A United Airlines não resistiu à crise financeira, agravada com o fatídico 11 de setembro, e entrou com pedido de concordata na última segunda-feira, dia 9. A unidade da UAL Corp. continuará voando por todo os EUA até que consiga reorganizar suas finanças sob a proteção do Capítulo 11 da Corte de Falências Americana, em Chicago.
Apesar do pedido, a United Airlines reafirmou que seus serviços estão normais e não sofreram alteração por causa dos problemas financeiros enfrentados pela empresa. Todos os vôos da United cerca de 1.700 por dia, estão operando normalmente, inclusive os quatro vôos diários entre Brasil e Estados Unidos.
“Horários, reservas e planos de milhagem não foram alterados pela situação financeira”, afirmou, em comunicado, o vice-presidente da UAL (holding da United Airlines), Chris Bowers. A companhia fatura por ano cerca de US$ 200 milhões no País, o que o torna o sexto principal mercado fora dos EUA.
A empresa inaugurou no dia 30 de outubro seu quarto vôo diário entre o Brasil e os EUA (São Paulo-Washington), em substituição à freqüência São Paulo-Nova York, cancelada em novembro do ano passado por causa dos atentados terroristas. Três vôos diários ligam o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, às cidades de Miami, Washington e Chicago. Mais um vôo sai todos os dias do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão) para Miami.
A United completou este ano dez anos de operação no Brasil. Ela começou em fevereiro de 1992, com 80 funcionários, e hoje conta com um quadro de 400 pessoas. A companhia aérea opera no País com os Boeings 777 e 767. As aeronaves também carregam carga entre EUA e Guarulhos.
Prejuízo
A United, que emprega cerca de 83 mil funcionários, teve dois de seus Boeings destruídos nos ataques terroristas de 11 de setembro. Desde então, a empresa registrou um prejuízo recorde de US$ 2,1 bilhões em 2001 e de US$ 1,7 bilhão nos três primeiros trimestres de 2002, sem perspectiva de reversão deste quadro.
Para a United, que tem um dos mais altos custos trabalhistas da indústria, estava ficando cada vez mais difícil sobreviver. O governo americano, semana retrasada, rejeitara o pedido de garantia de crédito feito pela empresa, última esperança de obter capital.
O pedido de concordata já era esperado e os analistas estimam que o processo deve ser bem sucedido, embora lento.
Fontes ligadas à situação, disseram que a rejeição do governo americano foi feito mesmo depois que um grupo de sindicatos ofereceu US$ 500 milhões em concessões salariais anuais.
A falência da United Airlines é a maior da história da aviação americana e a segunda de uma companhia aérea americana em 2002. Em agosto, a US Airways recorreu à lei de proteção à falência (capítulo 11), que permite a uma companhia com problemas financeiros continuar operando enquanto busca acordos com seus credores.