Mais turismo nas águas do Capibaribe

Não é à toa que Recife é chamada de a Veneza Brasileira. A cidade é cortada por dois principais rios – o Capibaribe e o Beberibe – e mais de setenta canais, que justificam a existência de 39 pontes, das quais seis somente na área central.

O imponente Rio Capibaribe com quase cem metros de largura, cruza toda a capital pernambucana. Esta enorme quantidade de água dá um clima todo especial à cidade e é também o que a diferencia em relação às demais capitais nordestinas. Qualquer turista se encanta ao andar pelo centro de Recife e ver seus casarios e monumentos refletidos no Capibaribe, como se vê às margens da Rua da Aurora.

Cenas como esta mostram uma face bucólica e romântica da cidade histórica, que nasceu às margens deste imenso espelho d?água e de cuja população, hoje formada por 1,6 milhão de habitantes, teve origem de uma comunidade de pescadores.

Passeio

Recife oferece alguns passeios a turistas pelo Rio Capibaribe. Um deles é o oferecido a bordo do catamarã Lago Azul, com saída do Cais das Cinco Pontas, no bairro de São José, exatamente em frente ao Museu da Cidade.

O belo passeio, que dura cerca de uma hora e quinze minutos, permite ao turista avistar a Praça do Marco Zero e o Parque de Esculturas de Francisco Brennand, o artista plástico mais famoso de Pernambuco, um local que virou ponto turístico e, indiscutivelmente, merece uma visita.

O catamarã percorre as três ilhas que dividem a capital pernambucana – Ilha do Recife, Ilha de Santo Antônio e Ilha da Boa Vista (a maior). No percurso, o catamarã passa por seis pontes e o guia de turismo bilíngüe informa que é tradição fazer um pedido quando se passa sob cada uma delas.

O passeio com o catamarã Lago Azul dura aproximadamente uma hora e quinze minutos e custa R$ 15 por pessoa. O telefone para contato é o (81) 3424-2845 ou 9973-4077.

A fim de aproveitar melhor o potencial turístico do Rio Capibaribe, o grande diferencial de Recife, a Prefeitura da cidade elaborou um novo plano diretor para o desenvolvimento do turismo que prevê esta questão.

O projeto foi feito a partir de reuniões com diversos representantes e outros profissionais ligados ao trade turístico, dentre eles hoteleiros, agentes de viagem, locadores de automóveis, associação de guias de turismo.

O secretário de Turismo e Esportes de Recife, Romeu Neves Baptista, diz que, em primeiro lugar, o rio, que está quase que totalmente poluído, será submetido a um tratamento.

As áreas lindeiras também deverão sofrer modificações para se adequarem ao projeto.

A intenção do novo plano diretor de turismo é aumentar o número de passeios e roteiros pelo rio e torná-lo ainda mais agradável aos olhos dos turistas.

Recife e Olinda, cidades para sentir

Se de um lado, Recife tem os rios Capibaribe e o Beberibe, circundados por uma mistura de mundo novo e antigo, com construções que refletem o passado e o presente; de outro, a cidade faz o turista lembrar que está no Nordeste brasileiro, quando se depara com suas bonitas praias.

Os oito quilômetros da praia de Boa Viagem e seus arrecifes naturais são um convite a um dia inteiro sob o sol e a banhos refrescantes de mar. Mas é bom – e fundamental -saber que não se deve ir com muita sede ao pote.

Antes de cair nos mares de Boa Viagem, o turista deve se informar quanto aos locais permitidos para o banho. As águas, ora azuis, ora verdes, escondem perigosos tubarões, que não se preocupam em ser corteses nem mesmo com turistas.

De acordo com guias de turismo da cidade, a dica é não ultrapassar os arrecifes.

Curtir a famosa Boa Viagem e fazer um passeio pelo rio Capibaribe são formas agradáveis de curtir a cidade mas andar pelas suas ruas é essencial para sentir a cidade. Não deixe de passear pelo bairro do Recife Antigo, o antigo bairro dos judeus, onde está o porto, a praça do Marco e a rua Bom Jesus, que merece visitação de dia e à noite, quando os vários barzinhos, restaurantes e boates ficam lotados e personagens um tanto esquisitos fazem exibicionismo.

Na Bom Jesus, uma curiosidade: é o endereço da primeira sinagoga das Américas, a Kahal Zur Israel. No Recife Antigo estão também a Torre Malakoff, onde funciona o Observatório Cultural Malakoff; O Forte do Brum e o Museu Militar.

