Turismo mundial cresceu 3% no ano

As pessoas estão viajando mais, mas não muito. É o que indicam os números divulgados pelo Fórum para o Turismo Sustentável no Paraná, divulgados pelo Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) estadual. O documento traz dados comparativos dos anos de 2001 e 2002, utilizando como fontes entidades como a Organização Mundial do Turismo (OMT), Embratur, Ministério do Turismo e Paraná Turismo.

De acordo com os levantamentos, em 2002, foram registrados 715 milhões de turistas estrangeiros no mundo todo. Isso significa 3% a mais do que no ano anterior. Essa movimentação gera anualmente cerca de US$ 3,4 trilhões. Os cinco países que mais recebem turistas são a França (76,5 milhões de pessoas), a Espanha (49,5 milhões), os Estados Unidos (45,5 milhões), a Itália (39,1 milhões) e a China (33,2 milhões) – o Brasil aparece em 34.º lugar com 3,8 milhões de pessoas.

Mas quem mais fatura com a receita gerada com o turismo são os Estados Unidos. Enquanto a França e a Espanha faturam cerca de US$ 31 bilhões cada um, os EUA têm uma receita de US$ 72,3 bilhões.

Para 2003 a OMT estima que esses números poderão sofrer algumas alterações, pois o fluxo de turistas já apresentou decréscimo nos três primeiros meses do ano. Isso está intimamente ligado a conflitos e episódios mundiais.

Com a guerra do Iraque, constatou-se uma queda acentuada na demanda, principalmente no tráfego aéreo, nas viagens inter-regionais e para aqueles países considerados perto da zona de conflito. Mas também teve influência na Europa e Estados Unidos.

Na Ásia e Oceania, a ocorrência da sars (síndrome respiratória Aguda grave) teve um forte impacto no número de turistas estrangeiros. Porém, a África e Oriente Médio tiveram, no início do ano, um aumento significativo de turistas de outras regiões do mundo. Mas com a guerra, isso despencou, e dos países africanos, a África do Sul foi o que obteve a menor queda no número de turistas, cerca de 0,3%.

Enquanto os números mundiais apresentaram um pequeno aumento no tráfego de turistas, o Brasil teve uma queda de 20,7% em 2002. A principal causa foi a crise na Argentina, um dos principais países emissores de turistas ao solo brasileiro – que vem seguido dos Estados Unidos, Alemanha, Paraguai e Uruguai. Outro fator que teve peso na diminuição do número de turistas estrangeiros foram as divulgações por veículos de comunicação estrangeiros da crise na segurança pública, bem como da crescente vinda de visitantes em busca do chamado “turismo sexual”.

O governo federal espera mudar esse panorama e tem como metas aumentar o fluxo de estrangeiros para 9 milhões ao ano até 2007. O Plano Nacional do Turismo, divulgado no início de 2003, pretende ampliar o número de produtos turísticos brasileiros comercializados no exterior, gerar um aumento no número de turistas que visitam o País e também no número de eventos internacionais.

Mas apesar do baixo desempenho do Brasil, o setor faturou US$ 3,7 bilhões e respondeu por 4,84% dos empregos existentes no País. Em 2002, os números mostram que mais da metade dos turistas (51,21%) vieram para o País a lazer e 23,48% estiveram aqui em razão de negócios. Praticamente dois terços deles – 65,43% – já haviam estado no Brasil anteriormente e 96,12% afirmam querer voltar em outras oportunidades. As maiores críticas dos turistas foram em relação à segurança pública, limpeza pública e sinalização turística. O Rio de Janeiro foi a cidade mais visitada, com 38,58% dos turistas, seguida de São Paulo (20,84%), Salvador (12,76%), Foz do Iguaçu (9,28%) e Recife (8,24%).

O Estado do Paraná recebeu 5,6 milhões de turistas em 2001. Já no ano seguinte o total foi de 5,5 milhões, que geraram uma renda de US$ 835 milhões. Apesar da queda, houve um aumento no gasto per capita/dia, que passou de US$ 37,8 para US$ 45, o que representa um aumento de 19%. A maioria dos turistas que visitaram destinos turisticos no Paraná era do próprio Estado (48%), sendo que 35% vieram de outros estados e 17% do exterior – os paraguaios e argentinos representaram 89% do total.

A cidade de Foz do Iguaçu é o principal pólo turístico receptivo internacional do Paraná, com 31% de seus visitantes vindos do estrangeiro. Quase a metade desses turistas (44,4%) vem à cidade para lazer.

Desde 2000, Curitiba vem apresentando um crescimento no turismo receptivo. Os principais motivos das viagens desses turistas à capital paranaense são negócios. Numa pesquisa divulgada pela revista América Econômica, a cidade foi considerada a sexta melhor para se fazer negócios, ficando atrás somente de Miami, São Paulo, Santiago, Monterrey e Cidade do México.