Turismo de aventura gera polêmica

O Ministério do Turismo cria um programa de certificação para o turismo de aventura, que será concedido pelo Instituto de Hospitalidade, uma Ocip (Organização de Sociedade Civil de Interesse Público), com sede em Salvador (BA). A medida provocou protestos dos dirigentes de modalidades como pára-quedismo e pára-pente, entre outros, que recorreram ao Ministério dos Esportes para impedi-la.

A certificação será baseada em normas acordadas e aprovadas por entidades de diversos setores após um processo de discussão e avaliação. “Ao invés de o Ministério do Turismo aproveitar a estrutura esportiva vigente no País para capacitar novos profissionais, decidiu criar uma paralela, onde a formação será feita por qualquer empresa, dentro de um processo de certificação pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas”, reclama Ricardo Pettená, diretor técnico da Confederação Brasileira de Pára-quedismo e proprietário do Centro Azul do Vento, de Campinas (SP), que, em setembro, completará 25 anos e registra índices de segurança comparáveis aos melhores do mundo.

Segundo Pettená, a formação dos esportistas de aventura necessita de um acompanhamento diferenciado, devido à especificidade de cada modalidade e de seus riscos. “O ministério está simplesmente desconsiderando as entidades de administração de cada esporte, substituindo-as por empresários leigos na formulação de regras de prática e segurança.”

O argumento do Ministério é que esta administração paralela está sendo criada para cuidar do turismo de aventura, que hoje utiliza muitas técnicas e equipamentos empregados nos esportes de ação. “Estão mascarando estas atividades como turísticas, quando não há diferença alguma nos procedimentos para a prática, seja por profissionais ou leigos, para competições ou simplesmente diversão”, afirma Pettená.

Outro que faz críticas ao novo programa é Cláudio Consolo, presidente da Associação Brasileira de Pára-pente (ABP). “É um absurdo pensar que se capacita um piloto a fazer vôos duplos com a mesma facilidade com que se ensina uma pessoa a dirigir um carro”, comenta.

Consolo informa que a ABP mantém uma campanha nacional contra vôos duplos e cursos realizados por pessoas sem instrução. “Na lista de discussão dos empresários que foram chamados pelo Ministério do Turismo para este novo projeto, foi um piloto sem habilitação que ficou responsável pela formatação das regras de segurança para a prática de pára-pente. O ministério está sendo pessimamente orientado e isso será um desastre”, afirma.

A certificação

A certificação é baseada em normas – muitas delas já admitidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – acordadas e aprovadas por entidades da área depois de um longo processo de discussão e também de avaliação.

Segundo o diretor técnico do Programa de Certificação Profissional do Instituto de Hospitalidade (IH), José Wagner Fernandes, o certificado é o resultado de uma avaliação de profissionais bastante diferente da realizada pela educação formal.

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