A festa será na Avenida Beira-Mar |
Florianópolis prepara seu Réveillon Luz, esperando receber cerca de trezentos mil turistas na festa que será promovida na areia da praia, na Avenida Beira-Mar Norte, a principal da cidade. O maior símbolo da cidade, a Ponte Hercílio Luz, também vai ficar totalmente coberta por microlâmpadas, além de apresentar um show com uma imensa cascata na passagem do ano.
Apesar de ser visitada por todos os tipos de turistas, a festa de Floripa se caracteriza pela presença do público mais jovem, que busca comemorar a entrada do novo ano com muita animação.
Em Florianópolis, o espetáculo de fogos de artifício recebe o nome de Show Piromusicado e consiste na sincronização dos fogos que tomam várias formas ao explodirem, com temas musicais, especialmente compostos para a ocasião. São quinze minutos de muita luz e imagens que com a música de fundo viram verdadeiras paisagens a céu aberto. Quem quer ficar bem posicionado, deve estar entre o Trapiche Municipal e a Praça do Sesquicentenário, perto da sede da Polícia Militar. É nessa área onde ficarão espalhadas as oito balsas de onde partem os foguetes.
E é claro que não podiam faltar os palcos montados na praia para a alegria da garotada. Além deles, gigantescos telões sãerão espalhados pelas redondezas dos shows, tudo isso para garantir que todos possam aproveitar os vários shows que também serão feitos por grupos locais. Essas apresentações são uma verdadeira maratona que começa logo depois da contagem regressiva e só pára bem na manhã do dia da Confraternização Universal. No ano passado mais de vinte bandas se apresentaram sem interrupção, ou seja, tem que ter pique para entrar na festa em Florianópolis.
E se você não está com toda essa animação, a cidade oferece algumas festas mais tranqüilas, com shows mais calmos, geralmente de MPB e sem o show pirotécnico. Se esse é o seu caso, procure as praias de Jurerê, onde as comemorações acontecem na orla, ou Canasvieiras, na Lagoa da Conceição.
E no dia seguinte, depois de já ter comemorado tudo que tem direito, não deixe de fazer a simpatia dos apaixonados. Para quem procura descobrir o seu grande amor no próximo ano, deve dar três voltinhas em torno da famosa Figueira do Amor, que fica na Praça XV de Novembro, uma espécie de árvore dos desejos de quem quer amar.
Um mundo chamado Floripa
Arrombassi! Se qués qués, se não qués, diz. Vás no mato vê se aribu te pica. Vai te deitate, vinagre. Mofas com a pomba na balaia. As expressões divertidas usadas pelos "manezinhos da ilha", como são carinhosamente chamadas as pessoas naturais de Florianópolis, são uma mostra de que a querida Floripa é mesmo uma capital peculiar. As belezas naturais e a certa tranqüilidade que ainda impera nesta ilha-capital têm atraído milhares de pessoas, não só turistas, como também muita gente que escolheu a cidade para morar.
Só para entender, Florianópolis é dividida em ilha (Ilha de Santa Catarina) e continente, totalizando aproximadamente 365 mil habitantes. Isso é cerca da metade do que representa a população da Grande Florianópolis, formada também pelos municípios de Biguaçu, Palhoça e São José. A ilha dista apenas quinhentos metros do continente. A ligação é feita por duas pontes comuns e a antiga Ponte Hercílio Luz, construída em 1926 e desativada para o trânsito desde 1982, mas que nunca deixou de ser um cartão-postal da cidade.
"Invasão"
Alguns arriscam a dizer que a maior parte dos moradores da ilha é de "estrangeiros", oriundos principalmente de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. E se se mudar para Floripa virou moda, a boa fama que a capital catarinense conquistou Brasil afora tem sentido. A ilha tem 52 quilômetros de comprimento (área de 438,90 quilômetros quadrados) e 172 quilômetros de costa, composta de praias, costões, restingas, manguezais e dunas. A morfologia da ilha é descontínua, formada por cristas montanhosas, que chegam a alcançar 532 metros de altitude no Morro do Ribeirão da Ilha, e terrenos sedimentados de formação recente, compondo as planícies litorâneas.
Florianópolis tem mais de cem praias com características que agradam turistas comuns, surfistas e esportistas em geral, que saem de diversos pontos do País para lá praticar vela, remo, windsurf e mergulho.
O turista pode escolher por curtir uma praia na Costa Norte, Costa Sul, Costa Açoriana ou na Lagoa da Conceição. A parte norte é a mais diversa. Lá banhistas com crianças podem escolher entre as praias da Daniela, Lagoinha e Ponta das Canas. Já há quem prefira Jurerê, conhecida por sua infra-estrutura, Santinho, Canasvieiras ou Ingleses (a maior delas), situada a 36 quilômetros do centro. Surfistas preferem a Brava, a 38 quilômetros do núcleo.
