Paraíso do esqui abre temporada 2004

Pistas de esqui para pessoas experientes e iniciantes, natureza exuberante, culinária sofisticada e um vulcão de onde surgem fontes de águas termais e minerais. Estes são apenas alguns atrativos que podem ajudar você a decidir qual será o próximo local de suas férias. A descrição é de uma das mais belas e importantes estações de esqui na Cordilheira dos Andes: Termas de Chillán, situada a 480 quilômetros ao sul de Santiago, no Chile. Os brasileiros já são hóspedes cativos: cerca de três mil lá estiveram na temporada de inverno do ano passado.

A natureza no lugar é privilegiada. Segundo o guia Alejandro Venegas, na região de Chillán existem quinze vulcões e os dois mais conhecidos ficam próximo aos hotéis do complexo turístico. Eles são chamados de Vulcão Novo e Vulcão Velho. O primeiro ainda está em atividade e, vez ou outra, é possível vislumbrar vapores de água saindo da terra. Alejandro diz que a última erupção ocorreu há cem anos. É de lá que vem a água aquecida das piscinas dos hotéis e usada para os tratamentos de beleza.

Chillán é ideal para quem quer aprender a esquiar como também para pessoas que já dominam os esquis. As 29 pistas estão distribuídas em cinqüenta quilômetros de aventura entre as montanhas que formam a cordilheira. Elas se encontram em dois níveis de altitude, um a 1.600 metros acima do mar e outro a 2.700. Só chegar até elas já vale pela beleza do lugar. Um dos circuitos mais longos é o Três Marias, com quatorze quilômetros de extensão, sendo possível ser percorrido por esquiadores de nível médio, tanto crianças como adultos. A mais nova das pistas é a El Golf, destinada a quem está no nível médio e quase iniciante. Mas também tem aquelas com alto grau de dificuldade para quem não dispensa um desafio. E, para quem quer mais adrenalina ainda pode ir de helicóptero até as montanhas mais altas e descer pelas encostas de neve virgem, fazendo seu próprio caminho.

O turista que vai a Chillán tem quatro possibilidades de hospedagem para os variados tipos de bolso. O cinco estrelas Gran Hotel Termas de Chillán tem 230 habitações, distribuídas em sete andares com vista para bosques de carvalho ou para um maciço de rochas coberto de neve. Quem viaja com filhos pode optar por uma habitação conjugada. As suítes têm equipamento de som, com CD e rádio, dois televisores e uma sala.

O principal diferencial deste hotel é um spa, onde a lamaterapia é um dos serviços mais procurados. A lama utilizada é extraída do vulcão, por isso, é rica em minerais e oligoelementos necessários para o equilíbrio dos processos fisiológicos da pele. Há também a piscina aquecida que tem uma parte coberta e outra ao ar livre. Assim é possível o turista ficar quentinho ao mesmo tempo em que toca a neve. A água vem a 90 graus do vulcão, sendo depois temperada e atingindo, em média, 37 graus.

Quem está procurando algo mais simples pode se hospedar no Hotel Pirigallo, com capacidade para 140 pessoas. Os quartos são aquecidos e confortáveis. Se o turista viaja com a família ou em grupo há a possibilidade de colocar beliches para aumentar a capacidade do quarto. Como o Gran Hotel, ele também oferece piscina aquecida de águas termais, salas de massagem, sauna e tratamentos de beleza.

Há ainda os condomínios que podem abrigar famílias grandes ou grupos de amigos, Lá podem fazer a própria refeição ou desfrutar de pensão completa no Grand Hotel. O mais novo dos hotéis é o Shangri-la, chamado agora de Pirimahuida que, na língua da tribo nativa mapuche, significa Montanha Nevada. Ele possui capacidade para oitenta pessoas e está situado a sete quilômetros das pistas, na pequena vila chamada Las Trancas. A condução até o complexo para esquiar é gratuita. Para quem quer uma hospedagem mais econômica, esta é a melhor opção.

Em todos os hotéis há aluguel de equipamentos de esqui. Mas além de esquiar é possível praticar snowboard e andar de moto na neve. Sem falar no passeio de trenó, puxado por seis cachorros da raça huskie malamute. Já para quem quer gastar energia, o ideal é a prática de esqui-de-fondo. Consiste em passear entre os bosques nevados com esquis especiais, sem a menor possibilidade de cair. Mas se o tempo não colaborar são organizadas atividades internas que incluem aulas de danças latinas, concursos e brincadeiras.

