O primeiro pernoite é na famosa Canoa Quebrada (CE), um destino de praia e badalação noturna. |
Existe uma nova modalidade de turismo que está despontando no Nordeste brasileiro. O turismo off road. Um misto de turismo de aventura, ecoturismo e turismo tradicional, o turismo off road propicia desde atividades de aventura, como tirolesa, sandboard e o próprio off road a caminhadas nas dunas e observação de fauna e flora, típicas do ecoturismo. Os pernoites são sempre em pousadas aconchegantes e geralmente completas, como no turismo tradicional. Em Fortaleza, a Azimute Turismo Off Road trabalha levando seus clientes para conhecer de perto os litorais cearense e potiguar, as maravilhas do delta do Parnaíba, no Piauí, e o grande deserto brasileiro, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
Um dos roteiros mais belos é o que vai de Fortaleza a Natal, praticamente o tempo todo pela beira da praia, por trilhas entre a vegetação nordestina, atravessando balsas rústicas e subindo e descendo dunas. Para esse tipo de turismo, são utilizados veículos Land Rover com capacidade para até seis passageiros, com CD-player, GPS, ar-condicionado e caixa térmica. Uma excursão que une a aventura com o conforto e a segurança.
Saindo de Fortaleza em direção ao litoral leste do Ceará, o Land Rover segue pelo asfalto até Porto das Dunas, praia a vinte quilômetros de Fortaleza, onde a aventura começa. Ultrapassando as dunas chega-se à beira da praia, seguindo pelo trecho de areia que a maré vazante deixa descoberto, até a Praia do Presídio. Lá é feita a primeira parada, em cima de uma duna onde se avista toda a orla até os arranha-céus da beira-mar de Fortaleza. Depois de uma boa sessão de fotos, o passeio prossegue passando por Iguape, Barro Preto, Batoque, Balbino, Caponga e Águas Belas, onde é feita a primeira travessia de balsa. Uma jangada adaptada para receber as duas toneladas do Land Rover é utilizada para atravessar o Rio Mal Cozinhado, com a força de dois homens que utilizam cabos de bambu como remos. O passeio segue por mais alguns quilômetros até o segundo obstáculo, em Barra Nova. Desta vez, é o Rio Choró que obriga o Land Rover a subir na balsa. Mais alguns minutos e chega-se a Morro Branco, famoso por suas falésias de areia colorida, de onde é retirada a matéria-prima para a elaboração do mais famoso artesanato cearense: as garrafinhas de areia colorida.
Depois de um passeio a pé por dentro do labirinto formado pelas falésias, a excursão passa pela Praia das Fontes, onde fontes de água doce jorram naturalmente das falésias, indo para praia do Uruaú, Sucatinga, Ariós e, finalmente, Parajuru. A partir daí o passeio segue pelo asfalto, desviando o Rio Jaguaribe e chegando à famosa Praia de Canoa Quebrada, antigo reduto hippie. Em Canoa Quebrada ainda sobram emoções em um passeio pelas dunas até o “skibunda”. O almoço é feito em uma barraca à beira do mar. O primeiro pernoite é feito aqui, se alguém conseguir resistir ao agito noturno que faz com que Canoa Quebrada seja tão famosa.
Paisagens paradisíacas
No segundo dia, o passeio segue pela beira da praia, de acordo com o horário da maré vazante, passando por Majorlândia, Quixaba, Lagoa do Mato, Retirinho, Ponta Grossa, Redonda (aqui imensas falésias arroxeadas afloram rente ao mar), Icapuí, Tremembé – onde a maré chega a baixar dois quilômetros, deixando uma imensa faixa de areia molhada – Manibu e Tibau do Sul, ponto exato da divisa entre os estados do Ceará e Rio Grande do Norte. O destino agora é Areia Branca, cidade que vive praticamente da extração do sal e que tem um porto flutuante, onde os pequenos navios abastecem os grandes cargueiros que levam nosso sal para o resto do mundo. As imensas salinas começam a fazer parte da paisagem. Depois de atravessar o Rio Mossoró em uma balsa motorizada, ainda passa-se por São Cristóvão, antes de chegar à paradisíaca Ponta do Mel. Aqui a pousada é de padrão luxo, com todas as regalias que se pode querer, além da vista fantástica e do clima de isolamento que o local inspira.
