Imagine passar as férias num hotel cinco estrelas, com direito a cozinha internacional, piscinas, sauna, academia de ginástica com instrutores, salão de beleza, spa, biblioteca, área exclusiva para crianças, quadras de esportes, parede para escaladas e até um minicampo de golfe.

Some a isso a opção de dez bares temáticos, cinema, boate e um teatro com atrações diárias. Agora pense que enquanto usufrui de tudo isso, você está sendo transportado para outras cidades, outros países, conhecendo diversas regiões turísticas, paisagens variadas e inusitadas.

Se você acha que isso só acontece em sonho, saiba que é possível viver tudo isso ainda neste verão. É só reservar vaga em um dos cruzeiros que saem ou passam pela costa brasileira.

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Mesmo diante de tanta opção de lazer e entretenimento, curtir a piscina é uma grande pedida.

Cada vez mais brasileiros estão descobrindo as vantagens de viajar levando consigo tudo o que precisa para o seu dia-a-dia. Apostando no crescimento deste mercado, a Royal Caribbean International, uma das mais importantes companhias de cruzeiros do mundo, trouxe nesta temporada mais um navio para operar na costa brasileira.

Além do Splendour of the Seas e do Island Escape, veio pela primeira vez para o litoral brasileiro o Radiance of the Seas. Também passa por aqui o Mariner of the Seas, que neste ano fará a volta pela América do Sul.

“O investimento da Royal Caribbean no mercado brasileiro de cruzeiros demonstra a importância do País na estratégia internacional da companhia”, diz Eduardo Nascimento, diretor-geral da Sun & Sea, representante exclusiva da Royal Caribbean no Brasil.

Preços

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Todas as noites há shows no grande teatro, com capacidade para 860 pessoas.

Além da comodidade ao viajar, o que vem atraindo muitos para os cruzeiros são os preços das viagens. Para passar 13 dias no Radiance of The Seas, por exemplo, com direito a tudo que aparece no início desta matéria, passear por quatro países e visitar regiões tão distintas quanto os glaciares na Argentina, recantos de pinguins e baleias no Chile e praias encantadoras no Uruguai e no Brasil, paga-se um mínimo de US$ 1.300.

Este valor inclui a passagem em si (US$ 840), taxas de embarque – relativas aos portos onde o navio para (US$ 538) e as taxas de serviços, as gorjetas (US$ 127).

O preço é para a cabine interna, com todos os cafés-da-manhã, refeições e lanches incluídos. Não estão incluídas as bebidas alcoólicas e refrigerantes, os passeios externos e serviços pessoais, como salão de beleza, massagens, tratamentos terapêuticos etc.

Ou seja, paga-se em torno de US$ 115 por dia, ou algo em torno de R$ 260 pelo câmbio médio de janeiro, abaixo da maioria das diárias dos hotéis “estrelados” do Brasil.

Além disso, nos hotéis, o hóspede não tem nem parte da infraestrutura de lazer e diversão oferecida gratuitamente pelos grandes navios de cruzeiro, tem que pagar pelas refeições, e todo dia, quando acorda, está no mesmo lugar.

O preço da passagem pode ficar ainda menor se ela for comprada com antecedência. Para abril, por exemplo, comprando-se agora é possível reduzir o preço final em mais de US$ 100. O jornalista viajou a convite da Sun & Sea, representante da Royal Caribbean no Brasil.

À mesa, uma nova viagem ao mundo

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Douglas Fernandes
Quatro restaurantes servem 10 mil refeições por dia.

O item alimentação é um destaque à parte nos serviços do Radiance of the Seas e chama a atenção pela quantidade, qualidade e diversidade. Um grande risco para quem teme ganhar quilinhos extras durante a viagem. O perigo começa já pela manhã.

É possível tomar o café no Windjammer ou na sala de jantar do Restaurante Cascades. Ambos oferecem ampla variedade de frios, pratos quentes, pães, doces e sucos.

