Santiago, seus contrastes e histórias

Distante a menos de quatro horas de vôo de São Paulo, a capital do Chile, Santiago, é uma ótima opção de diversão ainda pouco explorada pelos turistas brasileiros. A cidade foi fundada em 1541 pelo capitão espanhol Pedro de Valdívia.

Abrigando um terço dos 15 milhões de habitantes do País, Santiago é o centro empresarial e econômico do Chile. Todavia, sua arquitetura moderna é contrastada com prédios antigos e muito bem conservados. O estilo neoclássico dos prédios aparece principalmente nas construções do bairro cívico.

Assim como em muitas cidades brasileiras, os órgãos públicos estão concentrados em prédios próximos. Em Santiago, todas as secretarias, ministérios e a sede do Poder Executivo estão numa mesma área. Apenas o Congresso Nacional não fica na capital e sim ao Norte de Santiago, na portuária cidade de Valparaíso.

Uma das obras que mais impressionam é o Palazio de la Moneda. Entre 1804 e 1846, o local foi a casa oficial do presidente da República. Hoje, Ricardo Lagos, o atual presidente chileno, utiliza o prédio apenas como local de trabalho.

No Chile não há uma residência oficial para o presidente. Lagos mora em sua própria casa. A única residência pertencente ao governo chileno é uma casa de praia na cidade de Viña del Mar.

O Palazio de la Moneda foi construído na mesma época em que foi feita a Casa da Moeda, no Rio de Janeiro. Em 11 de setembro de 1973, quando o País sofreu um golpe militar, o palácio foi destruído parcialmente, sendo reconstruído somente oito anos depois.

A cada dois dias é possível ver na Praça da Constituição, em frente ao palácio, a cerimônia da troca da guarda. A Polícia Federal fardada do Chile é conhecida como Carabineros. Ela é responsável por todo policiamento do País, inclusive no trânsito. Talvez esse seja um dos pontos que mais diferem o Chile do Brasil.

Lá, a violência ainda não tomou conta das ruas e as pessoas podem tranqüilamente sair à noite. Entre todos os chilenos, os Carabineros têm a fama de serem incorruptíveis.

Pontos de destaque dentro do palácio são seus dois pátios: o dos canhões e os das naranjas (laranjas). O local é aberto a visitação, mas com uma curiosidade: nunca se pode entrar e sair pela mesma entrada.

Também no bairro cívico fica a Plaza de las Armas. A maior praça da cidade foi feita por construída por Valdívia como um forte militar. Atualmente ela abriga a Municipalidad (prefeitura) de Santiago, além de prédios importantes, como a Catedral da cidade. À noite, a praça vira ponto de encontro de peruanos. Na década de 90, cerca de 40 mil peruanos imigraram no Chile para trabalhar na construção civil.

A catedral

A Catedral Metropolitana de Santiago foi fundada, como capela, em 1551. Desde então, ela foi restaurada várias vezes. Sua última grande reforma aconteceu em 1748. O Chile, assim como o Brasil, é um País de maioria católica. Mais de 70% da população é adepta do catolicismo. Contudo, as igrejas evangélicas vêm ganhado seu espaço no País, hoje elas são responsáveis por 13% dos fiéis. No começo do século XX, 98% da população chilena era católica.

A geografia de Santiago é privilegiada. Com uma altitude de 543 metros acima do nível do mar, a cidade é um vale ladeado pelas cordilheiras da Costa e dos Andes. Simplesmente a visão das montanhas e da neve concentrada no topo delas (somente na Cordilheira dos Andes) já é um atrativo para conhecer a cidade. As duas cordilheiras são responsáveis pelos dois principais produtos chilenos: o cobre (40% das exportações) e frutas (18% das exportações). Os minerais encontrados na Cordilheira dos Andes fazem com que o solo chileno seja muito produtivo. Já a Cordilheira da Costa é responsável pela formação de microclimas em todo País, ideais para o cultivo de determinadas frutas. Santiago, localizada no Centro do Chile, tem clima mediterrâneo seco. Ou seja, as estações do ano são bem divididas. No verão é possível verificar temperaturas de até 30 graus. Já no inverno, elas nunca ultrapassam os 15 graus.