A leste, na chamada Costa do Surfe, as principais praias são Moçambique, Galheta, Barra da Lagoa, Mole e Joaquina, cenários também de competições do esporte. É no sul da ilha que está a Florianópolis mais tradicional, com seus vilarejos de pescadores e bordadeiras, principalmente no bairro chamado Ribeirão da Ilha, uma das primeiras povoações de Santa Catarina, situado a 36 quilômetros do centro. Fazem parte dessa região as praias de Campeche, Armação, Matadeiro, Morro das Pedras e Pântano do Sul.
Lagoa
A Lagoa da Conceição é um capítulo à parte no quadro turístico da capital catarinense. É lá onde está a maior parte dos descendentes de açorianos e isso se reflete no modo de vida e também na arquitetura local, apesar de o maior número de casas neste estilo estar mesmo no bairro de Santo Antônio de Lisboa, próximo ao centro.
No verão, a Lagoa fica sempre lotada, de dia e à noite. Quando o sol está a pino, suas águas calmas e limpas ficam cheias de banhistas e esportistas aquáticos; a Avenida das Rendeiras assiste a um vai-e-vem de pessoas que lotam as lojas de souvenires e lanchonetes; à noite, o local vira ponto de encontro, já que concentra a maior quantidade de restaurantes e bares da cidade.
Os pratos à base de frutos de mar são influência açoriana. Podem ser provados em vários restaurantes do bairro, como o Oliveira, Chef Fedoca, Maria Farinha e Casa do Chico.
A noite é muito boa na Lagoa. É lá, por exemplo, que fica o John Bull, um pub aconchegante, de frente para o espelho d’água, onde são freqüentes os shows de rock e blues. Os bares Confraria e Café de Sol também oferecem elementos para uma noite agradável, típica de litoral, e o Latitude 27, uma vista privilegiada da bela Lagoa da Conceição.
No centro, o jeito de capital
Curtir as praias bem estruturadas de Florianópolis é o que todo turista quer, mas ir para lá e não dar uma passada no centro é perder a chance de sentir a cidade como capital. É lá que fica a Ponte Hercílio Luz, o grande ícone de Florianópolis, inaugurado em 1926. À noite, ela fica toda iluminada, o que a ressalta ainda mais como bela obra de engenharia.
Na Avenida Beira-Mar Norte, tem-se a oportunidade de ver o modo de vida de muitos florianopolitanos. É lá que eles costumam fazem suas caminhadas diárias e alongamentos. De frente para o mar, a carreira de prédios e estabelecimentos comerciais faz lembrar que a Ilha da Fantasia também é uma capital de estado.
Em meio ao concreto da área central, em frente à imponente Catedral Metropolitana, a Praça XV de Novembro abriga uma figueira de tamanho descomunal, tanto que seus galhos estão sendo escorados por vigas de ferro. Por sua beleza, tamanho e idade (foi plantada no local em fevereiro de 1891), a árvore virou atração turística e objeto de uma espécie de lenda urbana contada aos turistas. Os guias dizem que quem quiser casar é só dar quinze voltas na árvore, no sentido horário, que o pedido será realizado.
Para os que gostam de fazer compras, um calçadão bem próximo dali, o da Felipe Schimidt, reúne estabelecimentos de artigos diversos e vários cafés, que são uma boa opção de encontro nos fins de tarde.
Mercado público
O Mercado Municipal é um dos símbolos do centro e um dos mais conhecidos. Turistas lá fazem a festa pois o local abriga 140 boxes que vendem desde frutos do mar diversos a calçados, roupas, bolsas, artesanato e bijuterias, a preços bem razoáveis.
Na área gastronômica, o mais famoso é o Box 32, que serve petiscos e bebidas. Não é muito barato, mas o atendimento é elogiado e o ambiente, para lá de descontraído. Nas tardes de sábado, o pavilhão é palco de pagode. Somente uma falha: o Mercado não abre aos domingos, ruim para os turistas.
Pacotes para o Réveillon
Localizado na entrada da cidade, portanto, no ponto central e de partida para toda a ilha, o Bristol Castelmar é uma opção de hospedagem tanto para o turista que está na cidade a lazer como também para quem está a trabalho.
O hotel tem uma grande estrutura para eventos e convenções que foi recém-reformada. São dezenove salas e salões moduláveis, de tamanhos variados, que podem abrigar desde reuniões para até vinte pessoas como eventos de até setecentos convidados.
Além disso, o hotel dispõe de restaurante internacional, american bar, room service 24 horas, lavanderia, salão de beleza, sauna, piscina adulto e infantil, agência de turismo que oferece serviços de locação de automóveis e passeios.