No almoço, também no Windjammer, as opções do buffet são das mais variadas, com destaque para os pratos mais tradicionais de vários países. O jantar incluído na passagem pode ser informal, no buffet do Windjammer, ou mais requintado, no Cascades.

Douglas Fernandes
Navio tem nada menos que dez bares temáticos.

Há também o Porto Fino, de comida italiana, e o Chopps Grill, steakhouse. Mas é bom saber que ambos exigem reserva e cobram taxas de US$ 20 e US$ 25 respectivamente.

Para quem opta por refeições mais rápidas, durante todo o dia, há lanches e petiscos oferecidos em vários locais do navio. Os 136 funcionários que atuam na cozinha são responsáveis por nada menos do que 10 mil refeições diárias.

Toneladas de alimentosA quantidade de alguns produtos usados num cruzeiro de duas semanas impressiona: são cinco toneladas e meia de carne bovina, 4,9 toneladas de frango, mil quilos de carneiro, 3,6 mil quilos de carne de porco, três mil quilos de peixe e 1,3 mil quilo de camarão. Além disso, são sessenta mil ovos, quase seis toneladas de farinha, quatorze mil litros de leite, 6,8 mil quilos de batata e 2,7 mil quilos de arroz.

Uma cidade que flutua a 45 km/h

Embarcar no Radiance of the Seas, o navio da Royal Caribbean que pela primeira vez passa pela costa brasileira, é como entrar em uma cidade flutuante. São treze andares, 293 metros de extensão da proa à popa e 32 metros de largura, que se movem a 25 nós, ou em torno de 45 quilômetros por hora. Além do tamanho, estabilizadores garantem um navegar praticamente sem balanço.

O navio tem capacidade para 2.501 passageiros distribuídos por 1.050 cabines internas e externas. Para atendê-los, um batalhão de 859 tripulantes de 17 nacionalidades.

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Navio tem três piscinas, dentre elas esta do Solarium, com temperatura estável de 28 graus.

Amplas escadarias dão acesso de um deck a outro e nesses trajetos é possível apreciar inúmeras obras de arte contemporâneas. Outra opção são os elevadores panorâmicos, que proporcionam uma ampla e próxima visão do mar.

As extensas áreas externas envidraçadas são um dos diferenciais do navio em relação aos similares de sua classe. Um dos destaques é o Centrum, de 10 andares, todo em vidro.

Por todo o navio chamam a atenção as mobílias e tecidos sofisticados. Pelos 12 andares de uso dos passageiros, distribuem-se os mais diversos serviços para o dia-a-dia.

Há um salão de beleza, spa, free-shop, internet-café, caixa eletrônico, biblioteca, serviço médico, cinema e edições diárias impressas com resumo de notícias de vários países, em diversas línguas.

Há atrações para todas as idades. São duas jacuzzis e três piscinas, uma infantil e duas para adultos. Uma fica no solarium, tem teto retrátil, decoração com motivos africanos e uma temperatura mantida sempre em torno de 28 graus.

Programação v,ariada

Para atividades físicas, há uma pista de jogging e uma academia de ginástica com professores. Também há quadra de basquete e futebol, um minicampo de golfe e uma parede onde é possível fazer escaladas sob supervisão de instrutores.

São 10 bares temáticos, que vão de um piano bar a uma boate cujos bancos em volta do balcão giram enquanto você é atendido. Todas as noites há shows no teatro que se estende pelos decks 4 e 5 e constitui a maior área do navio. São 860 lugares. Para quem gosta de apostar, há uma sala de jogos e um cassino.

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Estrutura de lazer e atividade física inclui até um paredão de escalada.

Crianças e adolescente têm uma área exclusiva e os programas supervisionados Adventure Ocean e Optix Teen Centre. Os mais novos são atendidos como em uma creche, com professores para cada grupo.

