Em junho começa a temporada de esqui na América do Sul e as estações do Chile e Argentina já se preparam para receber o turista. Convidativo, o frio também chama atenção para as pequenas cidades próximas às estações, onde o turismo de neve soma-se às opções de compras e muita diversão.

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As baixas temperaturas também pedem hotéis aconchegantes e restaurantes de gastronomia requintada. Por isso, quem pretende aproveitar o frio nesses países tem à disposição mais que a prática dos esportes de neve, simplesmente.

“Geralmente, quem procura Bariloche, na Argentina, vai também para praticar o esporte preferido do brasileiro: comprar”, afirma o diretor-proprietário da Green Peace Operadora, Lisandro do Nascimento Vasconcelos.

Na hora de escolher o destino vale observar o que ele oferece conforme o propósito de cada um: apenas se divertir na neve ou passear por belas paisagens, aproveitando, claro, as pechinchas locais.

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Se o que fala mais alto é a segunda opção, na Argentina mesmo existem outras localidades que oferecem alternativas que não apenas a estação de esqui. “E mesmo assim, o acesso a Cerro Catedral (principal estação da América do Sul, localizada em Bariloche) é fácil, já que está a apenas 19 quilômetros do centro da cidade”, cita.

Essa é, inclusive, uma característica importante das estações: a proximidade das cidades, com acesso facilitado – do centro de Bariloche, por exemplo, partem ônibus regulares ou os próprios hotéis oferecem transfers.

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O viajante fica na cidade e escolhe. Quer apenas ver neve? Um dia de passeio basta. “Ou então há possibilidade de fechar um pacote que contemple aulas e o aluguel dos equipamentos”, orienta Vasconcelos.

Estação Cerro Chapelco, em San Martin de los Andes, na Argentina, tem 45 quilômetros de pistas esquiáveis.

Outro exemplo semelhante na Argentina é Villa La Angostura, a 76 quilômetros de Bariloche, onde fica o centro de esqui Cerro Bayo. “É menor em tamanho, mas tem grande potencial turístico”, diz o operador.

Ou ainda San Martin de Los Andes, a 190 quilômetros de Bariloche, onde fica a estação de Chapelco, a 19 quilômetros do centro da cidade. Se quiser ir ainda mais longe na Patagônia, o destino é o Ushuaia, onde fica a estação de Cerro Castor.

É uma das melhores da América do Sul, muito procurada por esquiadores estrangeiros devido à qualidade da neve. No Chile, que tal encarar Pucón? A cidade ao pé da Cordilheira dos Andes oferece a possibilidade de esquiar em um vulcão ativo, o Villarica – uma das melhores pistas para snowboard no mundo.

Faça opção de acordo com seu propósito

As estações oferecem, além do esqui, prática de snowboard, caminhadas na neve, passeios de trenó ou aulas de esqui de fundo (diferente do tradicional, de montanha, este é praticado no plano, exigindo mais força motora).

Se a ideia é mesmo aprender a esquiar e aproveitar tudo o que a neve tem a oferecer, a melhor opção é se hospedar logo no centro de esqui. É o caso das estações Valle Nevado, El Colorado, Chillán e Ski Portillo, todas no Chile.

Os empreendimentos, isolados em meio às montanhas, geralmente fecham pacotes nos quais você pode incluir, além da hospedagem e alimentação, o aluguel dos equipamentos, das roupas, aulas e o ski lift (passe que dá acesso às pistas com uso dos meios de elevação). Até porque, para aprender, você vai precisar de muito mais que um dia.

Na temporada de inverno, os empreendimentos fecham pacotes de uma semana geralmente. Mas fique ,atento: fora praticar os esportes ao ar livre, não há muito mais o que fazer a não ser apreciar a boa comida e vinhos nos restaurantes e bares dos hotéis durante todo esse tempo. Por isso, opte pelo isolamento apenas se a sua praia é mesmo passar horas sobre a neve. (LM)

Cidades aconchegantes, estações agitadas

A pequena San Martin de los Andes, na Patagônia argentina, é calma, familiar e romântica. E é a menos de 20 minutos deste local cercado por montanhas e abrigado pelo Parque Nacional Lanín que fica a estação de Cerro Chapelco. Aqui a proposta é diferente dos grandes resorts de montanha. Na estação não há hotéis.

O turista fica na cidade, onde há meios de hospedagem familiares, restaurantes aconchegantes, jardins ornamentados e belas praças, que convidam a um passeio.

Aguardar o pôr-do-sol tomando um chocolate quente, sentado em um dos muitos bares com vista panorâmica, é uma das boas pedidas. Também vale visitar os museus e prédios históricos, de arquitetura impecável.

Nos arredores da cidade, pratique ecoturismo e turismo rural. Há bosques, lagos e montanhas com mirantes, além das fazendas. Após o jantar, a noite pode se estender no cassino ou em uma das discotecas.

