres, como James Joyce, William Butler Yeats, George Bernard Shaw e Samuel Beckett, Dublin é considerada uma das capitais literárias do mundo.

Ainda hoje autores irlandeses são campeões de vendas de livros, como, por exemplo, a jovem Marian Keys, com títulos publicados no Brasil como Férias e É agora… ou nunca.

Escrever parece ser a vocação irlandesa e começou muito tempo atrás, há mais de mil anos, quando os monges transcreviam a Bíblia em manuscritos. A melhor amostra desse trabalho está em exibição na biblioteca da universidade de Trinity College: The Book of Kells, ou O Livro de Kells, datado de 800 d.C. Vale a pena visitar.

E quem quiser ter uma noção geral da literatura irlandesa deve conferir o Writers Museum, na Parnell’s Square, numa casa do século XVIII, onde estão reunidos documentos, cartas, retratos, livros e objetos de escritores.

Há ainda, não longe dali, o James Joyce Centre (18/19 Lincoln Place), onde há dados sobre a, vida e obra do autor do romance Ulysses. Ainda falando de livros, uma loja imperdível é a Chapter’s Bookshop (Parnell Street), e não apenas pela imensa variedade de títulos, mas também pelos preços convidativos.

Outro local que fala muito da história da Irlanda é o Museu Histórico Kilmainham Gaol (Inchicore Road, Kilmainham, Dublin 8), antigo presídio onde são contadas as histórias de lutas heróicas e trágicas do país. Nessa prisão, onde foi rodado o filme Em nome do pai, heróis da independência terminaram seus dias.

Pubs e restaurantes no Temple Bar

Tourism Ireland
Caiu a noite, hora de ir para o Temple Bar: lá fica o famoso pub de mesmo nome, além de bares, restaurantes, galerias de arte e cinematecas.

Se a preferência do turista for pela vida noturna, o endereço certo em Dublin é o Temple Bar, área da cidade bem próxima ao Rio Liffey, no lado sul. Na região existem muitos bares, restaurantes, pubs, galerias de arte e cinematecas. Lojas de roupas da moda, de “tribos urbanas” ou de objetos de decoração exclusivos também estão ali.

Não bastasse lotar as casas, o público que frequenta a área caminha pelas ruas (fechadas ao tráfego) em total socialização. São grupos de músicos fazendo performances enquanto as jovens, uniformizadas para as “hen parties” e despedidas de solteira, caminham animadas pelas ruas.

Lá também ficam alguns dos mais badalados restaurantes, como o Elephant & Castle, o Tante Zoe, The Chameleon e St. Joh’s Gogarty’s, além dos pubs mais tradicionais, como o próprio Temple Bar Pub e o Farrington’s, fundado em 1696.

Mas fique atento: embora o consumo das “pint” de cerveja seja intenso nos pubs, que ninguém se anime a beber na rua, porque é absolutamente proibido, sob pena de pesadas multas. A boa comida, entretanto, não se limita ao Temple Bar.

Dublin é uma cidade de muitos imigrantes e soube incorporar muito bem as diversas gastronomias. Há excelentes restaurantes de culinária italiana, como o Romanza.

Do lado norte do rio, na mesma direção do Temple Bar, há ainda um quadrilátero de cafés, restaurantes e vinheterias italianas que merece ser visitado. Sem falar nos de culinária oriental, como o MAO ou o Wagamama, sucessos absolutos em cozinha rápida. Um aviso: diferentemente do Brasil, restaurantes em Dublin quase sempre precisam de reserva prévia. Ou não se arruma mesa para jantar.

Guinness

Aos apaixonados pela mais famosa cerveja irlandesa, a Guinness, um passeio imperdível em Dublin é a visita à Guinness Storehouse (www.guinness-storehouse.com), a antiga fábrica da bebida, na James Street.

Lá é possível aprender sobre a história da marca e seu processo de fabricação, cheirar os vários aromas de cereais que compõem a cerveja, ver cartazes em exposição e trabalhos artísticos relativos à bebida. No final do tour, claro, você vai degustar uma Guinness e sua incrível espuma cremosa no bar panorâmico, no alto do edifício.

