Pesquisa aponta expansão do intercâmbio

Mais de cinco anos após os atentados de 11 de setembro, o mercado de intercâmbio estudantil revela-se avesso a crises e dá demonstrações de pleno vigor. E até o Brasil colhe os frutos. É o que apontou pesquisa mundial conduzida pela Alto – Association of Language Travel Organizations, maior entidade mundial de empresas do setor e cujo comitê executivo tem o STB -Student Travel Bureau como representante brasileiro.

O levantamento envolveu 188 escolas internacionais de idiomas e agências especializadas em todo o mundo, que embarcaram mais de 94 mil estudantes no ano. E o otimismo impera no segmento. As agências esperam crescimento na receita de 17% em 2006 e de 15% nos próximos dois anos. Nas escolas, a expectativa é de alta de 10% em 2006 e 11% até 2008.

As estatísticas confirmam a importância brasileira para este mercado. O país figurou entre os quatro principais emissores de estudantes no ano passado e na liderança na América Latina. Foi o terceiro país cuja ?exportação? de estudantes mais aumentou em relação a 2005, com 26%, superada apenas pela França e Coréia do Sul.

E para onde vão os jovens? Citado por 79% dos entrevistados, o Reino Unido é a preferência número 1, seguido por Espanha, Estados Unidos, Canadá e Austrália. ?As duas primeiras colocações têm uma justificativa simples – a facilidade de tráfego entre os países da Europa?, lembra Santuza Bicalho, vice-presidente do STB e recentemente eleita chairman da Alto.

Estrangeiros aqui

Enquanto cada vez mais brasileiros investem no turismo educacional, os estrangeiros começam a voltar os olhos para cá. Nos próximos três anos, espera-se que o Brasil ganhe cinco pontos percentuais na preferência de jovens como destino para cursos de idioma. O índice pode ainda ser tímido, mas tende a colocar em breve o Brasil no patamar do turismo estudantil, à frente de nações como Alemanha, França, Itália e Japão. ?O trabalho mais amplo e profissional de divulgação turística do Brasil, atrelado à estabilidade econômica, faz do País um atrativo natural?, ressalta Santuza.

Objetivos

A pesquisa evidencia ainda a preocupação dos estudantes com seus rumos profissionais. Em uma comparação com os anos imediatamente anteriores, o incremento dos programas de aprimoramento da carreira passou de 36%, em 2005, para 54% em 2006. ?Esse cenário se reflete no Brasil, onde os jovens já não querem somente aprimorar uma língua estrangeira ou ter contato com outra cultura nas viagens ao exterior?, avalia Santuza. A expectativa é a de que até 2009 os cursos voltados para os negócios atinjam popularidade de 52%, superior a de cursos de idiomas e de preparação acadêmica.

O objetivo de buscar um upgrade profissional ajuda, inclusive a ampliar o tempo de permanência lá fora. Tanto que 33% dos estudantes já optam por ficar de um a até três meses no exterior.

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