Percorrendo o mundo das montanhas, o viajante vê paisagens espetaculares. Se a viagem é pelos Alpes suíços, o turista passa por 102 pontes e viadutos, 52 túneis e galerias e descobre, a bordo do Bernina Express, por que essa é considerada uma das viagens mais impressionantes do mundo. Deste passeio mágico, o ponto de partida é Chur, uma das mais antigas cidades da Suíça, com cerca de cinco mil anos. De lá, o Bernina Express percorre a estrada de ferro de maior altitude do país, alcançando 2.253 metros acima do nível do mar, até chegar a Tirano, na Itália. Uma jornada de 145 quilômetros percorridos em quatro horas cheias de surpresas.
Em seu trajeto até Albula, vale que foi cenário do filme Heidi, de 1952, o trem passa por um túnel de seis quilômetros e atravessa viadutos de pedra maciça. Em seguida, cruza outro belo vale. Engadine arranca exclamações até dos turistas mais tímidos. Eles se inclinam em direção às janelas para tentar captar belas imagens com suas câmeras. Saindo de Pontresina, uma cidade de pouco mais de 1,8 mil habitantes, o Bernina Express passa por trilhas íngremes que o conduzem a Bernina. Densas florestas lentamente se transformam em prados alpinos até chegar à famosa curva de Montebello, de onde se vê a geleira de Morteratsch e a grandiosa montanha Bernina. Mais uma curva e a viagem continua até o Lago Bianco. O verde congelado do lago dá uma boa idéia de como está a temperatura, que cai de 10 a 15 graus à medida que o trem segue em direção às montanhas com neve eterna.
Estrada íngreme
Quando chega ao ponto mais alto da estrada de ferro, o trem pára e os passageiros desembarcam na estação de Bernina Hospiz. Ali encontram o imponente mundo das montanhas. As mais altas da região, Piz Palü e Piz Bernina, podem ser admiradas com seus picos cobertos de neve. Mas a viagem ainda não acabou e é agora que vai começar a descida até a Itália, que é de tirar o fôlego. No caminho, o trem passa por várias galerias de neve que se formam entre as montanhas. Depois de algumas curvas fechadas, os viajantes chegam ao vale de Puschlav.
O Bernina Express passa lentamente pelas vilas do vale e dá uma volta pelo impressionante Lago di Poschiavo. Em seguida, percorre o famoso viaduto Brusio, que parece um círculo fechado. A fronteira está próxima e em pouco tempo a viagem chega ao fim. Em Tirano, uma cidade italiana famosa por sua basílica, as palmeiras mudam completamente a paisagem. Nesta cidade medieval, é hora de desembarcar, comer uma massa e digerir a viagem.
Informações turísticas
– Se o viajante não estiver com um grupo, pode fazer a reserva em qualquer estação de trem da Europa, pelo telefone +41 (0)81 254 93 26 ou pelo fax +41 (0)81 254 91 05; – A viagem Chur/Tirano/Chur sai por 159 francos suíços (R$ 424) em primeira classe e 96 francos suíços (R$ 256) em segunda classe (preços sujeitos a alterações). A taxa de reserva de ida e volta é 14 francos suíços (R$ 37); – O Swiss Travel System, passaportes válidos em toda a rede de transporte suíços, inclui o Bernina Express. O viajante paga apenas a taxa de reserva, que é de 7 francos suíços (R$ 18) por pessoa/destino; – Os passaportes do Swiss Travel System permitem viagens ilimitadas durante 4, 8, 15, 22 dias ou um mês. Um passe de quatro dias consecutivos para um adulto viajando em primeira classe sai por 360 francos suíços (R$ 960). Existem outras opções de passaporte para quem não pretende viajar todos os dias.
Obs.: 1 franco suíço = R$ 2,66
Outra informações: contact@rhb.ch ou pelos sites www.rhb.ch e www.myswitzerland.com. A Carlson Wagon Lit Travel é a empresa que vende estes passes no Brasil. São cobrados US$ 29 para a emissão de cada passe.
Bons motivos para conhecer Chur
– Chur é a cidade mais antiga do norte dos Alpes – tem uma história de mais de cinco mil anos; – Há 26 spas na região, situados de 15 a 45 minutos de Chur; – A cidade é ponto de encontro de duas linhas de trem famosas: a Bernina Express e a Glacier Express, que vem de Zermatt e passa por Chur em direção a St. Moritz; – O portão de entrada para a região de Graubünden oferece uma vasta seleção das especialidades e dos vinhos locais; – Mesmo quando outras cidades suíças estão cheias de névoa, o sol continua a brilhar em Chur.