Unidos, agentes cobram reconhecimento

Comissionamento justo em reconhecimento ao trabalho prestado. Os agentes de viagens, representados pelo presidente da Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagens), João Martins Neto, aproveitaram o 34.º Congresso Brasileiro de Agências de Viagens e Feira das Américas, ocorrido na semana passada, no Rio de Janeiro, para expressar seu descontentamento em relação à posição das companhias aéreas em querer reduzir e até retirar o comissionamento pago às agências pela comercialização de passagens.

Fato curioso justamente no evento que teve Alberto Santos Dumont, o pai da aviação, como um dos homenageados. ?Somos defensores das companhias aéreas nacionais e, mesmo recebendo constantes agressões e incompreensão, ainda somos a maior e mais eficiente rede de distribuição de seus produtos?, ressaltou o presidente da Abav, João Martins Neto. Segundo ele, as agências são responsáveis por 80% da venda de passagens aéreas e pacotes no Brasil. A comissão média paga às agências pelas companhias aéreas é de 6% nas passagens de vôos internacionais e 7% nas de nacionais. João Martins informou que a Abav já deu início à discussão de um novo modelo tarifário com a TAM, líder de mercado. A Varig e a Gol já declararam adesão a um acordo.

Na abertura do evento, a abordagem sobre o comissionamento, aplaudida pela platéia, ofuscou o discurso do sempre entusiasmado ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia.

Anac

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), representada no evento pelo presidente Milton Zuanazzi, também foi alvo de crítica. João Martins Neto disse que o órgão não tem fiscalizado corretamente as companhias durante algumas promoções, como as que prevêem venda de passagens a R$ 1 ou significativos descontos nos fins de semana. ?Queremos que a Anac regulamente que qualquer cidadão que queira adquirir uma passagem tenha acesso a informação do número de assentos disponíveis para cada promoção, isso desobriga que clientes e agentes fiquem até de madrugada na internet tentando achar assentos não existentes?, enfatizou.

Taxas de embarque

Por outro lado, durante a Abav, os agentes conquistaram um pleito histórico: a remuneração pelo serviço de recebimento da tarifa de embarque, reconhecido pelo presidente da Infraero, José Carlos Pereira. Com isso, as agências receberão 3% de comissão sobre o valor das tarifas de embarque, a partir de janeiro 2007. Hoje essas tarifas, dependendo do aeroporto, giram em torno de R$ 5 a R$ 11 para vôos nacionais e US$ 36 para internacionais.

Comissão foi tema de conferência

A comissão recebida pelos agentes de viagens foi o tema principal também da Conferência Internacional de Associações de Agências de Viagens, que reuniu na Abav 2006, no Rio de Janeiro, dirigentes de onze entidades estrangeiras. Números apresentados mostraram que o Brasil ainda é um dos países mais bem remunerados pelas companhias aéreas em relação a alguns dos seus vizinhos. Enquanto aqui se paga de 7% a 10% nos vôos nacionais e de 6% a 9% nos internacionais (muito semelhante ao Peru e Colômbia, por exemplo); no Paraguai, a remuneração é 6% e 6%, respectivamente.

Na América Central, a pior situação é de Porto Rico, que não recebe remuneração pelos bilhetes aéreos vendidos. Já na América do Norte, os Estados Unidos e o Canadá não recebem pelos vôos nacionais e nem nos internacionais operados por empresas aéreas norte-americanas e européias. Recebem de 3% a 15% de remuneração pelos vôos internacionais de companhias asiáticas e latino-americanas.

Na Europa, França, Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia, Suíça não recebem comissão por parte das companhias aéreas. Um dos países mais bem pagos é a Turquia, que ganha 7% tanto nos vôos nacionais quanto nos internacionais. Israel também é bem remunerado em comparação a outros: 9% (internacional) e 10% (nacional).

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