Acomodações
São 192 apartamentos divididos em duas torres, com cinco tipos diferentes de distribuição de ambientes que acomodam até seis pessoas. Apartamentos com ar-condicionado central, TV a cabo, frigobar e banheira de hidromassagem nas suítes especiais.
Para o réveillon, o hotel oferece pacotes que podem ser de quatro, cinco, seis ou sete diárias, entre os dias 26 de dezembro a 2 de janeiro. Os preços são: R$ 1.928 para quatro diárias, R$ 2.225 para cinco, R$ 2.442 para seis e R$ 2.772 para sete. Esses preços são para hospedagem em apartamento duplo luxo e não por pessoa.
Estão incluídos café da manhã, ceia de réveillon com bebidas, um champanhe na mesa com quatro lugares, ceia com música ao vivo, jantar com buffet no restaurante do hotel, garagem coberta no hotel, late check-out até 14h, todas as taxas incluídas e cortesia para uma criança de até sete anos hospedada no mesmo apartamento dos pais. As bebidas não estão incluídas.
Para outros períodos, a diária custa R$ 190 para apartamento duplo luxo e R$ 220 para suíte dupla, com hidromassagem.
O Multy Castelmar Hotel & Convention Center situa-se na Rua Felipe Schimidt, 1260. Telefone: (48) 225-3228. Mais informações: 0800-41-1816 ou www.bristolhoteis.com.br. (DS)
A jornalista viajou a convite da Bristol Hotéis & Resorts.
Pelo mar, visão da natureza e história
Além das belas praias, Florianópolis tem 42 ilhas, muitas delas situadas entre a ilha e o continente. Passeios de escuna permitem ao turista ter uma noção da geografia local, avistando e visitando ilhas e fortalezas utilizadas pelos portugueses no século XVIII para proteção do território contra invasões. Um deles parte do centro, sob a Ponte Hercílio Luz e passa pelo Forte Santana, Ilha dos Guarazes, faz parada para visita à Ilha de Ratones Grande, Fortaleza de Santo Antônio, ocupada pelos portugueses de 1740 a 1777; Ilha de Anhatomirim, que já foi considerada "amaldiçoada" por ter abrigado um presídio (1894) e cemitério indígena, e Fortaleza de Santa Cruz. A escuna passa ainda pela Baía dos Golfinhos, uma área de proteção ambiental. No meio do caminho, paradas em pontos estratégicos para banhos.
Esse passeio tem duas partidas: às 10h e às 16h30 e custa R$ 28 por pessoa. Cobra-se uma taxa de R$ 5 por pessoa para entrada nas ilhas de Ratones Grande e Anhatomirim. Isenção para maiores de 65 anos e meia-entrada para estudantes com documento.
Um outro passeio parte do Canal da Barra da Lagoa e oferece vista de praias famosas como a Mole, a Joaquina e Campeche, além de possibilitar visita à Ilha do Campeche, uma reserva ecológica e arqueológica considerada o mais importante templo de arte rupestre de Santa Catarina. Esse roteiro permite ao turista algumas atividades opcionais como trilhas ecológicas com guia especializado e mergulho com equipamentos básicos. Esse passeio parte às 10h e às 16h e custa R$ 25 por pessoa. Mais informações sobre outros passeios podem ser obtidas no site www.escunasul.com.br ou pelo telefone (48) 225-1806.
Entenda o "floripês"
Se em Floripa, alguém te convidar para um "arrebol", não se assuste nem se sinta ofendido. É somente um "manezinho da ilha" te convidando a assistir a um belo pôr-do-sol. Além da paisagem e modo de vida, a peculiaridade de Florianópolis está também no jeito de falar. Eles têm um vocabulário divertido e, na maioria das vezes, difícil de traduzir. Tamanha é a curiosidade que desperta que algumas lojas de souvenires vendem dicionários com as principais palavras e expressões da "Ilha da Fantasia".
Escute e entenda:
Abafar: roubar
Água dura: gelo
Amarrar: comprar fiado
Arrebol: pôr-do-sol
Arrombassi!: expressão usada para comentar uma realização grandiosa (como "arrebentou", "abafou")
Gabiru: intruso
Istepô: palavra usada para dizer que uma pessoa não é "coisa boa"
Insupado: ensopado
Mofas com a pomba na balaia: é melhor esperar sentado porque em pé você vai cansar
Moquiar: esconder
Se qués qués, se não qués, diz: se quiser tudo bem, se não quiser, diga
Si invaretou: foi embora
Vai te deitate vinagre: saia daqui, pare de encher a paciência
Vás no mato vê se aribu te pica: saia daqui, pare de encher a paciência.