O terceiro dia da aventura começa de manhã cedo, seguindo por asfalto, para contornar a região das salinas de Macau, até Galos. Nesse trecho cruza-se a estrada do óleo, onde imensas bombas em volta da estrada puxam o precioso líquido para centrais de distribuição. Uma paisagem realmente incomum. Para se chegar a Galos, é necessário atravessar por dentro de uma fazenda de camarão e uma salina, fazendo um autêntico off road. A partir daí, já pela beira do mar, o Land Rover segue para São Miguel do Gostoso, passando por Caiçara, São Bento do Norte, Enxu Queimado e Praia do Marco, onde é exibida uma réplica do primeiro marco colonial, de 1501, fincado em nossas terras pelos portugueses. Em São Miguel do Gostoso é feito o segundo pernoite, acompanhado das estrelas e do mar verde esmeralda, com fracas ondas, o que é comum na região.
Mais praias
No quarto dia são muitas as praias a serem vistas. O passeio sai de São Miguel do Gostoso passando por Touros, Rio do Fogo, Zumbi, Pititinga e Maracajaú, onde se pode optar por fazer um mergulho nos parrachos localizados a cerca de sete quilômetros da costa. O mergulho é feito apenas com máscara e snorkel e inclui o aluguel do equipamento e o transporte até os arrecifes. Para os que são mais corajosos, pode-se fazer um rápido curso de mergulho autônomo e mergulhar com cilindros. Para os mais receosos, o passeio já vale a pena. Se não quiser mergulhar, pode aproveitar a estrutura do “bar flutuante” que fica ancorado lá.
No caso de ser feito o mergulho, o passeio segue até Natal pelo asfalto, visto que a maré alta torna impossível o tráfego pela praia. Caso não seja feito o mergulho, o Land Rover segue passando pelo Cabo de São Roque, ponto brasileiro mais próximo da África. Depois de passar por Muriú, as emoções afloram em Jacumã; mais precisamente na lagoa de Jacumã, onde fica uma enorme tirolesa com mais de quinze metros de altura, que aterrissa, não muito romanticamente, dentro da lagoa. Depois de mais uma balsa, chega-se a Genipabu, famosa por suas dunas e pelos dromedários que vivem lá, a serviço dos turistas que quiserem fazer um exótico passeio pelas areias do lugar.
Depois de tantas emoções e praias, o merecido descanso em Natal, cidade com uma infra-estrutura turística admirável, povo acolhedor com excelentes restaurantes. Aqui você pode visitar o Forte dos Reis Magos, de 1598, ocupado pelos holandeses entre 1633 e 1654, na Praia do Forte, além de conhecer o maior cajueiro do mundo, com 8.400 metros quadrados de copa (em Pirangui do Norte). As atrações são muitas durante o dia, mas reserve um pouco de energia para curtir a noite em Ponta Negra, superbadalada.
Quanto custa?
A expedição Fortaleza -Natal tem duração de quatro dias. Preços: R$ 1 mil por pessoa para grupos de 5 ou 6 pessoas; R$ 1,3 mil por pessoa para grupos de 3 ou 4 pessoas e, para um casal, o preço é R$ 1,6 mil por pessoa. Operadora: Azimute Turismo Off Road – site www.azimute.tur.br, telefone (85) 9994-4544.
O que o turista precisa levar em um offroad?
– Roupas leves
– Traje de banho
– Boné, chapéu, protetor solar de fator alto, chinelos, óculos escuros
– Câmeras e um bom estoque de filmes e pilhas, pois em muitas praias é difícil encontrar certos equipamentos
– Remédios específicos pois são poucas e pequenas as farmácias no caminho
– Dinheiro em espécie e em notas de pequeno valor já que cheques e cartões de crédito não são aceitos em grande parte dos pequenos estabelecimentos e caixas 24h e bancos são raros na maior parte do tempo
– Uma mochila prática para carregar equipamentos de fotografia, filtro solar, tênis.