São Paulo ganha roteiros de turismo étnico

O primeiro roteiro de turismo étnico no Estado de São Paulo acaba de ser lançado. É a Rota do Escravo, que envolve dezoito municípios do litoral norte de São Paulo, Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira. O roteiro servirá como ponte de integração entre as cidades visitadas e atenderá aos interesses dos estudiosos, professores, estudantes e turistas em geral que desejem aprofundar seus conhecimentos sobre o legado africano em terras paulistas. Para o secretário de Turismo do Estado, Fernando Longo, a Rota do Escravo será fonte de desenvolvimento das comunidades negras, que são verdadeiras reservas de conhecimento e cultura. São Paulo será o primeiro estado brasileiro a criar essa rota que tem o incentivo da Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, à Ciência e à Cultura.

A Rota do Escravo surge para resgatar, de forma mais crítica e sistemática, o trabalho de historiadores e pesquisadores sobre o comércio de escravos africanos no país e tentar compreender melhor os fatos que o envolveram. Para Solange Cristina, da Realitytour, operadora da rota em toda e qualquer cidade da região do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e do litoral norte, há marcas da passagem do africano, reveladas por meio de documentos, marcos arquitetônicos, cultura, geografia e outros elementos que revelam parâmetros de dominação, ação e reação resultantes do sistema escravocrata no Brasil.

Roteiros

São seis roteiros à disposição dos turistas que queiram conhecer um pouco do turismo étnico paulista que mostrará a cultura dos negros africanos no país. No primeiro, passando por Tremembé, Taubaté e Pindamonhangaba, os turistas conhecerão a saga dos barões do café em terras do Vale do Paraíba, amparadas pela mão do negro africano escravizado. O segundo tem início também em Tremembé passando por São Luís do Paraitinga até Redenção da Serra, para conhecer a movimentação pela abolição da escravatura e seus desdobramentos. O terceiro roteiro começa em Piquete, passa por Lorena e termina em Cruzeiro. O objetivo deste trajeto é mostrar aspectos da religiosidade e do ?sincretismo? afro-brasileiro, além de perceber a presença do negro na economia cafeeira e nos caminhos do ouro.

O quarto roteiro, que inclui Piquete, Guaratinguetá e Cunha, também tem foco na religiosidade além de destacar o negro, sua expressão cultural e sua presença  nos caminhos do ouro. O roteiro 5 inicia-se em Piquete, passa por São José do Barreiro e finaliza em Bananal para reconhecer a presença do negro na sociedade escravista, dentro da economia cafeeira.

E, finalmente, o sexto inclui São Sebastião, Ubatuba e Ilhabela, onde será encontrado o elo entre passado e presente escravista no Brasil por meio de remanescentes de comunidades quilombolas, sítios arqueológicos e caminhos do ouro.

Quem tiver interesse em conhecer algum desses roteiros pode entrar em contato com a operadora da rota, pelo telefone (12) 3672-3427.

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