Visite Istambul sem medo de errar

Fotos: Mari Weigert

Os sete quilômetros do Estreito Chipre de Ouro divide o lado europeu de Istambul em duas partes. continua após a publicidade

Agora o turista brasileiro pode fazer turismo na bela Istambul, na Turquia, sem medo de enfrentar as barreiras culturais que podem atrapalhar a visita nesta lendária capital, que combina hábitos orientais e ocidentais em cenários dignos das histórias das ?Mil e Uma Noites?. A experiência, única, é facilitada pelo acompanhamento de jovens brasileiras, como a carioca Mariana Gökel – casada com um turco – que organiza e explica, com um ?jeitinho bem brasileiro?, tudo sobre uma das cidades mais exóticas do mundo, que começou como Bizâncio, Constantinopla e sede do império romano no Oriente.

Santa Sofia foi igreja por 916 anos e mesquita por 481, hoje é um museu.

Acompanhado por alguém que fala português e conhece bem o local, a viagem torna-se mais tranqüila e proveitosa. O contato é feito antecipadamente, via e-mail, e o roteiro programado ao gosto do cliente por meio do site

www.business-with-turkey.com/
guia-turismo/index.html

Istambul, a antiga Constantinopla, é ponto de encontro entre o Ocidente e o Oriente.

A sugestão é dar início ao roteiro por Roma, Itália, para depois seguir à Turquia. Na capital italiana, o turista tem facilidade de encontrar vôos de ida e volta a partir de 250 euros e a compra pode ser feita ainda no Brasil, via internet. O roteiro é recomendado pela questão de economia e também porque oferece a possibilidade de aproveitar estada em uma das mais glamurosas cidades européias, onde teve início a história do império romano e viveu unida a Istambul neste período. Portanto, do Brasil direto a Roma e depois seguir à capital turca.

O sagrado e o profano caminham juntos

Palácio de Dolmabaçe: demonstração de poder no império otomano.

O Museu de Santa Sofia e a Mesquita Azul são o cartão de visita de Istambul. Verdadeiras obras-primas e jóias arquitetônicas de rara beleza dão um toque de magia, principalmente à noite quando as construções, lado a lado, permanecem iluminadas, imóveis e firmes, desafiando o tempo e oferecendo uma paisagem digna dos contos de fadas.

Por outro lado, entrar, seja por uma única vez na vida, nos palácios de Topkapi e Dolmabaçe, é quase acreditar que sultões viajavam em ?tapetes mágicos?, tal é o luxo e a magnitude dos espaços. Os visitantes dentro dos palácios têm a dimensão do poder e da riqueza que fizeram a história de Istambul.

Santa Sofia, que foi considerada como a maior e mais sagrada igreja da cidade durante a época bizantina, é hoje um museu. A edificação é um monumento romano construído em 537. Foi igreja, por 916 anos, e depois mesquita, por 481 anos, durante a ocupação otomana.

Cômodo de um harém aguça a curiosidade sobre a vida dos sultões.

A mesquita do Sultão Ahmet I (14.º sultão otomano) é uma impressionante estrutura da arquitetura religiosa otomana. A construção terminou em 1616, e no local funcionava um complexo: medresa (espaço para oração), hospital, bazar, escola, mausoléu e uma hospedaria. No interior, 21.043 peças de azulejaria, tapetes de seda com centenas de metros e candeeiros a óleo e de cristal importados.

A Mesquita Azul se distingue das outras pela cor azul e verde predominante nas paredes e cúpulas, a razão pela qual é conhecida por este nome. Também é a única mesquita com seis minaretes na Turquia. Minaretes são torres em que se propagam cantos/orações chamando fiéis cinco vezes ao dia. Segundo a lenda, o sultão pediu a construção de um de ouro e o arquiteto fingindo não entender construiu seis, considerando que a palavra ouro em turco é semelhante a seis.

O luxo de Topkapi e Dolmabaçe

Jardins do Topkapi: palácio guarda tesouros intactos.

O Palácio Topkapi foi centro da administração do império otomano durante 400 anos. Seus tesouros permanecem intactos e expostos nas dependências do palácio. Entre eles está a Colher de Diamantes (Ksikçi), uma preciosa gema que tem 86 quilates e 40 brilhantes à sua volta e, acredita-se, recebeu este nome porque foi um fazedor de colheres que encontrou o diamante. Dizem os turcos que é o maior do mundo.

Dolmabaçe foi construído no século 19, na decadência do império otomano, com muitas características e peças de decoração européias. Para mostrar poder, esmeraram na construção. Nele, também viveu o fundador da República na Turquia, a partir de 1935, Mustafá Kemal – o Atatürk (pai dos turcos) que modernizou o país.

