O lugar onde ficavam as torres do
World Trade Center viraram
ponto turístico em Nova York.

Um ano após os atentados de 11 de setembro, as vendas de pacotes para os Estados Unidos continuam em queda -20% no período, um decréscimo que já vinha se acentuando com a alta constante do dólar. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV Nacional), Tasso Gadzanis. Ele lembra que mais de 90% das vendas para os EUA são para executivos, enquanto os turistas de lazer representam 10%.

Segundo o dirigente, as companhias aéreas foram as mais prejudicadas com a tragédia. Ele menciona que as empresas aéreas perderam de US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões em 2002 e demitiram mais de duzentos mil funcionários após os atentados – dados divulgados pela International Air Transport Association (IATA). “Nas primeiras semanas pós-atentados, as vendas internacionais paralisaram quase totalmente nas agências de viagens. No entanto, não tivemos demissões e quebra de empresas especificamente por causa da crise. Os profissionais de turismo são pessoas qualificadas e que levam tempo para serem formados. Quando há uma crise súbita, não há demissões em massa. Geralmente as agências de viagens esperam por alguns meses e assimilam o impacto. Acabam vendendo destinos alternativos aos turistas”, analisa Gadzanis, lembrando que o mercado europeu passou a ser a melhor alternativa de vendas para operadoras e agências.

O dirigente lembra ainda que, após a desvalorização cambial de 1999, o turismo nacional aumentou 60% nas vendas no mesmo ano. Em 2000, enquanto o turismo internacional se estagnou nos mesmos patamares, o turismo doméstico cresceu mais 20%. “Em 2001, esperávamos que o turismo interno elevasse mais 15% e o internacional recuperasse pelo menos 10% em relação aos patamares anteriores à flexibilização cambial. Mas, com os atentados terroristas de 11 de setembro, sofremos o baque e ficamos sem vender quase nada para o exterior nas primeiras semanas”, explica o presidente da Abav.

“Lamentamos a tragédia e as conseqüências negativas que trouxeram ao mercado. Por outro lado, temos de considerar o lado positivo para o Brasil, já que os turistas brasileiros passaram a procurar e valorizar o turismo doméstico. Nossa previsão é a de que o mercado interno deverá crescer 15% em 2002”, afirma.

Gadzanis diz que a crise de 11 de setembro serviu para acentuar a queda do turismo emissivo americano mas ele lembra que a alta do dólar já estava prejudicando as agências de viagens que trabalhavam com destinos internacionais. “É claro que não podemos ignorar que os atentados afetaram mais o poder de decisão dos viajantes. Enquanto a desvalorização cambial mexia só com o bolso do turista, os atentados de 11 de setembro abalaram psicologicamente muitos viajantes pois estamos tratando do comprometimento da segurança de cada pessoa. E isto definitivamente não tem preço”, afirma.

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