Munique, da profusão cultural à vida ao ar livre

Às margens do Rio Isar, a charmosa capital bávara ostenta forte personalidade. A terceira maior cidade alemã, com 1,3 milhão de habitantes, menor apenas que Berlim e Hamburgo, tornou-se metrópole, sabendo preservar a história em belos monumentos, prédios e praças. Porém, não pense que lá você vai encontrar o tão conhecido estilo alemão, visto em algumas cidades aqui do Sul do Brasil. A arquitetura vista em Munique é belíssima, porém, difere em muito das simpáticas casinhas em estilo enxaimel.

Um passeio por Munique pode começar pela Marienplatz, onde teve início a cidade e é ainda hoje sua praça mais freqüentada. É ela que abriga alguns dos prédios cartões-postais desta parte da Alemanha, como o da Altes Rathaus (Velha Prefeitura) e o da Neues Rathaus (Nova Prefeitura).

No verão, os muniquenses curtem os parques, como o  Englischer Garten.

É do alto da construção de estilo neogótico da Nova Prefeitura que é exibido o Glockenspiel, o famoso carrilhão de Munique. Pontualmente às 11h, 12h e 17h, durante oito minutos, os 43 sinos tocam embalando grandes e coloridos bonecos de madeira. O espetáculo é apreciado diariamente por centenas de pessoas. Já a Velha Prefeitura hoje abriga o Museu do Brinquedo (www.toymuseum.de ou www.spielzeugmuseum-muenchen.de), que este ano comemora cem anos do urso de pelúcia, com a mostra de uma grande coleção. O ingresso custa 3 euros. Ainda na Marienplatz, destaca-se a Frauenkirche (Igreja de Nossa Senhora), inaugurada em 1494, considerada o símbolo da cidade e uma das maiores do sul da Alemanha.

Nesta época, em que o sol teima em não se pôr antes das 21h, os muniquenses aproveitam para curtir a vida ao ar livre. Durante todo o dia e, mais especialmente à noite, eles se reúnem nos bares, que dispõem de mesas do lado de fora, sob frondosas árvores. Os parques também são uma ótima pedida nesta época e são muito freqüentados. Um dos mais bonitos e também populares é o Englischer Garten (Jardim Inglês).

Cultura e arte

O famoso Girassóis, de Van Gogh, está na Nova Pinacoteca.

Munique é considerada um dos maiores centros culturais da Europa. Poucas cidades oferecem tantas opções de museus, óperas e teatros como esta capital. São ao todo setenta galerias, 58 teatros, 45 museus, dentre eles um exclusivamente voltado à tecnologia, o Museu Alemão. Quem aprecia pintura e escultura pode ir direto ao Kunstareal, o quarteirão da arte, que abrange seis museus, dentre eles as três Pinacotecas: a Antiga, que exibe mais de setecentas pinturas dos séculos XIV a XVIII, considerada uma das mais importantes galerias do mundo; a Nova, uma mostra das pinturas e esculturas européias do classicismo do Art Noveau; e a Moderna, dedicada às artes dos séculos XX e XXI. O passe para as pinacotecas varia de 5,50 a 9,50 euros. Uma dica é ir em um domingo, quando o ingresso custa somente 1 euro, em qualquer uma delas.

Para quem gosta de música clássica, Munique é destino obrigatório na Europa. A cidade conta com três regentes de renome mundial: Christian Thielemann, que conduz a Filarmônica de Munique; Zubin Metha, que substituiu Kent Nagano, conduzindo a Orquestra do Estado da Baviera para a temporada 2006/2007 e Matiss Janson, o regente principal da Orquestra Sinfônica do Rádio da Baviera. Todas as noites, há de oito a dez concertos de música clássica na cidade. Além disso, Munique também é conhecida pelos festivais de ópera que acontecem anualmente, sempre neste mês. Um motivo a mais para viajar para lá nesta época.

Compras

Um prato muito típico tem que ter as deliciosas wursts, chucrute e batata.

