Rede hoteleira de Curitiba é familiar

Apesar do crescimento das cadeias hoteleiras e da criação de rede de hotéis locais, 72% da rede hoteleira de Curitiba ainda é administrada por famílias. A constatação é de uma pesquisa encomendada, no final do ano passado, pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-PR) e coordenada pela professora Simone Eloísa Villanueva de Castro Ramos, que contou com o apoio da Faculdade Facinter e Universidade Tuiuti do Paraná.

Apenas 28% dos hotéis da capital são empreendimentos de grandes redes, sejam elas nacionais ou internacionais. Entre 1920 e 1960, apenas 1% dos hotéis era administrado por redes ou empresas hoteleiras. A partir de 1981 a 1990, esse número subiu para 3%. O “boom” da hotelaria curitibana aconteceu a partir de 1991 até meados de 2003, quando o aumento chegou a 24%.

Os dados confirmam que a realidade da hotelaria de Curitiba segue uma tendência mundial, revelada em um estudo divulgado pela Organização Mundial do Turismo (OMT) e Organização das Nações Unidas (ONU).

Modernidade

Baseado no crescimento progressivo das redes, a pesquisa encomendada pela ABIH-PR mostra ainda que, a longo prazo, o número de empreendimentos administrados por empresas hoteleiras nacionais e internacionais cresça consideravelmente na capital.

“Existe uma tendência de os hotéis familiares que não se modernizarem e contratarem pessoal mais bem preparado para competir com as grandes redes desapareçam, principalmente os de categoria três estrelas, que são os que mais estão sentindo a pressão do mercado”, diz a pesquisadora Simone Castro Ramos.

A pesquisa mostra que os de administração familiar são na maioria de categorias mais simples, deixando o luxo para as grandes redes. O estudo foi feito em 166 hotéis, dos quais dois são de categoria cinco estrelas (Bourbon e Rayon), 37 quatro estrelas, 33 três estrelas, 25 duas estrelas, 37 considerados econômicos e simples e o restante chamados rotativos (motéis dentro da cidade).

Crescimento

O presidente da entidade, Hercílio Struck, comenta que o setor hoteleiro foi um dos que mais cresceram nos últimos dez anos. “Na década de 80 existiam em Curitiba 34 empreendimentos, e somente entre 1991 e 2003, foram inaugurados mais 76”, comenta Struck.Até final de 2005, mais quinze novos hotéis serão inaugurados na capital paranaense, gerando uma expectativa em torno de novos empregos. Serão aproximadamente quinhentos novos postos de trabalho diretos, além de centenas indiretos e mais de dezesseis mil leitos.

Hoje, a hotelaria emprega 3.432 pessoas em Curitiba. Os hotéis familiares têm mais funcionários do que as grandes redes, que optam por um quadro mais enxuto.

Outro dado interessante é que todos os hotéis pertencentes a grandes redes terceirizam os serviços de restaurante, lavanderia e estacionamento.

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