Jogos eletrônicos, acesso à internet e área esportiva completam as atividades para os pequenos. Para os dias em que o navio passa navegando, a tripulação organiza uma série de atividades, como bingos, aulas de dança e de línguas, karaokê, concursos e festas temáticas.

O diretor de Cruzeiro do Radiance, Anthony Richards, explica que as programações são elaboradas de acordo com as faixas etárias e nacionalidades dos passageiros.

Chefiando um staff de cerca de 90 profissionais, ele explica que, com a inclusão do Brasil no roteiro, haverá mais música e atrações brasileiras nesta temporada. Como, porém, há representantes de diversas línguas em cada cruzeiro, as atrações – principalmente os shows – buscam uma certa universalidade.

Daí a opção pelos destaques no visual, na dança e na música. Para esta temporada, ele anuncia, pela primeira vez, a presença de um mágico entre as atrações.

De neve a praias badaladas

Um cruzeiro possibilita conhecer, em poucos dias, regiões tão distintas quanto uma praia com areias escaldantes e um recanto gelado, habitat de pinguins e leões marinhos. Isso acontece, por exemplo, numa das rotas de treze dias que o Radiance of the Seas oferece.

Nela, a saída é no início da noite, do porto de Buenos Aires. Na manhã seguinte, a primeira parada:

Montevidéu – Uruguai

Na capital uruguaia, há duas opções básicas de passeio. A primeira é caminhar pelo centro histórico da cidade, conhecer construções centenárias e vários museus, como o de arte precolombiana, o Histórico Nacional e do Carnaval; a Catedral Metropolitana, o Teatro Sólis e o Centro Cultural de España.

Eles estão concentrados em três praças: a Zabala, da Independência e da Constituição. A atração mais badadala, porém, é o Mercado do Porto, que reúne uma profusão de restaurantes, cafés, lojinhas e barracas com produtos típicos. É considerado o principal ponto de encontro da cidade.

Outra opção é alugar um carro e percorrer os 170 quilômetros até Colônia de Sacramento, onde se respira história. Declarada Patrimônio Histórico da Humanidade em 1995, durante décadas ela foi disputada pelas coroas da Espanha e de Portugal.

Por isso, a cidade fundada em 1680 tornou-se um reduto de estilos arquitetônicos, misturando o colonial português com as casas de tijolo típicas da arquitetura espanhola.

Ushuaia – Argentina

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A simpática Ushuaia, no “fim do mundo”, está incrustada em uma bela cordilheira de neve eterna.

No dia seguinte chega-se ao “fim do mundo”. Ushuaia, na Argentina, é a cidade mais ao sul do planeta. Capital da Província da Terra ,do Fogo, a simpática e acolhedora cidade é envolvida por um belo e gelado cenário montanhoso, com direito a picos nevados durante o ano todo. Há pelo menos dois passeios imperdíveis.

O primeiro é o Trem do Fim do Mundo. Trata-se de uma réplica do “trem dos presos”, usado pelos condenados do antigo presídio de Ushuaia (1896 e 1947) para levar lenha para a cidade. Ele sai da Estação do Fim do Mundo (a 12 quilômetros do centro) com destino ao Parque Nacional Terra do Fogo, passando por vales, bosques e montanhas.

A segunda é a visita ao Glaciar Martial, que proporciona uma bela vista da geleira e dos bosques. Para chegar lá é usado um teleférico, que fica a sete quilômetros do centro. Do ponto final do teleférico até o topo da montanha, onde fica o Glaciar, percorre-se uma subida íngreme.

Apesar do vento gelado, a visita vale a pena pela maravilhosa vista panorâmica. A parte urbana também é um atrativo. Com apenas 45 mil habitantes, Ushuaia é bastante agradável para uma caminhada -quando se aprecia a paisagem banhada pelo Canal de Beagle com montanhas de picos nevados ao fundo. Também conta com bons museus, como o Ex-Presídio, o Marítimo e o do Fim do Mundo.

Punta del Este – Uruguai

Douglas Fernandes
Roteiro de treze dias também inclui as belas praias de Punta del Este.