Os turistas que gostam de comprar devem ficar atentos a um detalhe: embora seja uma cidade de forte apelo turístico, Munique fecha suas lojas aos domingos. Nos demais dias, elas ficam abertas das 9h ou 10h até, em média, as 18h. Exceções são aquelas localizadas nos aeroportos, postos de gasolina e estações de trem. A Muller, situada na estação central, é uma ótima opção, onde se encontra de bolachas e chocolates a produtos de higiene/beleza e perfumes de grife.

Na Marienplatz, a praça principal, e arredores, o comércio é variado. São lojas que vendem desde eletrodomésticos, a roupas e souvenirs, além de curiosas bancas de frutas que têm ali o seu melhor ponto.

A capital tem também sua área voltada ao consumo de luxo, que não deixa nada a dever para cidades como Paris e Milão. Ela se concentra na Rua Maximilianstrasse, onde desfilam grifes mundialmente famosas, como Gucci, Armani, Channel, Dior, Luis Vitton, Valentino e Cartier, só para citar algumas.

Curiosidade: fica em Munique a sede do Süddeutsche Zeitung, um dos principais jornais da Europa. No país, somente o Frankfurter Allgemeine é mais lido do que ele.

Pedale como os muniquenses

V4x200607.jpgAs ruas e avenidas largas e bem sinalizadas de Munique dividem espaço com trilhos de bonde urbano e uma ciclovia para lá de movimentada. É bom prestar atenção ao atravessar as ruas e nunca, jamais, caminhar pela ciclovia se não quiser ser atropelado. Munique é uma daquelas cidades em que as bicicletas são utilizadas para passeio mas também como meio de transporte, por isso, há centenas delas nas ruas.

O turista também pode sair pedalando. É uma boa forma de conhecer a cidade. Basta ir até um dos vários ?estacionamentos? de bicicleta existentes nas praças do centro e encontrar uma com luz verde, que sinaliza a disponibilidade. Daí é só ligar para o número de telefone impresso na própria bicicleta, informando o número do seu cartão de crédito e receberá uma senha para destravá-la. Quando cansar ou chegar ao local de destino, basta telefonar novamente para finalizar a ?corrida?.

Outra opção é participar de um passeio oferecido aos turistas, passando pelos principais pontos e dando uma volta completa no Rio Isar. O passeio padrão, com quatro horas de duração, custa 24 euros por pessoa. Para menores de quinze anos, custa 12 euros.

Uma terceira opção ainda é pegar uma carona em uma bicicleta de passeio com motorista e capacidade para até três pessoas. O city tour custa 2,40, mas uma ida até o parque Englischer Garten, por exemplo, passa dos 15 euros.

Outros meios de locomoção na cidade são os bondes, o metrô e os ônibus. (DAS)

Um guia curitibano na Baviera!

Dal Pra: curitibano faz as honras aos turistas na  capital.

Um dos guias que apresentam a capital bávara para os turistas é brasileiro, mais especificamente curitibano. Mário Dal Pra, que há 23 anos mora na Europa, dos quais 20 na Alemanha, é guia oficial licenciado em Munique desde 1997. Formado em hotelaria e turismo, ele guia os turistas que têm como língua materna o português, espanhol ou inglês.

Além de ser formado em turismo, também estudou hotelaria. Embora feliz na Alemanha, ele não esconde a vontade de morar novamente no Brasil. Só não volta, conta ele, porque acha que não se acostumaria mais viver em uma megacidade. Embora Munique tenha 1,3 milhão de habitantes e estrutura de metrópole, ainda preserva ares de uma cidade menor. Outro fator, ainda mais determinante para sua permanência na Europa, é a questão financeira, já que lá sua atividade é muito mais bem remunerada do que aqui. De bem com a vida que leva lá, hoje, o que ele gostaria mesmo é ver mais brasileiros visitando a Baviera. (DAS)

Prost! Munique é a terra da cerveja

A cervejaria Hofbräuhaus é uma vitrine da cultura bávara. Lá o turista conhece a dança, a música e a gastronomia típicas do sul alemão.