Toda esta área parece um imenso palco nos dias de Carnaval. A praça do Rio Branco ou do Marco Zero, por exemplo, fica toda iluminada e as pessoas dançam, fantasiadas, ao som do maracatu, frevo, ciranda e caboclinho.

São mais de vinte palcos espalhados pela cidade onde o colorido das famosas sombrinhas pernambucanas pode ser visto por todos os lados.

Recife tem dois shoppings centers grandes, o Tacaruna, ao lado do Centro de Convenções e o Shopping Center Recife, um dos maiores da América do Sul.

Em vários dos restaurantes da praia de Boa Viagem e arredores é possível saborear a típica comida pernambucana, que é à base frutos do mar, molho de coco, com toque original do suco de manga e do maracujá e carne de sol, guarnecida com o queijo coalho derretido, a mandioca cozida, o feijão verde e a manteiga de garrafa.

Cultura

Agora, se o interesse é conhecer o típico artesanato da região, o melhor lugar é a Casa da Cultura, um antigo presídio, onde dezenas de artesão expõem suas peças, um bom lugar para comprar souvenirs.

Além da música, dança, folclore e artesanato, a cultura de Recife está também nos seus vários museus , como o de Arte Moderna, o Museu da Cidade e a Oficina Cerâmica Francisco Brennand, que é referência mundial.

Neste último, se der sorte, o turista ainda pode ter uma conversa informal com o próprio Brennand, um artista que esbanja criatividade em suas peças e simpatia e simplicidade no trato com o turista.

Oh, Linda! Olinda

Estando em Recife, aproveite para conhecer Olinda, cidade localizada a apenas sete quilômetros e um dos cenários coloniais mais preservados e interessantes do País, onde portugueses e holandeses, seus povos dominadores, deixaram marcas fortes.

Esta histórica cidade recebeu da Unesco o título de Patrimônio Natural e Cultural da Humanidade.

Caminhar pelas ruas da antiga capital pernambucana é uma volta ao passado onde o calçamento é feito de pedras, seus casarios se mostram e em meio a ruas estreitas e ladeiras íngremes.

Em Olinda, muitas crianças e adolescentes foram tiradas das ruas para trabalhar como guias de turismo mirins. Esta foi uma iniciativa da prefeitura para reduzir o número de pedintes entre os turistas que visitam a cidade.

O município tem 22 igrejas e inúmeras capelas, dentre elas estão a Igreja do Carmo e o Convento de São Francisco, o mais antigo do Brasil, que é um conjunto formado pela igreja de Nossa Senhora das Neves e a Capela de São Roque.

A principal igreja da cidade é a do Alto da Sé ou de São Salvador do Mundo, a segunda mais antiga do Brasil, construída em 1537. Vale a pena uma visita, pelo santuário em si como também pela vista que se tem da cidade e da Praia de Boa Viagem, em Recife, a partir dela.

Em frente a esta igreja está a feirinha de Olinda, onde se pode conhecer e comprar peças do artesanato local ou simplesmente comer uma tapioca de queijo com coco e bebericar um cálice de “Pau de Índio”, bebida típica e licorosa.

É em Olinda que fica o Centro de Convenções, que abriga muitos dos grandes eventos atraídos para Pernambuco. O local tem capacidade para receber até 2,4 mil pessoas em auditórios e tem 25 mil metros quadrados para exposições.

O Recife Convention & Visitors Bureau pretende incrementar o turismo de negócios. Para este ano, estão agendados mais de sessenta eventos e já há eventos marcados para 2003.

Em Recife não deixe de:

– dar uma volta pelo calçadão de Boa Viagem e mergulhar em suas águas quase mornas;

– visitar o Recife Antigo de dia e ver a Torre de Cristal a partir da praça do Marco Zero;

– visitar o Recife Antigo à noite e sentar em um dos barzinhos da Rua do Bom Jesus para um papo com os amigos;

– levar como lembrança uma fotografia dos casarios da Rua da Aurora;

– assistir a uma apresentação de artistas dançando frevo ou caboclinho.

– comprar souvenirs na Casa da Cultura. Lá, há presente para todo mundo, a variedade de produtos é enorme.

– visitar o Museu-Oficina Cerâmica Francisco Brennand e, se der sorte, bater um papo com o simpático artista plástico.

Em Olinda não deixe de:

– experimentar a tapioca vendida na feirinha (dizem que é a melhor de Pernambuco);

– parar para uma sessão de fotografias no mirante da Igreja do Alto da Sé;

– ainda na feirinha, assistir ao entalhe de uma peça na casca do cajazeiro;

– andar sem pressa pelas estreitas ruas e conhecer a arquitetura que resiste ao tempo.

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