"Quando conhecemos o produto adquirido a viagem fica mais tranqüila e, se algo acontecer, fica mais fácil saber qual atitude tomar". (Octávio Bernardini, presidente da World Plus) |
Sofrer uma fratura ou um acidente na cidade onde mora já é um transtorno; se isso ocorrer longe de casa, em uma viagem, seja ela de trabalho ou de lazer, pode se tornar um caos, gerando uma série de problemas e preocupações. Para amparar o turista em situações adversas, existe o seguro-viagem. Porém, apesar da grande utilidade quando mais se precisa de soluções, esse produto não é adquirido por grande parte das pessoas que viajam. Entre as razões estão o não oferecimento nas agências e operadoras que vendem pacotes turísticos e a falta de conscientização do viajante quanto à sua importância no caso de imprevistos.
De acordo com a World Plus, empresa especializada em seguro-viagem e que atende em 192 países, em 1997, 60% das pessoas que viajavam o faziam sem adquirir um plano de seguro-viagem. Para o diretor-presidente da empresa, Octávio Bernardini, atualmente a realidade não é muito diferente. "Hoje acreditamos que 50% compram e, destes, 80% adquirem o seguro somente porque está incluído no pacote. Só 20% adquirem o seguro porque realmente estão conscientes de que é importante", diz.
Octávio atribui a falta de interesse pela compra de seguros pelos viajantes ao desconhecimento ou à falta de consciência das pessoas em relação aos custos de alguns procedimentos, como por exemplo, as internações hospitalares. "Uma internação no exterior pode custar uma fortuna", comenta. "Outros motivos são o não oferecimento do produto nas agências – o agente tem receio de perder o cliente para a concorrência que não oferece o produto e, por isso, vende pacotes US$ 30, US$ 40 mais baratos – e o excesso de otimismo do brasileiro que sempre acha que nada de mal vai acontecer", observa Octávio Bernardini.
Benefícios
Entre os benefícios oferecidos por um seguro-viagem estão: remoção ou repatriamento do segurado em caso de lesão ou doença, transporte ou repatriamento de familiares acompanhantes, passagem do segurado por morte de um parente de primeiro grau ou por sinistro na sua residência durante a viagem, repatriação funerária, informações sobre vistos e passaportes, assistência jurídica, prolongamento da estada do segurado, hospedagem em hotel em caso de convalescência, atendimento 24 horas em português. Algumas seguradoras não cobram franquia e nem limitam os benefícios por idade.
É preciso estar atento que seguro-viagem é diferente de assistência. Segundo Octávio Bernardini, no caso do seguro-viagem, a cobertura é por evento, ou seja, o segurado tem direito ao valor integral do plano em cada situação e em algumas assistências há um limite que é descontado por circunstância. O usuário com mais de sessenta anos pode ter de pagar um acréscimo no valor do serviço.
Do total de clientes da World Plus, 35% acabam tendo que utilizar os benefícios do seguro. Desse total, 61% são pessoas com mais de 65 anos. Os casos mais comuns são quedas com fraturas e mal-estar.
Complementares
Celso Guelfi, diretor da GTA (Global Travel Assistance), operadora especializada em seguro-viagem há dezenove anos, diz que o ideal é comprar um produto que una assistência e seguro. "A assistência vai dar ao turista amparos médico, farmacêutico, odontológico, jurídico, financeiro, além de oferecer traslado e repatriações, bastando somente ele ligar para uma central 24 horas; já o seguro vai fazer com que ele não tenha que pagar a conta no final do atendimento", explica.
Segundo Celso, das pessoas que viajam para o exterior apenas 28% adquirem seguro-viagem, mas a tendência é a de que mais pessoas se interessem pelo produto. "As operadoras, de um modo geral, estão se conscientizando devem incluir o seguro para garantir o bem-estar do cliente mas esse processo ainda é um pouco demorado. Um dos motivos para que isso não acontecesse era o alto preço do seguro, que encarecia o pacote turístico. Hoje pode-se comprar um a partir de US$ 14", observa.
Tratado de Schengen
Outro ponto a favor do aumento do mercado desse tipo de seguro é o fato de que alguns países agora só estão liberando visto se o turista tiver adquirido um seguro-viagem. Isso é o que prevê, por exemplo, o Tratado de Schengen, assinado por países europeus e que entrou em vigor no dia 1.º de janeiro. Conforme o acordo, os países membros que exigem visto de brasileiros devem solicitar também que os turistas viagem munidos de seguros com cobertura mínima de 30 mil euros.
Firmaram o acordo os seguintes países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Holanda, Portugal e Suécia.
Cobertura da bagagem à vida
A World Plus oferece planos diversos e nenhum exclui a terceira idade. Só para se ter uma idéia de preços, os planos para viagens dentro do território nacional custam a partir de US$ 25. Esse é o caso do Brasil Plux V que inclui: seguro por morte acidental (R$ 30 mil), invalidez parcial ou permanente por acidente (R$ 30 mil), assistência médica hospitalar (R$ 3 mil), despesas médicas suplementares (R$ 300), assistência odontológica (R$ 300), garantia de despesas farmacêuticas (R$ 300) e seguro-bagagem (R$ 300).
Internacional
O plano básico para viagem internacional custa US$ 68 e a cobertura inclui: seguro por morte acidental (R$ 50 mil), invalidez permanente por acidente (R$ 50 mil), invalidez parcial por acidente (R$ 50 mil), assistência médica hospitalar (US$ 10 mil), assistência odontológica (US$ 10 mil), garantia de pagamento de despesas farmacêuticas (US$ 10 mil) e seguro-bagagem (R$ 1,5 mil).
Os preços vão até US$ 332, caso do Up Scale Plus/Internacional que prevê o pagamento de R$ 250 mil aos dependentes se o segurado morrer acidentalmente ou ficar inválido.
O básico da GTA (Global Travel Assistance) é o rubi, que custa US$ 38 para uma estada de até dezesseis dias. Inclui assistência nas áreas médica (US$ 8 mil), odontológica (US$ 300), farmacêutica (US$ 300), jurídica (US$ 6 mil) e financeira (US$ 3 mil), além de seguro-bagagem (US$ 450), traslados gratuitos sem limite, cancelamento de viagem (US$ 1 mil), repatriação sanitária sem limite, repatriação por morte sem limite, passagem gratuita para um membro da família sem limite, seguro de vida por morte acidental (US$ 50 mil) e diária em hotel por cinco dias no valor de até US$ 70 no caso de convalescência.
Serviço – World Plus: (11) 3259-4411 e www.worldplus.com.br. No Paraná, a representante é a Metas, telefone (41) 232-7962. GTA (Global Travel Assistance): (11) 3258-4511 e www.brasilianassist.com.br. (DS)