Recife faz Carnaval de muitos ritmos

O Recife se veste de muitas cores, brilhos e, sobretudo, emoção para receber a festa mais contagiante do calendário: o Carnaval. Considerado um dos mais democráticos do mundo, o Carnaval Multicultural do Recife é também um dos mais autênticos do Brasil. Recebe turistas do mundo inteiro e gente de todas as regiões do País.

Este ano, o Recife homenageia duas ilustres figuras da cultura popular pernambucana: o escritor Ariano Suassuna e o cantor de frevo Claudionor Germano. Eles darão um brilho todo especial à festa que conta com os mais variados ritmos, onde todas as culturas se comungam. Gerações, crenças e etnias se misturam numa grande diversidade cultural. Tem frevo, maracatu, caboclinho, ciranda, coco, samba, rock, reggae e manguebeat. Mais de 180 artistas nacionais e regionais. Shows, desfiles de blocos, fantasias. Um espetáculo diferente em cada esquina.

É essa diversidade do Carnaval Multicultural do Recife que encanta a todos. A tradição encontra a contemporaneidade. O requinte junta-se à popularidade. Todos os anos, o autêntico Carnaval de rua do Recife arrebata milhares de foliões, turistas do Brasil e do exterior. São 12 quilômetros quadrados de Carnaval em oito pólos no centro da cidade, mais de trezentas agremiações, oito pólos descentralizados (nos bairros). Ninguém fica de fora. A folia é distribuída por toda a cidade.

Encontro de nações

Este ano, a Prefeitura do Recife incrementou ainda mais o espetáculo da abertura do Carnaval. Naná Vasconcelos, acompanhado de quatrocentos batuqueiros de onze nações da Maracatu, recebem convidados especais no Pólo Recife Multicultural (Marco Zero).

Tudo começa na Rua da Moeda, de onde os foliões se encontram para seguir em arrastão até o Marco Zero. À frente desse grande cortejo vão dez clarins anunciando o Evoé, seguidos do Momomóvel, que leva o Rei Momo e a Rainha do Carnaval para receber a chave da cidade. Esse é o momento em que se celebra a união entre as nações.

Na praça, estarão prontos para recepcionar o grupo o maestro Nenéu Liberalquino e Orquestra de Sopro, composta por 38 componentes e trompetes, trombones, tubas, bombardinos, trompas, teclado, bateria e percussão. Além dos convidados Jorge Du Peixe (Nação Zumbi), Edilza, o homenageado Claudionor Germano e a baiana Virgínia Rodrigues. Esse grande show mostrará músicas como Fanfarra Olímpica, de Jonh Williams; Algodão, de Luiz Gonzaga, em ritmo de maracatu; Meu Maracatu Pesa uma Tonelada, de Jorge Du Peixe; Lavadeira do Rio, de Lenine e Bráulio Tavares e Nação Nagô, de Capiba.

No final, o cortejo segue pela Avenida Alfredo Lisboa de volta à Rua da Moeda. Sobem ao palco no Marco Zero, em seguida, Silvério Pessoa, Alceu Valença e Lula Queiroga para um show juntos.

Cultura é o mote do Carnaval de Olinda

Fotos: Passarinho
As ladeiras do Sítio Histórico de Olinda ficam repletas de foliões: festa atrai mais de um milhão deles.

O Carnaval de Olinda é considerado o melhor Carnaval de rua do mundo. Todo ano, atrai mais de um milhão de foliões, para as ruas e ladeiras do Sítio Histórico. Uma festa que encanta por sua magnitude em termos culturais e pela importância mundial do cenário onde se desenvolve, mas, principalmente, pelo caráter popular e irreverente.

Além de preservar as mais puras tradições da folia pernambucana e nordestina, Olinda promove uma festa democrática e plural. Todo ano, pelas ruas e ladeiras da Cidade Alta, desfilam centenas de agremiações carnavalescas e tipos populares, que mantêm vivas as genuínas raízes da mais badalada festa do Brasil. São clubes de frevo, troças, blocos, maracatus, caboclinhos, afoxés, cujas manifestações traduzem a mistura dos costumes e tradições de brancos, negros e índios, base da formação do povo e da cultura local.

Sem falar nos bonecos gigantes, que a cada ano se proliferam e hoje já são mais de uma centena desfilando nas ruas e ladeiras da cidade. Esses bonecos são uma herança européia e têm sua origem nas procissões do século XV. Lá, os bonecos acompanhavam os cortejos religiosos, aqui, enfeitam a festa pagã.

Originários do Carnaval de
Veneza, os clowns surgiram
na cidade no início do século XX.

E por toda essa diversidade, Olinda foi escolhida a primeira, Capital Brasileira da Cultura numa eleição cujo resultado foi divulgado no dia 30 de junho do ano passado. O título, concedido pela ONG CBC, em parceria com o Ministério da Cultura, é um selo de qualidade, que atesta a importância de Olinda na preservação e representatividade da cultura brasileira.

A Marim dos Caetés será, durante todo o ano de 2006, o centro das atenções nacionais e internacionais, como principal destino turístico-cultural do País. E esse título irá tornar o Carnaval deste ano ainda mais especial. O tema da festa já está escolhido: "Olinda, Capital Brasileira da Cultura". Artistas, artesãos, agremiações, o poder municipal e os cidadãos comuns estão empenhados e fazer deste período momesco o melhor de todos os tempos, já que os olhos estão todos voltados para a cidade.

Mas os protagonistas da Festa de Momo, em Olinda, são mesmo os foliões. A cada ano, eles enchem as ladeiras da Cidade Alta encarnando personagens inspirados tanto nos noticiários do dia-a-dia, como nos mais tradicionais costumes, todos retratando em suas fantasias a irreverência e a crítica social tradicionalmente presentes no Carnaval de Olinda. E são essas manifestações espontâneas que fazem a cidade merecer o título de representante da cultura brasileira.

Estrutura para atender os foliões

Todo ano, a Prefeitura de Olinda monta um esquema especial de serviços, que inclui atendimento médico, instalação de sanitários públicos, controle sanitário dos alimentos comercializados, reforço na limpeza urbana e coleta de lixo, instalação de postos de atendimentos ao turista, inclusive da Delegacia do Turista, instalação de postos de atendimento da Ouvidoria da Mulher, do Conselho Tutelar, do Conselho do Menor e do Adolescente e da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

Para garantir a segurança do folião, o controle do trânsito e a preservação do patrimônio histórico, a Guarda Municipal coloca todo o seu efetivo nas ruas. Além dos 117 guardas municipais, a segurança é reforçada com a contratação de seguranças privados. Esse contingente atua em conjunto com efetivos da Polícia Militar. A Prefeitura mantém ainda um sistema de câmeras que ajuda no monitoramento de pontos estratégicos da Cidade Alta, auxiliando na prevenção da violência e de atos de depredação do patrimônio histórico.

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