Mas quem vai a San Martin, claro, também está em busca de aventura. Chapelco, assim como a cidade, ferve no inverno. A estação tem 45 quilômetros de pistas esquiáveis e é a mais importante da Província de Neuquén.

São nove ski-lifts, que possibilitam diversão para principiantes, intermediários e experts em esqui. Lá também dá para praticar snowboard, snowmobile, parapente, ou, ainda, andar em trenós puxado por cães. Tudo em meio a uma paisagem composta por vulcões, lagos e cordilheiras de montanhas.

Na estação é possível passar apenas um tarde ou fechar pacotes para quantos dias desejar. Uma diária, por exemplo, sai a partir de 94 pesos (ou R$ 52,64). No site www.sanmartindelosandes.gov.ar há informações e tarifário.

Cerro Castor

No Ushuaia, estação Cerro Castor se destaca pelo esqui de fundo, com circuitos que atravessam bosques.

Que tal esquiar à beira-mar no Ushuaia? A capital da província da Terra do Fogo é cobiçada pelos aventureiros modernos, que hoje estão armados apenas de mochilas e câmeras fotográficas.

É um território coberto de campos ondulados, bosques, geleiras e montanhas, dividido ao meio por Chile e Argentina e separado da massa continental pelo Estreito de Magalhães.

Ushuaia é bem estruturada, com bares e restaurantes típicos. E é nela que fica a estação de esqui de Cerro Castor, que possui um padrão europeu, com 20 quilômetros distribuídos em 19 pistas com diferentes características. O esqui de fundo é a prática esportiva que mais se destaca, com circuitos que atravessam os bosques de Lenga, onde estão as árvores típicas da região. (LM)

Bariloche, a preferida do brasileiro

Distante 1.640 quilômetros de Buenos Aires, Bariloche, localizada na província argentina de Rio Negro, às margens do Lago Nahuel Huapi, é, de longe, o destino mais lembrado pelos brasileiros quando se fala em esqui.

Quem gosta de natureza exuberante e de ver a vida silvestre se desenvolver livremente tem de conhecer a cidade. O lugar, verdadeiro tesouro da natureza, tornou-se porta de entrada para o resto da Argentina e também para o Chile, por sua localização estratégica.

Bariloche é lembrada não só por causa da neve, mas principalmente pelas belas paisagens e refinada gastronomia.

Bariloche não é apenas conhecida por sua boa infraestrutura voltada à prática de esportes na neve. A cidade é também famosa por sua refinada gastronomia, representada pelos produtos defumados, ,fondues de queijo, carnes de cervo e javali, trutas e salmões de viveiro, além das variedades de chocolates.

A cerâmica artesanal, de tradição indígena, os tecidos rústicos e tapeçarias, materiais de artesanato produzidos em madeira e cobre, os cosméticos produzidos na região e licores regionais são outras tentações que Bariloche oferece aos turistas.

A região conta, ainda, com infraestrutura hoteleira que permite hospedagem no campo ou cidade, para os mais diferentes propósitos e gostos. A grande variedade de paisagens permite fazer excursões turísticas – desde passeios fluviais, lacustres, até alternativas radicais como cruzeiros de pesca, trekking, mountain bike, esqui, snowboard, rafting, cavalgadas, golfe, parapente.

Alguns dos locais mais visitados na região são o Circuito Chico (com seus belos bosques, lagos e montanhas) e o Cerro Otto (ideal para a prática do montanhismo e local predileto para aqueles que querem vislumbrar uma das vistas mais bonitas do mundo), que em qualquer estação do ano permitem que o visitante desfrute de encantos indescritíveis.

Cerro Catedral

O local mais conhecido de Bariloche é, sem dúvida alguma, Cerro Catedral, que com incrível infraestrutura é um dos mais badalados centros de esqui do hemisfério sul, com 200 hectares esquiáveis, 67 quilômetros de pistas de esqui e serviços de transporte que o conectam de maneira rápida ao centro da cidade (32 meios de elevação capazes de servir mil esquiadores por hora).

Frequentada por grandes esquiadores, a estação cativa por seu visual e prestígio, quando se trata de competições profissionais. Mas, mesmo os esquiadores de primeira viagem podem aproveitar a neve fofa e começar a praticar o esporte: lá, instrutores treinados ajudam os novatos a darem os primeiros passos na neve.

Em meio às montanhas do Chile

Em Valle Nevado fica o maior domínio esquiável do hemisfério sul.

A temporada de inverno em Valle Nevado, a estação mais famosa do Chile, começa oficialmente em 12 de junho. Localizada a apenas 60 quilômetros do Aeroporto Internacional de Santiago, no coração da Cordilheira dos Andes, a estação tem acesso ao maior domínio esquiável do hemisfério sul, com 800 hectares de área própria para esqui e 39 quilômetros de pistas.

A maior delas é Vals, com três mil metros de extensão. As pistas possuem altitudes que chegam a 3.670 metros, além de 12 meios de elevação e um snow park.