Portal mostra a suntuosidade no Palácio de Dolmabaçe, antiga residência do ?Pai dos Turcos?.

No interior dos dois palácios encontra-se o harém, local em que viviam as mulheres dos sultões hierarquicamente separadas em esposas, concubinas e preferidas. O harém sempre era organizado e dirigido pela mãe do sultão. Alguns sultões chegavam a ter 800 mulheres. O espaço que era dedicado às mulheres é luxuoso e amplo e vale a pena ser visitado, pela curiosidade dos usos e costumes. (MW)

Pechinchar é a ordem na Turquia

Foto: Mari Weigert

O Mercado de Especiarias é uma tentação para os gourmets.

As quatro mil lojas que compõem o Grande Bazar, com mais de 15 mil comerciantes, 80 ruas em seu interior e 18 entradas, merecem uma visita com calma e, claro, acompanhada por Mariana, que dará boas dicas de compras. ?Pechinchar é a ordem?, diz ela, lembrando que é um hábito arraigado no povo turco.

Os artigos, as cores, as variedades de produtos, as jóias são alucinantes aos olhos do turista que, geralmente, lamenta não ter dinheiro suficiente para gastar com tudo que encontra pela frente. Contudo, mais do que nunca neste local é necessário um guia por perto, para não se perder na loucura sedutora do consumo, considerando que é um verdadeiro labirinto.

O Grande Bazar merece uma visita com calma: são quatro mil lojas espalhadas por 80 ruas.

Mais à frente, também na região central de Istambul, está localizado o Mercado das Especiarias. Imperdível. Construído com o objetivo de financiar os custos de um novo complexo de mesquita, foi finalizado em 1660. Inclui aproximadamente 80 lojas, com saídas e entradas por seis portões em diferentes direções.

O interessante Mercado das Especiarias é programa imperdível no centro da cidade.

Especiarias de todos os tipos e gostos, queijo, carne seca, geléias, nozes, esponjas naturais para banho, essências orientais podem ser adquiridas a um custo baixo. Para viagens longas, os comerciantes embalam apropriadamente. O mais interessante é sentar numa casa de chá ou café, em meio ao burburinho dos bazares e observar o cenário que, às vezes, tem ao fundo o canto/oração dos minaretes em horas específicas. Sensação inigualável e única.

Reserve um tempo para o tradicional banho turco e os sabores do narguilê

O segredo do banho turco é a esfregação com sabonete à base de azeite de oliva.

O banho turco, ou hamman, como é chamado por lá, foi inspirado nos banhos gregos e romanos, mas foi Maomé que estimulou sua proliferação, em 600. É bom lembrar que, em sinal de respeito, os muçulmanos têm o hábito de lavar pés e mãos antes de entrar nas mesquitas. Mais tarde, a prática ficou famosa pela esposa do sultão Selin II, Nurbanu Sultan.

Os mais antigos e turísticos locais de banhos em Istambul são o Cemberlitas e o Suleymaniye Baths, construídos na época dos otomanos, em meados de 1.500. Nas casas de banho existem as entradas para os homens e para as mulheres. Depois de retirar a roupa (dá para ficar também com roupas de banho) a pessoa é encaminhada a uma enorme sala redonda, em mármore, aquecida, e aguarda para receber o banho que é feito por mulheres turcas (no lado feminino) e homens (na ala masculina).

Feira mostra as vestimentas tradicionais de crianças turcas, usadas em ocasiões religiosas.

Embora mais famoso, não é o mais prazeroso, já que é tudo feito para turista – às pressas. Outros menos procurados turisticamente são indicados por Mariana, melhores na questão da esfregação no corpo, que é feita com um sabonete especial à base de azeite de oliva.

O mote do banho é a esfregação na pele com um tecido de algodão dentro da sala aquecida. Depois disso, a massagista joga água fria e encaminha a pessoa à sala de relaxamento para que possa desfrutar do ritual com tranqüilidade. Este intervalo é importante para que a pessoa recupere as forças, já que o calor e a esfregação mais a água fria tendem a deixá-la com sensação de moleza.

Doce sabor

Casas de fumo oferecem o narguilê em diferentes sabores.

É recomendável também que o turista agende um horário para curtir outro ritual: o fumo do narguilê, nas tradicionais casas de fumo. O local é muito freqüentado por homens turcos também para descanso, bate-papo, estudo, leitura. Mulheres podem entrar sem problemas e também fumar.

A Cisterna da Basílica é outra curiosidade local. Localizada perto da Santa Sofia, foi construída em 532 para proteger o povo da falta de água pelas constantes guerras e envenenamento feito pelo inimigo. (MW)