* O jornalista viajou a convite da Corporação de Promoção Turística do Chile e da Lan Chile.

A gastronomia é diversa

Lawrence Manoel

A gastronomia chilena pode ser tratada como um capítulo a parte. Santiago é uma cidade cosmopolita, onde é possível encontrar comidas típicas de várias regiões do mundo. O hotel Majestic é um dos pontos imperdíveis na visita à capital chilena. Ele tem o único restaurante típico hindu do País.

Freqüentado por personalidades que chegam ao Chile, o restaurante do hotel tem seus pratos principais divididos em: al tandor (grelhados ao forno) e al curry (molhos).

Uma casquinha feita com farinha de lentilha e temperada com cominho, conhecida como papar é muito boa para ser degustada como aperitivo.

No Mercado Central de Santiago é possível encontrar muitas frutas, verduras e frutos do mar. Quem quiser saboreá-los ali mesmo tem a opção de uma ótima marisqueria. A Donde Augusto, local freqüentado por pessoas famosas como o tenor Plácido Domingo e o melhor jogador de futebol chileno da atualidade, Marcelo Salas.

Também no ramo dos frutos do mar, o Aquí está Coco , no bairro Providência, é um dos mais sofisticados de Santiago. Pertencente ao famoso chefe Jorge “Coco” Pacheco, ele apresenta em seu cardápio pratos como o Salmão Angelmó, Trutas com Alcaparras e Bocados de Congrio (um peixe parente próximo da enguia, que se destaca por não ter espinhas). Seu caldo era o prato preferido de Pablo Neruda, principal poeta chileno e prêmio Nobel de literatura em 1971.

Agora, o grande point gastronômico de Santiago é o Los Adobes de Algomedo, que fica na Rua Algomedo. Além de comidas típicas chilenas, o local- que é uma verdadeira Torre de Babel em Santiago devido à diversidade de nacionalidades que o freqüentam -é responsável pelos mais belos espetáculos de danças típicas da capital chilena.

Entre elas, se destaca a cueca (dança onde o casal imita a cerimônia de acasalamento do galo e da galinha).

Dentre as bebidas chilenas não se pode esquecer do vinho. Normalmente seco, ele é servido em praticamente todas as refeições. O produto é um dos orgulhos do povo chileno e sua exportação tem grande importância na balança comercial do País. Mas as bebidas chilenas não se limitam ao vinho.

O pisco sour (espécie de aguardente feito com uvas que é servido com vários complementos, como ovo e suco de limão) é um dos mais apreciados drinques chilenos. A vaina e a chicha (suco de uva fermentado) também são tradicionais.

DICAS

– Troque seu dinheiro já no Aeroporto de Santiago. A cotação é maior e o real é bem aceito. No interior, em muitas casas de câmbio não aceitam o dinheiro brasileiro e as que aceitam pagam muito pouco por ele.

– Em Santiago, um real vale 190 pesos. Um dólar vale 715 pesos.

– Não deixe de experimentar o pisco sour.

– Não deixe de ir ao Los Adobes de Algomedo e ver os shows de danças típicas, principalmente a cueca.

– Procure lembranças e feiras de artesanato. Se possível vá a um Shopping Center. Os preços – é bom saber – não são muito diferentes dos do Brasil. A economia chilena é mais estável que a brasileira, mas o peso chileno tem uma valorização similar ao real, num comparativo com o dólar.

– a principal companhia aérea que faz o traslado entre o Brasil e o Chile é a LanChile (www.lanchile.com).

– Para encontrar mais informações sobre o Chile acesse o site

www.visit-chile.org

Esta foi a primeira matéria de uma pequena série de reportagens sobre o Chile, feita pelo repórter Lawrence Manoel.

Na próxima edição, a matéria de capa será sobre Viña del Mar e Valparaíso, dois outros importantes destinos turísticos chilenos.

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