Não é à toa que no filme “Deus é Brasileiro”, do diretor Cacá Diegues, Deus, interpretado por Antônio Fagundes, escolhe o estado de Alagoas para tirar umas férias. O lugar é mesmo um paraíso: “o paraíso das águas”, como costuma ser chamado por turistas e pela população local. Como no filme, o Deus verdadeiro deve ter tido muito orgulho de sua criação.
O céu azul, a infinidade de coqueiros, o sol que brilha o ano inteiro e as águas cristalinas costumam encantar tanto os turistas nacionais que, segundo o governador Ronaldo Lessa (PSB) representam 94% das pessoas que visitam Alagoas, quanto os turistas estrangeiros que, na maioria, são oriundos de Portugal, Argentina e Itália.
Repleto de histórias, o estado de Alagoas tem muito o que mostrar e também o que contar. Foi na região que se instalou a República dos Palmares, primeiro movimento de libertação dos negros escravos.
De lá, saíram os dois primeiros presidentes do Brasil: Marechal Deodoro e Marechal Floriano Peixoto. Mais recentemente, saiu de lá o ex-presidente Fernando Collor de Mello, que poucas recordações positivas deixou ao povo alagoano.
A principal atividade econômica do Estado é o cultivo da cana-de-açúcar.
Maceió
Com uma população de cerca de oitocentos mil habitantes, a capital Maceió – nome que vem da expressão indígena “o que tapa o alagadiço” – é considerada uma das mais belas cidades brasileiras. Com temperatura média de 28 graus, é dotada de uma população hospitaleira, hotéis de uma a cinco estrelas, pousadas, restaurantes que servem comida à base de frutos do mar, casas de artesanato, quiosques à beira-mar e 230 quilômetros de praias.
A mais conhecida e visitada é a praia da Pajuçara, cujo nome significa “caminho de espinhos”. Ela fica em área urbanizada, perto das praias de Ponta Verde e Jatiúca (onde se encontra um grande complexo hoteleiro e de restaurantes) e do centro comercial. Lá, pelo preço de R$ 3 por pessoa, os turistas podem pegar uma das 124 jangadas cadastradas pela prefeitura e, a cerca de dois quilômetros e meio da orla, visitar as piscinas naturais.
A maioria das embarcações oferece snorkels, que facilitam a visualização de recifes de corais, algas, peixes coloridos e outros animais que vivem no fundo do mar.
O passeio geralmente é realizado durante a manhã, com mar calmo e maré baixa, o que contribui para a apreciação das belezas naturais. Na região das piscinas, os turistas podem descer das jangadas e tomar banho com água na altura da cintura, no meio de cardumes. Todas as jangadas têm coletes salva-vidas e algumas servem água mineral, refrigerantes, cerveja e grande variedade de frutas. Os turistas podem desfrutar das belezas naturais pelo tempo que quiserem, sendo que são eles que decidem o horário que as jangadas voltam para terra firme. Porém, sempre precisam respeitar o horário das marés, não podendo voltar quando elas estão muito altas.
Durante todo o dia, os turistas também podem visitar a famosa feirinha da Pajuçara. São dezenas de barraquinhas que vendem artesanatos, roupas, bijuterias, entre outros produtos. É um dos locais ideais para a compra de lembrancinhas da cidade de Maceió.
Noite
À noite, o agito acontece nos quiosques à beira-mar, que geralmente apresentam shows folclóricos e divertem os visitantes com muito forró. Nestes locais, diariamente, se vê muitas pessoas conversando ou dançando forró, xaxado e axé. Muitos dançarinos que atuam como professores ensinam os principais passos das danças àquelas pessoas que ainda não são muito familiarizadas com os ritmos nordestinos.
Entretanto, o principal ponto de encontro noturno de Maceió é a Rua Sá de Albuquerque, no bairro de Jaraguá. Lá, se encontram pessoas de todas as idades. Quem prefere não gastar dinheiro em bares e casas noturnas pode sentar nas calçadas e ouvir o som de bandas regionais que tocam ao ar livre ou simplesmente passear entre as construções antigas.
Os mais jovens costumam se reunir nos bares Aeroporco e Virgulino. Neste, há garçons vestidos como o cangaceiro Lampião que não se cansam de tirar fotos com os turistas. Também são apresentados shows folclóricos, sendo que o folclore alagoano é bastante rico e diversificado. Ao todo, são 29 manifestações folclóricas compostas de grande riqueza visual, coreografia, cadência e beleza plástica. Entre elas: Pastoril (lembra a adoração do menino Jesus na noite de Natal), Guerreiro (serve para afastar os maus-olhados e atrair o bem), Coco Alagoano (história dos negros escravos para aliviar as dores do trabalho) e Cavalhada (lembra a luta entre cristãos e mouros).
Para quem prefere algo menos badalado, Maceió conta com uma ampla estrutura de restaurantes que, muitas vezes com música ao vivo, servem pratos típicos alagoanos, à base de frutos do mar e tapioca, que é feita com farinha de mandioca e pode ser comida com uma ampla variedade de recheios doces e salgados. Os sucos também costumam ser variados e considerados um pouco exóticos por quem mora no Sul do país: cajá, mangaba, seringuela, jaca, entre outros.
A jornalista viajou a convite do Maceió Convention & Visitors Bureau, da Assimptur e da TAM.
Esta foi a primeira matéria de uma pequena série que vamos publicar sobre Alagoas, um belo Estado que é destino turístico o ano todo. No próximo domingo, o tema será o litoral alagoano.
Onde se hospedar
Ritz Lagoa da Anta
Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, 546 – Praia Lagoa da Anta, CEP: 57032-230 – Telefone: (82)217-4000 – Diárias a partir de R$ 203 por casal.
Matsubara Hotel
Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes,1551 -Praia Lagoa da Anta, CEP: 57032-230 – Telefone: (82)235-3000 – Diárias a partir de R$ 155 por casal.
Jatiúca
Lagoa da Anta, 220 -Mangabeiras, CEP: 57035-180 – Telefone: (82)335-2020 – Diárias a partir de R$ 290 por casal.
Ponta Verde
Avenida Álvaro Otacílio, 2933 – Ponta Verde, CEP: 57035-180 – Telefone: (82)231-4040 – Diárias a partir de R$ 110 por casal.