Quem gosta de emoções mais fortes pode praticar até mesmo heliisking, uma modalidade em que se chega aos lugares mais remotos e virgens a bordo de um helicóptero – a alternativa é oferecida em algumas estações da América do Norte. Mas não falta opção para os iniciantes e aqueles que querem melhorar o nível nas pistas. Em Valle Nevado há uma escola de esqui com mais de 80 instrutores.

Hospedagem

Valle Nevado tem infraestrutura para variados tipos de gostos e bolsos. O hotel mais personalizado é o que leva o nome da estação. A partir do lobby, tem saída direta para as pistas.

O mais econômico é o Três Puntas, mas há ainda o Puerta Del Sol, mais voltado para famílias, e os condomínios Valle de la Luna e Valle del Sol. E se a ideia é comer bem, os hotéis são equipados com restaurantes que servem pratos das cozinhas mediterrânea, italiana, internacional e japonesa, além de fondues e lanches. À noite, o agito é no pub da estação ou em um dos dois bares.

Novidades

Valle Nevado pretende se tornar o primeiro “povoado de montanha” da América do Sul. Por isso a estação tem projetos de construir pelo menos um novo edifício por ano durante os próximos 15 anos.

O que está sendo feito agora é o Valle de Condores, com entrega prevista para junho de 2010. Quem já conhece a estação e pretende voltar nessa temporada vai encontrar novidades.

Os três hotéis passaram ,por remodelações. No setor gastronômico também há mudanças. O bar Puerta del Sol conta agora com um espaço especial para crianças e os restaurantes La Trattoria e Le Montagnard, no Puerta del Sol, fora unificados no conceito de cozinha internacional a la carte e com uma opção diária de “cozinha-show”, onde o chef prepara o prato na frente dos clientes.

O pub Tres Puntas também tem nova iluminação e ambientação. A loja de Valle Nevado será ampliada, a sala de aluguel de esqui ficará mais próxima das pistas e o apoio para os pés nos teleféricos Mirador e Prado serão alargados para oferecer mais segurança.

Há ainda promoções já disponíveis para quem já está planejando as férias de inverno. Há noites a partir de US$ 150 por pessoa, além de uma promoção que oferece 50% de desconto para o segundo hóspede. Informações: www.vallenevado.com ou pelo fone + 56 (2) 477-7705.

Portillo: ainda mais distante. E sem TV no quarto

Esqui em cenário cinematográfico: resort em Portillo é cercado de montanhas de até 4,5 mil metros, entre elas o lendário pico do Aconcágua.

Localizada a duas horas de Santiago do Chile, a 164 quilômetros da capital, a estação de esqui Portillo tem 35 pistas, a maior com 2.456 metros de extensão. São 500 hectares de terreno esquiável no resort, que é composto por um hotel e dois lodges anexos.

Passar alguns dias em Portillo significa isolar-se por completo da movimentação da cidade. Construído a 2.880 metros de altitude, à beira do Lago Inca, o hotel é cercado de montanhas de até 4,5 mil metros, entre as quais o lendário pico do Aconcágua.

Lá existem opções para esquiadores de todos os níveis: 45% das pistas são fáceis (10%) ou de dificuldade de baixa a moderada (35%); 55% são ideais para quem tem nível avançado (35%) e para profissionais (20%). Para os mais aventureiros, também há a alternativa do heliisking (subida de helicóptero) quando o tempo permite.

No hotel não há televisão nos quartos. De dia, o que vale é aproveitar a neve, a piscina aquecida ou a jacuzzi coletiva, além do spa. À noite, hora de comer bem e dar uma esticada nos bares ou na boate.

Na temporada, às quintas-feiras acontece uma competição de esqui e snowboard. Nas noites de sexta, a Escola de Esqui organiza a Descida de Tochas e há ainda atividades como snowshoes, festas temáticas, aulas de dança, leilões de arte e desfiles de moda.

Acesso

O acesso ao centro de esqui se dá pela estrada internacional que une Santiago a Mendoza (Argentina). Não é necessário entrar na cidade de Los Andes porque existe um atalho, que, além de economizar tempo, oferece uma paisagem espetacular. Se o hóspede desejar contratar o serviço de transporte, pode fazê-lo direto com o hotel.

Tarifário

Sete dias no hotel Portillo com quatro refeições, acesso às pistas e serviços custam a partir de US$ 1,2 mil por pessoa até US$ 2,5 mil na baixa temporada, dependendo do tipo de acomodação. Na média os preços variam entre US$ 1,7 mil e US$ 4,7 mil e, na alta, entre US$ 2.150 e US$ 5,3 mil.

Já os lodges são mais baratos. Os pacotes Ski Week por pessoa no Inca Lodge, por exemplo, custam a partir de US$ 590 em quartos de quatro camas, US$650 em quartos de três camas e US $800 em quartos de duas camas. Inclui o mesmo que os pacotes do hotel. Informações: + 56 (2) 263-0606 ou www.skiportillo.com