Depois de Ushuaia e de três dias navegando pelo gelado Cabo Horn, o roteiro volta para o calor e chega-se a Punta del Este, já no Uruguai. O sofisticado bairro da cidade de Maldonado tem as praias mais disputadas da costa uruguaia, famosa por atrair celebridades internacionais, além das várias opções de praias mansas e bravas, o visitante tem à disposição uma cidade turística bem estruturada e uma população acolhedora.

Um dos destaques é a Casapueblo, onde o artista plástico Carlos Páez Vilaró mora e tem seu ateliê. A curiosa obra arquitetônica que fica em Punta Ballena, a 15 quilômetros do centro de Punta, começou a ser construída em 1958, a partir de um cômodo feito de latas e ripas de madeiras de navios naufragados.

Com os anos foi expandindo, criando novas peças e tornando-a um símbolo da cidade. A vista para o mar é maravilhosa. O lugar ficou tão popular que ao lado foi construído um hotel seguindo a mesma arquitetura da casa.

Porto Belo – Brasil

No dia seguinte já estamos na paradisíaca Porto Belo, em Santa Catarina, e já no calor típico do verão brasileiro. São oito praias de água cristalina, de agitadas a agrestes e quase desertas.

Fica 60 quilômetros ao norte de Florianópolis e cinco quilômetros de Bombinhas, outra bela praia muito procurada por paranaenses. No dia seguinte, o navio chega a Santos, também com belas praias, ponto final do cruzeiro.

Puerto Madryn – Argentina

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Após mais um dia navegando, chega-se a Puerto Madryn, na Província de Chubut, já na região da Patagônia argentina. A pequena cidade é a porta de entrada da Reserva Natural da Península Valdés, um santuário para pinguins, baleias e leões marinhos.

Em apenas uma hora e meia de carro, a partir do porto, chega-se ao meio desta fauna selvagem. Um dos locais mais visitados da península é o Puerto Pirámides, de onde é possível sair de barco para avistar a baleia franca austral, além de golfinhos e lobos marinhos.

A cerca de 180 km ao sul de Puerto Madryn, fica a Punta Tombo, onde se pode literalmente andar entre os pinguins de Magalhães. Com sorte, avistam-se outros animais patagônicos, como lobos, texugos e guanacos.

Na área urbana, Puerto Madryn oferece um simpático comércio, com destaque para artesanato ligado à fauna patagônica e museus, como o Oceanográfico e de Ciências Naturais, o Paleontológico (que mantém uma grande coleção de, fósseis de dinossauros) e o Ecocentro, onde o visitante aprende sobre a fauna regional e até pode ouvir os sons emitidos por vários tipos de baleias.

Punta Arenas – Chile

Douglas Fernandes

Depois de mais um dia em direção ao frio, chega-se a Punta Arenas, no Chile, próxima ao Estreito de Magalhães. A cidade, hoje com cerca de 130 mil habitantes, foi o principal entreposto entre os oceanos Pacífico e Atlântico até a abertura do Canal do Panamá, em 1914.

É o ponto de partida para a maioria dos cruzeiros que têm como destino a Antártica. A partir do porto é possível pegar vans (cerca de US$ 25 mais US$ 10 de taxa de visitação) e conhecer uma “pinguineira”, local de procriação dessas aves marinhas.

Depois de uma hora e pouco em uma estrada de terra, chega-se à reserva de Seno Otway, onde se pode acompanhar o dia-a-dia dos pinguins. Na cidade, o destaque são feiras de artesanato e artigos de lãs com preços bem abaixo de similares encontrados no Brasil.

Uma atração inusitada da cidade é o seu cemitério. Inaugurado ainda no século XIX, ele se destaca não somente pela diversidade arquitetônica dos mausoléus, mas principalmente pela arborização do local, toda feita em ciprestes cuidadosamente podados. O efeito visual das extensas colunas verdes é muito bonito.