Costões e castelos no oeste

Fotos: Tourism Ireland
Debruçados sobre o mar, os costões de Cliff oh Moher dão uma visão panorâmica das ilhas e cadeias montanhosas do oeste da Irlanda.

Um roteiro à Irlanda deve incluir o oeste do país, região premiada com paisagens de tirar o fôlego. São costões abruptos, vales verdejantes, estradas sinuosas, com carneiros compondo o cenário, castelos e monumentos celtas. É nessa região que fica Galway, uma cidade encantadora voltada para o Atlântico e distante pouco mais de 200 quilômetros de Dublin.

Acolhedora, com ruelas pequenas e charmosas lojas e confeitarias, Galway é uma cidade universitária. Lá acontecem muitos festivais, especialmente no verão. Um dos mais famosos é o Oyster Festival, onde o card,ápio principal são ostras servidas com Guinness. Este ano o evento será realizado entre os dias 24 e 27 de setembro.

Ainda no oeste do país, os gigantescos penhascos de Cliffs of Moher são uma das atrações mais visitadas. Debruçados sobre o mar, esses costões, refúgio natural de pássaros, têm 214 metros de altura e oito quilômetros de extensão. São, por si só, um espetáculo único. Dos Cliffs é possível avistar ilhas e cadeias de montanhas inteiras. Para conferir horários e informações: www.cliffsofmoher.ie

A paisagem pitoresca da região de Burren também é imperdível. No local, rochas enrugadas no período glacial compõem um cenário quase lunar, de onde nascem flores silvestres usadas na produção de perfumes típicos.

Blarney Castle

Mais ao Sul, no condado de Cork, fica o Blarney Castle, construído há mais de 600 anos. Um dos tesouros da herança histórica da Irlanda. Localizado no meio de um grande parque, é nele que fica a Pedra da Eloquência.

Diz a lenda que, ao beijá-la, a pessoa ganha o dom da palavra. E, pelo sim, pelo não, famosas personalidades, incluindo presidentes dos Estados Unidos, já beijaram a tal pedra.

Mas há muitos outros castelos espalhados por toda a Irlanda, muitos deles possíveis de visitar, como o Ross Castle, no Parque Nacional de Killarney; o Kilkenny Castle, totalmente restaurado; ou ainda o King John’s Castle, uma imponente construção do século 13, às margens do Rio Shannon, em Limerick.

Incríveis paisagens no interior

Há muitos castelos medievais espalhados pela Irlanda, a maior parte aberto a visitação.

Montanhas de contornos suaves, amplos espaços, muito verde e flores salpicando a paisagem. Assim é o Parque Nacional de Wicklow, onde ficam as montanhas do mesmo nome, cenário que foi mostrado em todas as suas cores no filme P.S. Eu te amo.

Distante apenas 51 quilômetros de Dublin, é um passeio imperdível, e não apenas por suas paisagens belíssimas, mas também por atrações únicas, como o monastério de Glendalough, datado dos anos 600s.

Suas ruínas ficam no coração do condado de Wicklow. Nele funcionou um centro de ensino, não apenas religioso, mas também de escrita, tecelagem e artes. Destaque para os bosques que circundam o local, à beira de lagos.

Imperdível também é visitar Malahide, ao norte de Dublin. Fica a apenas 20 minutos da capital com o trem Dart, que sai do centro em muitos horários, diariamente.

Malahide é um vilarejo à beira-mar que, além de muito pitoresco, ainda tem, em meio a um parque, um castelo muito bem conservado, aberto a visitação.

Antiga residência da família Talbot – de 1185 a 1973 -, o castelo tem mobiliário de época, pinturas e também uma sala de banquetes, com uma grande mesa para mais de 30 pessoas – onde realizam-se eventos. Ingressos custam 7,50 euros (adultos) e 4,70 euros (menores de 12).