Considerada a meca da cerveja, Munique tem hoje seis grandes cervejarias, que lhe asseguram o título. Augustiner, Hacker-Pschorr, Hofbräuhaus, Löwenbräu, Paulaner e Spaten-Franzinskaner, marcas renomadas mundialmente, produzem juntas seis milhões de hectolitros de cerveja por ano. Se ter seis cervejarias pode parecer muito para uma só cidade, é pouco se comparado ao início do século passado, quando havia 25 fabricantes.

As cervejarias abrem às 10h na cidade. ?O café da manhã de um bávaro é um copo de weissbier (cerveja de trigo)?, brinca Mário dal Pra, o curitibano que é guia de turismo em Munique. E não é de se duvidar. Munique tem mais de duzentos ?biergartens? ou ?jardins da cerveja?, locais onde moradores e turistas se encontram para bater um papo, claro, regado à bebida.

Hirschgarten: maior jardim de cerveja do mundo.

O maior deles, não só na cidade, como do mundo, é o Hirschgarten (www.hirschgarten.de), que é um restaurante e jardim de cerveja, com capacidade para nada menos que 8,2 mil pessoas. Lá, um copo da bebida (meio litro) custa 3 euros.

Uma das mais famosas cervejarias é a Hofbräuhaus (www.hofbraeuhaus.de), onde todo turista de primeira viagem à Baviera deve ir para conhecer a cultura típica do Estado. É uma verdadeira vitrine, que mostra desde a gastronomia, com as famosas wursts (embutidos – lingüiças e salsichas) e sauerkraut (chucrute), à cerveja e show com danças e músicas bávaras. O local promove uma noite bem animada e presta homenagem a todas as nacionalidades presentes.

Ao final, todo mundo cai na folia e aprende, pelo menos, a falar ?Prost!? (como o nosso ?saúde!?), enquanto empunham os imensos copos de cerveja no alto. A noitada custa 19,50 euros por pessoa, incluindo o buffet e show. Uma cerveja na Hofbräuhaus custa 3,50 euros. Não é caro, considerando que apenas um prato típico pode custar, em Munique, até 20 euros, em um restaurante convencional, sem show.

A jornalista viajou a convite do Centro de Turismo Alemão (DZT) e da Lufthansa.

Oktoberfest promove a alegria e o turismo

Este ano, a Oktoberfest vai acontecer de 22 de setembro a 7 de outubro.

Munique inspirou centenas de cidades do mundo a também ter sua Oktoberfest. No Brasil, um dos orgulhos do Estado de Santa Catarina é realizar a segunda maior festa do mundo, na cidade de Blumenau, além de promover outras festas de estilo alemão, também no mês de outubro, em diferentes cidades. No Paraná, uma variação da Oktoberfest alemã é a Münchenfest-vale lembrar que München é Munique em alemão -, que acontece anualmente em Ponta Grossa.

Mas nada se compara à tradição e grandiosidade da Oktoberfest da Baviera. Considerada uma das mais importantes festas do mundo, ela é celebrada desde 1811 e hoje reúne cerca de seis milhões de pessoas no Parque Theresienwiesse, das quais 15% estrangeiras, durante os dezesseis dias de evento. Um aporte econômico poderoso para Munique e redondezas, já que os turistas deixam na região 550 milhões de euros, em compras, hospedagem, alimentação e transporte público.

Durante o evento, são servidos cerca de cinco milhões de litros de cerveja e duzentos mil pares de salsichas (wursts). A festa começa sempre em meados de setembro e termina no primeiro domingo de outubro. Este ano, será de 22 de setembro a 7 de outubro, sempre no Parque Theresienwiese. (DAS)

Mais informações sobre Munique podem ser obtidas nos sites www.munich-tourist.de e

www.visitealemanha.com.

No tema da próxima edição será os castelos da Baviera, cenários de contos de fadas.

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