O Chile tem mais de quatro mil quilômetros de extensão banhados pelo Oceano Pacífico. Como não poderia deixar de ser, os frutos do mar e os peixes estão entre as especialidades quando o assunto é culinária. Vieiras, vongoles, mexilhões de grande tamanho, siris, camarões, lagostas, além de salmão, côngrio e truta fazem parte de um refinado cardápio. Mas é claro que também há carne vermelha e aves para quem preferir.

O turista só precisa ter cuidado na hora de pedir. Alguns pratos têm nomes parecidos em português e espanhol e outros não. Os mexilhões chamam-se choros, a jibia é polvo e os calamares são lulas. Também é possível se confundir com a base de preparo de alguns alimentos. Para os chilenos pastéis são cremes de maior consistência. O pastel de choclo, por exemplo, nada mais é do que milho moído e cozido, ou ainda pastel de jaiva, que é siri esmiuçado. Já o pastel dos brasileiros para os chilenos chama-se empanada.

Para acompanhar todos esses pratos, há uma carta de vinhos que está entre as mais completas do país. Os preços variam desde US$ 10, caso dos da vinha Tarapacá, a US$ 140, como o Chadwick.

O esqui é, sem dúvida, o que primeiro atrai turistas a Termas de Chillán. Para os experientes, a estação enche os olhos, tamanho é o número e diversidade de pistas para o esporte. São cinqüenta quilômetros divididos em 29 pistas. Dizem que é possível esquiar um dia inteiro sem repetir o percurso.

E, para os que já sabem esquiar, é só pegar os equipamentos, escolher um roteiro e se divertir. Agora quem ainda não domina a arte pode e deve participar de algumas aulas. Mas o turista precisa saber que vai precisar de muita força de vontade para aprender.

Além do equipamento pesado, que faz com que o iniciante fique todo desengonçado, se deslocar com os esquis ou, nem isso, conseguir ficar em pé, já é um grande desafio. O primeiro, o segundo, o terceiro… tombos são inevitáveis.

Mas vale a pena, é uma experiência única e divertida. Depois de todo esse esforço, a dica é fazer uma pausa na cafeteria das pistas Novicios e La Mami. Local onde são servidas bebidas quentes e lanches rápidos. Ambiente ideal para dar boas risadas lembrando dos tombos ou da adrenalina que é descer qualquer uma das pistas de Chillán.

Depois de um dia inteiro subindo e descendo montanha, nada melhor do que relaxar na piscina de água quente do Gran Hotel, fazer uma massagem ou hidroterapia no spa termal. O local é servido por fontes de águas termais e minerais que emanam de um vulcão. Um dos serviços mais procurados pelos turistas é a lamaterapia, que esfolia a pele e também ajuda no tratamento de doenças reumáticas.

A lama vegetomineral, que é extraída de perto das fumarolas vulcânicas em ebulição, passa por um processo de limpeza, sendo transformada em pó. Antes de passá-la no corpo, ela é misturada a ervas e a água termal. A temperatura varia entre 37 e 38 graus, o que confere uma agradável sensação.

Em seguida, é preciso ficar envolto em uma espécie de cobertor durante alguns minutos, o que deve potencializar o efeito da lama sobre a pele. O próximo passo é tomar banho numa jacuzzi para retirar a lama. Quem tem pressão baixa pode sentir um certo desconforto devido ao calor, nesse caso, convém avisar a terapeuta.

Esse é apenas um dos tratamentos oferecidos no spa de Termas de Chillán. Há ainda massagens de relaxamento e energizante e a de relaxamento e reflexologia. Há ainda a Reiki que usa como instrumento de cura para os males espirituais a energia universal, canalizada através das mãos da terapeuta.

Os tratamentos no spa devem ser pagos à parte. Os preços variam de 5 mil pesos (R$ 25), como é o caso da hidroterapia na jacuzzi, a 40 mil pesos (cerca de R$ 200), que é quanto vale o tratamento completo de cosmetologia, com limpeza de pele, hidratação e drenagem linfática). (EW)