Hans Von Manteuffel |
A 10.ª edição do espetáculo deve atrair mais de cem mil espectadores, incluindo muitos turistas. |
O Recife se volta novamente para mais uma grande manifestação popular, a primeira depois do Carnaval. De 23 a 27 de março, será realizada no Marco Zero da cidade, a Paixão de Cristo do Recife. A 10.ª edição do espetáculo deve atrair mais de cem mil espectadores no período da Semana Santa. "Nosso povo comemora a Semana Santa com muita devoção religiosa", diz o prefeito João Paulo. "Mas nessa época também mostramos nossos valores culturais e nosso potencial turístico".
A Paixão de Cristo do Recife reúne cem atores, trezentos figurantes e cinqüenta técnicos. O criador e diretor José Pimentel é recordista do teatro brasileiro, pois comemora 28 anos como intérprete de Cristo. Antes de fazer a Paixão de Cristo do Recife, Pimentel atuava e dirigia a Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, no Brejo da Madre de Deus, o que lhe confere 37 anos de experiência como diretor da peça.
A Paixão de Cristo é encenada em três palcos, com nove cenários. A novidade deste ano fica por conta de um palco complementar ao do centro, que vai possibilitar às pessoas uma melhor visão de cenas mais esperadas, como a abertura com os dois anjos narradores, o enforcamento de Judas e a ascensão de Jesus Cristo, que levitará, coberto por nuvens de fumaça, numa altura de sete metros.
A montagem é ainda toda marcada por fogos indoor, cascatas e efeitos pirotécnicos, como na aparição dos demônios e no terremoto após a morte de Cristo. Destaque também para dois foguetes ruidosos que passam sobre o público e estouram na árvore do enforcamento do traidor Judas.
Durante os cinco dias da apresentação, a Prefeitura organiza uma infra-estrutura especial de policiamento, iluminação nas ruas, sanitários públicos, ambulâncias, reforço na limpeza urbana, controle na circulação de ambulantes e aumento da frota de ônibus que circulam por aquela área.